Não vejo outra saída [EM REVISÃO]

Capítulo 54

Duas semanas depois

Ayla

Foi estranho passar as últimas semanas longe do meu viado favorito, querendo ou não ele alegrava todos os lugares em que passava. Guto e Fernandoca estavam inseparáveis e ele insistia que iria casar com ela, logo o moleque piranha. Já Sarinha e o meu amigo estavam mais distantes, segundo o pouco que ela me disse eles não estavam dando muito certo estando 100% próximos e o motivo era o ciúmes do Leonardo, mas assumir que é bom...

O corno da vez estava pagando de papai do ano, parou de falar com a gente e muito menos olhava na nossa cara, todos já sabem que o filho não é dele, mas quem disse que ele acredita?

Ultimamente eu ando querendo matar o Rafael pelo jeito tranquilo dele, a ex piranha que não foi muito bem ex vivia mandando mensagem no direct dele mas ele nunca respondeu porque já sacava as intenções dela, mesmo assim me deixa com um pé atrás.

Aquele ridículo não perdia a mania de me apressar, não deixava nem eu me arrumar direito pro role de hoje, barzinho + Atitude 67, adiantava eu ameaçar ele?

— Olha que horas são e você ainda tá passando essas coisas na cara — bufou sentado na minha cama.

— Tá impaciente? — olhei pra ele — Então vai na frente que depois eu vou de uber, que saco.

— Mané ir de uber, acelera aí.

Passei meu rímel e levantei pronta pra ir com o senhor cara de cu, descemos e nos despedimos dos meus pais que não estavam nem aí pra nada, só o Farofa que ficava tristinho quando a gente saia. Ligou o carro e eu prendi o meu cabelo com uma presilha que tinha por ali jogado, mó calor do cão. Respondi a mensagem da Nanda perguntando se nós já tínhamos chegado falando que já estávamos no caminho, liguei o rádio e fiquei preparando as minhas cordas vocais pra daqui a pouco.

Pegamos uma mesinha mais na frente do palco porque sem condições de não ficar pertinho daqueles amores. Logo o resto da trupe chegou e nisso veio o Léo acompanhado com uma morena que ele tava pegando nos últimos dias e a Sarah com o Caio, Nandinha tava abraçada com o Guto que ligava pro Túlio só pra fazer inveja, ele ficava puto ou chorava de raiva.

— Quer beber o que, amor? — Rafa me abraçou por trás.

— Cervejinha mesmo — concordou e chamou o garçom. Olhei pra esquerda e encontrei da Maria Eduarda mais afastada do grupinho, acompanhei o olhar dele e achei o Guilherme beijando um ruiva. Eu sabia que eles estavam tendo algo e é claro que já sabia que ela sempre foi apaixonada por ele, era novidade os dois terem terminado. Por mais de toda treta eu conheço aquela cara de quem tá sofrendo ou que vai chorar, peguei meu celular e abri desbloqueei o número dela.

— Mensagem
Eu: quer sair daí?

Ela visualizou e me procurou no meio das pessoas, assim que me achou concordou com uma cara quase de choro. — Avisa o Rafa que eu já volto, tá bom? — Falei no ouvido do Guto e ele concordou.

Sai do bar e encostei no muro esperando ela sair também, assim que me viu começou a derramar algumas lágrimas. Ela pode ter feito tudo de mal comigo, coisas que nem em outra vida eu faria com ela mas continua sendo a pessoa que eu cresci e dividi todos os meus momentos, não consigo ignorar e fingir que não ligo. — Vem cá — puxei ela pra um abraço e ela começou a chorar — Eu to aqui, se acalma.

— Me perdoa — falou soluçando — Me perdoa por tudo.

— Já perdoei — limpei as lágrimas do rosto dela — Quer me contar o que tá acontecendo?

— Eu fui uma filha da puta com você, acreditei neles e fui fiel a todo momento — voltou a chorar — Eu só cai na real que eu estou sozinha agora, eu não tenho mais ninguém...

— Você e o Guilherme terminaram? — perguntei e ela concordou — Então você acha que está sozinha porque o seu relacionamento acabou?

— Não, eu to sozinha porque tudo o que eu acreditei era mentira, não só ele como todo mundo dali — me olhou — Eu fui uma burra, uma idiota, eu trai a única pessoa que esteve ao meu lado em tudo..

— Chega — segurei o rosto dela — Você não vai ficar aí se destruindo pra voltar tudo o que você já passou, tá legal? — concordou — Você errou pra caralho, não te reconheci nos últimos meses mas tudo isso acaba aqui. — puxei ela pra outro abraço.

— Eita porra, tá tudo bem aqui? — Guto perguntou — Não tá não, você tá péssima Maria Eduarda.

— Guto! — repreendi e ergui uma sobrancelha pra ver se ele entendia o que tava acontecendo.

— Eu também to aqui — ele puxou ela abraçando em seguida — Não deixa essas merdas te controlarem de novo.

— Porque você tá fazendo isso? — perguntou pra ele.

— Porque por mais que tu seja um pé no saco eu continuo sendo o seu primo e cuidando de vocês duas apesar de tudo, tá ligada? — concordou — Vai me contar o que aconteceu pra você chorar desse jeito? — olhou pra ela — Você não voltou a...

— Não — falou rápido — Eu só percebi que to sozinha e cercada de gente ruim, não consigo sair disso sozinha.

— Pois você vai sair disso com a nossa ajuda, não é? — Guto concordou — Já fizemos isso uma vez e vamos fazer novamente, agora limpa esse rosto e vamos voltar lá pra dentro.

Boa noite pessoas!!
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