Capítulo 38

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Leonardo

— Você é sem noção garota — falei — Olha a situação que a sua prima está, olha em volta e vê se a gente tá preocupado com outra coisa?

— Não é a primeira e nem vai ser a última vez nesse hospital, daqui a pouco ele vai estar de boa — deu de ombros.

— Cala a sua boca, Ana Carolina — Sarah se separou de mim — Você não precisa nem estar aqui, nunca se importou com o meu avô e não vai ser agora que vai se importar — falou alto.

— Você se faz, né garota? — deu risada — Toda mimadinha pelos avós só porque mamãe e papai morreram. — Pensa num ódio, essa mina nunca vai ser suportável nessa terra e eu nem sei da onde ela puxou tanta arrogância e mal caráter.

— Chega Ana Carolina — Dona Lurdes repreendeu ela — Sua falta de noção me assusta, ou você cala a boca ou você vai embora. Me escutou?

— Desculpa Vó — abaixou a cabeça.

— Vem — segurei na mão da Sarah e levei ela até alguns bancos. Ficamos meia hora em silêncio esperando alguma noticia, cada minuto ela tremia mais e só aparecia mais gente da família.

— Família Borges? — um médico se aproximou — Sou o doutor Henrique e estou acompanhando o caso do Senhor Maciel.

— Ele vai ficar bem? — Sarah perguntou.

— Houve um problema no coração dele e depois de todos os procedimentos só nos restam operar. Ele vai entrar agora na sala de cirurgia e quando eu tiver notícias eu falo com vocês, tá bom?

— Obrigado doutor — agradeci e puxei ela pra sentar ao meu lado. Ela deitou a cabeça no meu ombro e eu aproveitei pra pegar o meu celular e entrar em contato com o pessoal.

— Mensagem [Trupe]
Eu: gente (21h47min)
Eu: to no hospital da lapa com a Sarah, o vô dela passou mal e vai ter que se operado.
Nanda: to indo pra aí
Ayla: passa aqui e me busca, vou também.
Rafael: Vcs tão precisando de algo?
Rafael: Quer q leva alguma coisa?
Eu: não parceiro, ela precisa de apoio agora.
Yan: Rafa, me busca aqui q eu também vou.
Nanda: já fica pronta q eu to saindo daqui @Ayla.
Ayla: tá bom, amiga.
Ayla: Fala pra Sa que nós já estamos indo.

Bloqueei o celular e acariciei o cabelo da Sarah, uma tia dela trouxe água pra ver se a acalmava e me entregou um copo também. — O pessoal tá vindo, tá bom?

— Obrigada — agradeceu e deitou de novo no meu ombro. Uns 20 minutos depois a Ayla com o Túlio e a Nanda apareceram, se aproximaram e cada um abraçou a Sarah. Dava pra perceber a Ana encarando a Ayla e ela nem tchum pra garota, nem nessa hora para de causar.

— Quer alguma coisa, amiga? — Ayla agachou e se apoiou nos joelhos da Sarah.

— Não, obrigada — negou e logo o Rafael com o Yan chegaram também.

— Oi baixinha — Rafa abraçou ela — Tamo aqui, você sabe né? — ela concordou — Oi — deu um selinho na Ayla e depois abraçou a Nanda, se não fosse pelas circunstâncias eu tiraria onda dos dois.

— Eai, irmão — Yan segurou no meu ombro — Vai dar tudo certo.

— Vamos rezar pra que sim — Ayla sentou no banco de espera da frente ao lado do Rafael.

— Amiga, você não tá com frio? — Túlio perguntou.

— Eu trouxe um moletom pra ela, tá lá no meu carro — peguei a chave.

— Eu pego — Rafael levantou e puxou a Ayla. To só de olho.

Ayla

— Tu não tá com frio só com essa blusa aí não? — Rafa perguntou quando entramos no estacionamento e eu neguei. — Você viu quem tá lá dentro? — perguntou parando.

— Vi sim — concordei — Não me abala e nem vai tirar a minha atenção, eu to aqui pela Sarinha e não por ela.

— Nossa que mina determinada essa — apertou as minhas bochechas e me beijou. Destravou o carro do Léo e pegou dois moletons que estavam jogados no bando de traz.

— Então — cocei a nuca — Você vai fazer isso na frente de todo mundo?

— Isso o que? — perguntou confuso.

— Você sabe — olhei pro lado — Me beijar e tal...

— Era pra ser segredo? — olhou sério.

— Sei lá — dei de ombros, eu realmente não sabia — A sururu vai ver e bater o rádio fofoca, não sei se você quer mais essa confusão.

— Não ligo pra isso — me abraçou — E você também não deveria ligar, mete o foda-se.

— Tá bom, então — voltei a caminhas e ele entrelaçou os nossos dedos. Deus, quanto tempo eu não andava assim com alguém, chego até a ficar nervosa.

Voltamos pra sala de espera e entreguei os moletons pros dois, sentei do lado do Túlio e o Rafa sentou ao meu. Ficamos nós 6 sentados no silêncio só aguardando respostas, levantei e perguntei se alguém queria café, só a Sarah quis então sai na máquina de café no corredor ao lado. Peguei um copinho e coloquei um pouco, olhei pro lado e vi a sonsa parando e cruzando os braços.

— Posso te ajudar? — perguntei colocando o café no copo.

— Você não tem vergonha na cara, né? — perguntou e eu olhei debochada.

— Quem não tem vergonha é você, seu avô em uma cirurgia séria e a sua família precisando do seu apoio mas tudo o que você está ligando é vir aqui me afrontar. Amada, tenha senso — falei calma me virando pra sair.

— Você tá aqui pra me afrontar — afirmou.

— Não — olhei pra ela — Eu to aqui pra confortar a minha amiga, não tenho tempo e nem interesse pra pessoas como você.

— Mas tem tempo pra pegar o ridículo do Rafael? — perguntou — Isso é baixo até pra você.

— Baixo pra mim? — dei risada — Já que você vai divulgar pra Deus e o mundo, sim eu e o Rafael estamos ficando. E baixo até mesmo pra mim, que estou pegando o cara que você sempre babou mas ele nunca nem ligou pra sua existência — me olhou brava — Pensa que eu nunca reparei?

— Escuta aqui, garota — segurou o meu braço.

— Escuta aqui você — apertei a mão dela — Eu não dou a mínima pra sua existência, não ligo pro que você pensa ou acha de mim, então é melhor você me soltar antes que você se altere e passe uma vergonha aqui.

— Tá tudo bem aqui? — Rafael perguntou olhando pra mão da Ana que apertava o meu braço.

— Tudo ótimo, só tava colocando a Ana no lugar. Aliás, ela me disse que era muito baixo para mim ficar com você — me olhou e depois olhou para ela, que já soltava fumaça pelos ouvidos — Você liga pra isso? — perguntei sonsa.

— Jamais — puxou a minha nuca e me deu um beijo rápido. Olhei pra Ana que saiu bufando, eu ein.

Boa noite pessoas, bj até amanhã.
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Ps: vou escrever capítulos mais longos, prometo pra vocês ❤️

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora