Capítulo 10

34.9K 2.2K 716
                                    

Ayla

Acordei puta com a vida, levantei e tomei um banho pra ver se toda raiva sai da minha pele. Coloquei um vestido longo bem soltinho e corri pra pegar carona com o meu pai pra faculdade. Hoje tava tudo agitado, até porque todos estavam ansiosos pra noite. Fiz as minhas obrigações e fui pro trabalho, hoje para o meu estresse estava lotado e corrido, não tive tempo pra respirar.

- Ayla querida - minha chefe encostou no balcão - Leva esse prontuário pra doutora Alice da pediatria, por favor.

- Levo sim - sorri e fui em direção do consultório. Não era muito perto então fui navegando nos meus devaneios, pensando em que roupa eu usaria hoje à noite na festa. Abri a porta e fui ao balcão. - Aqui o prontuário que vocês pediram - sorri, a recepcionista ia falar algo mas foi interrompida por uma voz que eu conhecia muito bem.

- Consulta das 17h pro Martim - virei pra encarar a vagabunda que estava respirando o mesmo ar que eu - Oi Ayla, até esqueci que você trabalhava aqui. - Vitória falou segurando um pacotinho fofinho no colo. A criança não tem culpa dos pais serem tão filhas da puta.

- Claro que sim - sorri debochada e me preparei pra sair.

- Não vai conhecer o Martim? - perguntou. Olhei pra ele que sorriu tranquilamente dormindo.

- Ele é muito lindo, parabéns - respondi segurando as lágrimas.

- É a cara do pai - sorriu debochada. Concordei e sai dali o mais rápido possível. Porque isso tudo me afeta tanto?

Entrei no banheiro do consultório e me permiti chorar, chorar por tudo o que aconteceu e chorar por estar chorando. Lavei a minha cara e voltei ao trabalho.

Cheguei em casa, tomei um banho e hidratei o meu cabelo, enquanto esperava o tempo passar fui procurando o que eu iria vestir. Escolhi um top preto e uma calça preta também, lavei o cabelo novamente e me arrumei. Fiquei jogada na sala esperando os meninos me buscarem, porque eu funciono na base da carona.

- Bora gatinha - Yan gritou.

- To indo cacete - reclamei trancando o portão - Olá pessoas - cumprimentei a Nanda e o Léo que também estavam no carro.

O local da festa era um galpão enorme, todo iluminado e já dava pra ouvir o som de fora. Rafael e a Sarah chegaram, fomos todos em direção da entrada e só foi necessário falar o nosso nome porque já estávamos na lista. Tinha tanta gente, tanto homem bonito que eu nem vi na faculdade e claro, lá estavam as pessoas que eu chamava de amigo até uma semana atrás. Passei reto e fingi que nem vi, fui ao bar e peguei algum drink doce e forte pra já começar o aquecimento.

- Vamos dançar, vem - Sarah me puxou. Os meninos foram dar uma putivolta e a Nanda já estava descendo até o chão.

Começou a tocar vários funks pesadões, fizemos uma filinha e ficamos dançando. Senti uma mão segurando a minha cintura e já virei preparada pra dar um socão mas um sorriso maravilhoso me interrompeu. - Pensei que você não iria vir - Pedro sussurrou no meu ouvido.

- Eu falei que vinha - falei e ele sorriu.

- Posso dançar com você ou vou levar um fora?

- Fica a vontade - sussurrei em seu ouvido. Quem tá na chuva tem que se molhar, não é? Comecei a rebolar no ritmo da música e ele me sarrava direitinho acompanhando a minha bunda.

- Sabe quanto tempo eu quero fazer isso? - perguntou e passou os lábios no meu pescoço - Tempo suficiente pra eu não querer perder mais tempo.

- Então não perde - me virei ficando de frente a ele. Segurou com uma mão na minha cintura e outra no meu pescoço, em questões de segundo a sua boca já estava em contato com a minha, aquele beijo calmo e bem gostosinho. Roçou os lábios no meu e deu um sorriso.

- Matei a vontade que eu segurei por anos - sorriu, um garoto apareceu e falar algo pra ele que eu não consegui escutar. - Eu tenho que resolver um B.O aí, mas se no final da noite você ainda estiver disponível eu volto pra te dar um tchau. Me deu um beijo na bochecha e saiu
.
- Amiga que gatão - Fernanda gritou.

Rafael

Hoje tava lotado, não dava nem pra andar direito, um amigo do Leonardo arranjou a entrada na parte de cima que dava visão pra tudo, chamamos as meninas mas elas preferiram ficar embaixo dançando então só avisamos que estamos de olho, até porque não da pra deixar elas sozinhas por causa do pessoal louco que tem. Peguei um long e fiquei apoiado na grande que tem visão de tudo, Leonardo cuzão vazou com uma amiga da Sarinha mesmo sabendo que depois vai escutar pra caralho, Yan tava comigo só observando e avaliando.

Passei o olhar e encontrei as meninas dançando, foi involuntário o olhar pra raba da Ayla, a garota era nojenta pra caralho mas rebolava uma maravilha. Fui interrompido pela Juliana me abraçando e dando um cheiro no meu pescoço, essa menina é sensacional.

- Tá afim de ir lá no fundo? - perguntou dando um sorriso malicioso.

- Bora - segurei na cintura dela e fomos para um canto afastado do galpão que era bem escuro. Ela já veio feroz no beijo, parecia que ia arrancar um pedaço da minha boca e como eu não sou negar só segurei mais forte na cintura dela e empurrei pra parede. O meu amigo já tava acordando e ela já tinha percebido, enfiou a mão dentro da minha calça na intenção, como era escuro não tinha risco de ninguém ver. Começou uma massagem bem lenta enquanto eu beijava o seu pescoço, se continuasse assim eu ia ter que desenrolar um canto melhor. Na hora que eu ia começar a apertar a coxa dela começo a escutar uma discussão próxima, soltei no pulo quando reconheci a voz da pessoa.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora