Capítulo 33

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Ayla

Desci do uber e atravessei a rua indo em direção ao barzinho. Hoje era dia de jogo, Corinthians x Palmeiras, e a galera tinha combinado de assistirmos juntos. Entrei procurando eles e encontrei um viado espalhafatoso dando risada.

— Coloquem óculos porque a estrela chegou — falei ao me aproximar.

— Estrela, você? — Túlio me olhou debochado — Jamais, meu amor. Eu sou a que mais brilha aqui.

— Mentira, mona — Léo afinou a voz — Já falei que sou eu que mando nessa porra. — bateu na mesa e eu dei risada.

— Oi — olhei pro Rafael.

— Senta aqui — colocou a cadeira do seu lado — Foi tudo bem na corrida pra vir até aqui? — perguntou e eu concordei — Eu falei que te buscava lá, teimosa demais.

— Você ia ter que dar uma volta enorme, muito mais pratico eu vir de uber — revirei os olhos.

— Se tem como eu te buscar não tem necessidade de andar de uber — bufou — Já conversamos sobre isso.

— Ele é todo protetor ele — Sarah deu risada.

— Mas tem que ser assim mesmo, irmão — Léo bateu no ombro dele — Tem que cuidar do meu bebê dragão direitinho.

— Bebê dragão teu cu — chutei ele — Olha lá quem tá chegando — apontei com a cabeça e todos olharam na mesma hora — Vocês nem disfarçam, meu Deus!

— Tu não pediu pra disfarçar — Túlio falou. Entrando estava o casal 2019 feat gado demais e a Juliana. — Uó eles sentarem aqui, né?

— Eai — Yan se aproximou segurando a cintura da lambisgoia — Tudo certo?

— Tudo ótimo — Leonardo respondeu — Tu não ia vir sozinho, parceiro? — perguntou e a Sarah deu uma risada alta.

— Ata que eu iria deixar o meu amor vir sozinho pra um barzinho — a sonsa da Bianca falou.

— Só colocar GPS — respondi e ela me encarou — Só falei..

— Ami, vamos no banheiro — Juliana puxou a amiga.

— Porra, Yan — Rafa bufou — Tá ligado que a gente sempre combina de assistir o jogo tranquilo aqui e tu traz elas?

— Minha namorada, pô — falou sério — Vocês são meus amigos e estão tratando assim ela?

— Se você escolheu ela, é aquele ditado, nós vamos fazer o que? — Sarah falou.

— Se as duas fizeram barraco tu manda ir embora, irmão — Léo falou bravo — Quero saber delas irritando as minas aqui não.

— Isso aí amigo — Fernanda se pronunciou pela primeira vez sem encarar ele.

Logo as duas voltaram e sentaram com a gente, fizemos a Katia e quanto mais evitar a presença melhor. Bianca tentava a todo custo irritar a Fernanda, mas a minha amiga é tão foda que fazia a plena. Rafael apertou a minha coxa e eu olhei pra ele — Quer pedir o que? — perguntou — Só almoçou hoje?

— Não deu tempo que comer mais nada a tarde, tava muito corrido — resmunguei.

— Depois desmaia aí — me olhou — Quer pedir uma porção de batata? — concordei sorrindo — Sabia, espera aí que eu vou pedir direto no balcão — levantou.

Fiquei conversando com as meninas até sentir um cutucão no meu ombro, olhei pra cima — Oi Pedro.

— Suave, pequena? — perguntou e eu concordei — Tá aqui pra torcer pro Verdão?

— Eca — fiz careta — Sai dessa que eu sou Corinthiana.

— Que coisa feia — deu risada — Posso falar contigo lá fora? — perguntou e o Rafael se aproximou.

— Sua comida já vai chegar — falou sentando ao meu lado e batendo na minha perna — Eai, irmão — dei um sorriso falso pro Pedro. Rafael pra malhação 2019.

— Tudo certo, irmão? — coçou a nuca,

— Tudo ótimo — sorriu debochado.

— Vou indo, depois a gente se fala. Beleza? — concordei e ele saiu.

— Garoto pela saco — resmungou — Queria o que contigo?

— Conversar lá fora — dei de ombros.

— Sei bem esse conversar — riu irônica — Tua batata já já tá aí.

— Obrigada, chatinho — beijei a bochecha dele.

— Meu casal — Fernanda bateu palmas.

— Sai dessa, amiga — revirei os olhos e ele me encarou — Que?

— To só de olho na senhorita, dona Ayla — falou e eu olhei confusa. Menino doido.

Minha batata chegou e começou o jogo, fiquei comendo só observando os meninos sérios prestando atenção e as duas doidas falando o quanto os jogadores são gostosos — Túlio também — O narrador aumentava a rapidez e só assim eu percebia que iria dar gol, tomei uma puta susto quando o Rafael começou a gritar e me puxou pra um abraço.

— Porra, loirinha — me abraçou — Tu é pé quente, porra — deu um selinho e eu fiquei sem reação — Vai Corinthians, porra — gritou.

— Nunca mais te chamo, Ayla — Léo cruzou os braços puto — Fica aí dando sorte pro teu macho e esquece dos amigos.

— Chora parceiro — Rafael zoou com a cara dele — Agora eu só trago a loirinha pra me dar sorte, né não? — apertou as minhas bochechas e me deu outro beijo.

Ele nem tinha percebido o que tinha feito e nem notou o olhar raivoso em nós, já que ele não liga eu que não vou ligar. Fiquei sentada comendo enquanto ele apertava a minha coxa de leve nervoso. Chega fiquei toda sem ar.

O jogo terminou e eu levantei pra ir ao banheiro antes de ir embora, o pessoal já estava na porta do bar. De longe eu vi o Rafael
conversando com a Juliana, me aproximei da galera e abracei o Leonardo. Tava só o pó da rabiola. — Tenho que ir lá pagar a minha conta — me afastei dele mas ele me puxou de volta.

— Teu mozão já pagou — Fernanda falou e eu olhei confusa — Bem vinda a família, priminha.

— Tá namorando o Túlio e eu não to sabendo? — perguntei.

— Jamais eu namoro uma pepeca, tenho uma imagem a zelar — ele deu risada e abraçou ela.

— Bora? — perguntei — To morrendo de sono.

— Vou chamar o nosso uber — Túlio pegou o celular.

— Eu vou levar vocês — Rafael se intrometeu — Falou pra vocês — se despediu e me puxou pela mão. Dei tchau pra todos e fui com ele.

— Sou a própria vela, que vida cruel — Túlio resmungou.

— Cala a boca — entrei no carro. Fomos tranquilo até em casa, ele já sabia o caminho mesmo e eu já tinha liberdade pra ficar à vontade no carro dele. Túlio foi atrás cantando uma música que tocava no rádio, mas cantou na língua dele porque aquilo tava longe de ser inglês.

— Entregue — estacionou e me olhou.

— To indo, não precisa jogar na minha cara — Túlio saiu do carro e eu dei risada.

— Boa noite — apertei a trança da porta mas ele me puxou.

— O que eu já te falei sobre não se despedir direito? — perguntou me beijando.

— Logo você que estava ocupado quase agora — arranhei a nunca dele.

— Ocupado? — me encarou e deu risada — Ela tava enchendo o meu saco só, já falei que não quero nada com aquela doida.

— Não precisa dar satisfação pra mim — sorri — Não temos nada.

— E se eu quiser ter? — segurou o meu rosto — Como que fica?

Boa noitinha pra vocês rssssss Se não tiver menos que 100 comentários eu nem continuo amanhã. Beijo

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora