Capítulo 28

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Ayla

Passei o meu sábado jogada em casa sem fazer nada, pedimos pizza à noite e ficamos assistindo filme de terror até anoitecer. Túlio como sempre falava que não tinha medo de dormir depois de ter assistido invocação do mal mas foi deitar comigo no meio da noite.

Domingou com festa de família e ter que aturar parentes chatos com um sorriso na cara. Tomei um banho e coloquei um macacão curtinho, não passei nada na cara até porque não tem necessidade de ir bonita em almoço de família,

Fomos com os meus pais no carro deles o caminho todo discutindo, Túlio insistia em dizer que sorvete de milho é melhor do que sorvete de limão. Achei ofensivo demais.

Chegamos na casa da minha vozinha e já dava pra ouvir o samba do portão, berrei pra ver se alguém abria logo porque eu queria comer antes que chegasse o resto do povão e acabasse até a farofa. Tia Léia veio abrir o portão e o Túlio revirou os olhos, ele dizia que tal mãe tal filha.

- Queridos! - falou assim que abriu - Entrem, já estão todos lá no fundo almoçando.

- Ninguém espera mais ninguém - meu pai reclamou e entrou com a minha mãe.

- Oi tia - abracei ela e o Túlio bufou.

- Oi querida - olhou para ele - Oi pra você também sobrinho, quanto tempo que eu não te vejo.

- Graças a Deus né tia? - falou irônico e entrou. Fui para os fundos e todos já estavam sentados comendo, dei um oi geral e peguei o meu pratinho. Ata que eu iria esperar a comida acabar, nunca.

- Oi vozinha, feliz aniversário viu? - Abracei ela segurando o meu prato com farofa. Equilíbrio pra não deixar cair nada no chão.

- Oi minha filha, já chega comendo e nem me cumprimenta - reclamou.

- Sabe como ela é, vó. Já chega correndo pra comer, tem síndrome do prato vazio - Túlio falou abraçando ela.

- Sai pra lá, seu viado fedido - respondi e ele mostrou a língua. Terminei de colocar o meu almoço e sentei no meio dos meus primos. - Coloca coca pra mim Guto, por favorzinho. - Pedi fazendo a cara de cachorro que caiu da mudança.

- Folgada demais, parceiro. - Colocou e eu sorri agradecendo. Começaram a conversar na mesa sobre um assunto aleatório que eu até poderia responder mas estava muito concentrada comendo.

Maria Eduarda chegou segurando carvão, tinha ouvido que ela foi comprar com o meu tio. Apenas absorvi e continuei comendo, eu que não iria dar ibope pra quem não merece. Túlio notou a presença dela e arrumou a postura, ele não perderia a oportunidade de atentar ela, ainda mais com motivo.

- Pega o mata mosquito, já encontrei um aqui - Ele falou alto. Sempre foi assim, ele chamava ela de mosquito desnutrido e ela não gostava, o que instigava mais o apelido que eu nunca entendi.

- Bem que eu senti o cheiro de viado no ar - ela respondeu e eu revirei os olhos.

- Vou nem falar o seu cheiro, é meio indecente pra falar no meio de um almoço de família - respondeu dando uma garfada.

- Começou a melhor parte do almoço, agora que tá bom - Guto falou bebendo a coca dele, sabe aquele primo que adora ver a treta rolando e fica só instigando mais? Ele é esse.

- Crianças, chega né? - Tia Léia chamou a atenção e o Túlio revirou os olhos.

- Eu nem fiz nada, titia - respondeu irônico. Ela sabia bem o que a filha tinha feito e morria de medo da minha vó descobrir, seria puxão de orelha pra tudo que é lado.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora