Capítulo 39

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Ayla

Ficamos a madrugada inteiro no hospital esperando o avô da Sarah sair da cirurgia, ele só saiu umas 6h da manhã e felizmente deu tudo certo, agora é só esperar o pós operatório. O Rafael deixou eu e o Túlio em casa, tomei um banho, passei um reboco na cara e peguei carona com o meu pai.

Cheguei um pouco atrasada na minha primeira aula mas a professora era bem de boa e deixou eu entrar tranquilamente. Sentei um pouco longe da Fernanda porque não tinha lugar próximo, mais cochilei do que prestei atenção nas aulas, tava só o pó da rabiola e ainda tinha o dia inteiro. Passei na cantina e comprei uma salada de frutas pra ver se sustentava o estômago, não ia dar tempo de almoçar porque provavelmente eu pegarei o ônibus que demora muito mais pra passar.

Atravessei rápido o estacionamento indo ao ponto de ônibus e vi o Rafael conversando com uma garota cheio de sorrisinho. Não vou fazer a linha da garota surtada e emocionada, apenas respirei fundo e corri pra alcançar o meu ônibus, só escutei ele me chamando mas não dava pra dar atenção ou eu chegaria super atrasada no serviço.

Organizei todos os horários das consultas e brinquei com alguns pacientes enquanto não chegava mais ninguém. No final do dia já dado o meu horário, desliguei o computador e a minha chefe me chamou pra conversar na sala dela, já sabe né, não tava passando nem Wi-Fi.

— Senta aí, Ayla — apontou pra cadeira e eu sentei já nervosa.

— Eu fiz alguma coisa? — perguntei com o cu na mão — Eu amo muito o meu emprego, pelo amor de Deus só faltava essa — resmunguei.

— Tá doida? — deu risada — Nunca que eu iria te demitir, até porque todos os doutores daqui querem te roubar de mim — Fez careta — Quero fazer uma proposta — abri um sorriso — Faz um tempo que eu tenho vontade de abrir outra sala aqui pra fonoaudiologia, e não vejo outra profissional a não ser você pra trabalhar comigo.

— Aí meu Deus — remexi na cadeira — Isso é sério?

— Claro, eu não tenho dúvidas do seu potencial e sempre te falei que eu quero ter você ao meu lado. Você aceita?

— Aceito demais — falei empolgada — Claro que eu quero atender, é meu sonho!

— Então amanhã eu converso certinho com você, tá bom? — perguntou levantando.

— Tá ótimo, muito obrigada por essa chance — abracei ela.

— De nada, querida — Sai toda empolgada do trabalho, meu ônibus passou adiantado e cheguei em casa em menos de 20 minutos. Obrigada senhor pelos mimos. Entrei em casa toda feliz, abri a porta e encontrei aquela rolha jogada no sofá, bichinho tava indo atrás dos negócios sobre a marca de roupa que ele quer lançar.  — Delicia — dei um tapa na bunda dele.

— Ai caralho — gritou — Vai bater na bunda da sua mãe, sua vaca.

— Tenho novidades — dei um pulinho.

— Vai me dar outra bunda? — resmungou passando a mão no lugar que eu tinha batido.

— Minha chefe vai abrir outra sala lá na clínica e me chamou pra atender — falei e ele pulou animado.

— Sério? — concordei — Finalmente porra, tá dando tudo certo pra você prima — me abraçou.

— Eu nem to acreditando, to me sentindo outra pessoa de tão feliz.

— Vou pedir uma pizza pra gente comemorar, meia calabresa e meia frango com catupiry?

— Uhum — subi as escadas — E pede uma de brigadeiro.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora