Ayla
Eu não me segurava de tanto dar risada, eu tentava a todo custo pegar a maldita bolinha da boca daquele cachorro mas ele tava mais interessado em brincar do que me devolver. Olhei pra frente e o Rafael estava dando risada da situação, esse garoto nem pra me ajudar.
- Farofa - Rafael gritou - Da essa bolinha aqui amigão! - ata que o cachorro obedeceu, correu ainda mais.
- Para de dar risada e pega essa bola porque o menino tá chorando ali - apontei pro menino que chorava vendo o tal farofa mordendo a sua bolinha.
- Vem aqui amigão - ele obedeceu - Isso, agora da isso aqui. - pegou a bolinha e me olhou - Viu, ele me ama.
- Nem ligo - mostrou a língua pra mim - Crianção, da aqui que eu vou entregar pro menino. - ele me entregou e eu fui atrás do menininho que ainda estava com o berreiro aberto, quando pegou a bolinha parou de chorar na hora.
Voltei para a tenda e comecei a ajudar na entrega dos bichinhos, era incrível ver eles sendo adotados e recebendo amor. Me segurava todas as vezes pra não pegar algum pra mim enquanto eu morria de dar risada da Jaque irritando o Will que irritava o Rafael.
- Você faz o que da vida? - Will perguntou enquanto eu esperava a Jaque voltar com mais uma caixa de acessórios pra cachorros.
- Eu faço faculdade de fonoaudiologia e trabalho em um consultório.
- Você gosta? - concordei - Eu não teria paciência, minha prima é fonoaudióloga e trabalha com crianças.
- Ah, eu amo crianças - ele fez careta - E você ama os animais, cada um ter uma paixão diferente. - ele sorriu.
- A diferença é que a minha é muito mais fácil de lidar, não fica chorando e esperando por aí - fez outra careta e eu dei risada.
- Qual é a piada? - Rafael perguntou com a cara fechada?
- Aconteceu alguma coisa? - perguntei.
- Tava só conversando com a Ayla sobre o meu medo por crianças - Will respondeu - Vou voltar pro trabalho - concordei e eles se olharam, tendi foi nada.
- Bora almoçar? - perguntou - Vamos logo antes que lote.
- Só vou avisar a Jaque - ele concordou e fui atrás dela. Voltei e fomos a uma cantina dentro do próprio hospital, era enorme e super diferente daquelas de hospital normal.
- Vai querer o que? - perguntou olhando o cardápio.
- Pode ser o prato com arroz, feijão, bife e batata frita - concordou e chamou uma senhorinha. - Vocês se conhecem bem? - perguntei após ela ir preparar o nosso pedido.
- Uhum - concordou - Ela faz o nosso almoço e fica brincando com alguns cachorros no canil, ela é tipo uma avó.
- Que legal - sorri - E porque você tava todo estressado?
- Nada não - falou e eu não toquei mais no assunto. - Ta gostando daqui?
- Eu to amando, minha vontade de adotar um tá enorme - sorri.
- Então porque não adota? - perguntou e eu fiz uma careta.
- Da última vez que eu fui voluntária eu levei uma husky com border collie pra casa e quando a Shakira morreu eu fiquei muito mal - falei triste.
- Shakira? - perguntou e deu uma risada - Porque esse nome?
- Sei lá, ela tinha cara de Shakira, aí ficou nisso mesmo. - dei de ombros.
- Eu também sou péssimo em colocar nomes, meu último chamava Alexandre e eu chamava ele de xandinho - ri alto - O que foi? Eu era um adolescente!
- Falou da Shakira mas olha o nome do seu! - Terminamos de comer e voltamos a ajudar na feira, a Jaque tava toda sentimental porque segundo ela a gatinha que ela cuidou e criou estava sendo adota, eu até perguntei se isso era bom mas ela só faltou me bater, disse que era péssimo porque nunca mais iria ver a bichinha.
Já era umas 19h da noite eu estava só o pó, fiquei em pé o dia todinho ajudando e não parei um minuto se quer. Fui ao cercadinho de cachorros e só tinha um, aquele que pegou a bolinha e foi uma luta pra devolver. Agachei e fiz carinho nele, o bichinho tava tão tristinho que eu quase chorei. O Rafael chegou e ficou em pé olhando.
- Porque ele não foi adotado? - perguntei já sentada no chão fazendo carinho nele.
- Ele já é grande, tem uns 4 anos e o pessoal não curte adotar quando já é adulto. - falou e se aproximou.
- E agora? O que acontece com ele?
- Ele fica aqui e vai pra próxima adoção, quem sabe adotem ele lá...
- Eu adoto - falei e ele me olhou assustado.
- Você quer adotar o farofa? - concordei com a cabeça - Tem certeza? Ele precisa de cuidados, não é mais saudável como antes.
- Eu quero e ponto - falei apressada.
- Então tá bom - sorriu - Vou pegar a ficha.
Rafael
Me surpreendi quando a Ayla falou que iria adotar o Farofa, quando eu cheguei ela estava no chão sentada fazendo carinho nele e o meu amigão todo triste no colo dela. Não posso dizer que não me apeguei a ele, todos sabem que ele sempre foi o meu amigo desde quando ele chegou todo machucada e que eu só não adoto porque não moro sozinho e em um lugar grande para ele.
Peguei a ficha de adoção e fui até a Ayla que estava abraçada com ele - Pode preencher aqui - entreguei e ela concordou.
- Pronto - me entregou de volta e eu assinei. Ela não soltava ele um minuto se quer, e ele estava amando toda a atenção.
- Ele tem alguns problemas no estômago e um na patinha da frente, ele precisa ir ao veterinário de 3 em 3 meses por causa do acompanhamento. - ela concordou prestando atenção - Evita dar coisas sem ser a ração pra ele comer e ele tem medo de trovões.
- Ta bom - concordou - Eu vou cuidar muito bem dele - falou fazendo carinho na cabeça dele.
- O farofa é bem leal e ama brincar.
- Farofa? - perguntou - Então o seu nome é farofa, farofa? - perguntou pra ele e eu dei risada. - Vou comprar uma coleira super chique pra você e uma caminha, espero que você não mije e não coma os móveis da minha casa porque você vai dormir comigo. - ela falava como se estivesse conversando com ele e eu só dava risada da cena, meu amigão tava tão feliz e eu não posso negar que eu também.
Oie pessoas! Ontem não consegui postar nada mas hoje dependendo da quantidade de comentários eu solto mais outro.
O farofa sendo adotado pela Ayla, será que só ele está feliz?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não vejo outra saída [EM REVISÃO]
RomantizmApós descobrir que seu namorado espera um filho de outra garota, a vida de Ayla Müller muda da cabeça aos pés. Decepcionada e sem rumo, recomeça a sua vida conhecendo outras fronteiras e em uma dessas conhece alguém que é capaz de reconstruí-la, mos...