Capítulo 22

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Ayla

Entrei e dei de cara com o Túlio jogado no sofá, me olhou com um sorrisinho malicioso e logo sentou. Ele sente o cheiro de sacanagem de longe, não da nem pra esconder.

- Tava dando né? - perguntou e eu neguei.

- Só uns beijinhos - sentei do lado dele.

- Com quem? - encarei - O loirinho? - concordei - Viada, tu não é mole não. Certíssima - bateu palmas.

- Af não era pra eu ter feito isso, mas o feitiço é forte e eu sou fraca - choraminguei.

- Aí prima, pelo amor de Deus vai dar logo pra esse macho e tira essa teia aranha do Lucas de ti - falou e eu olhei brava.

- Nem toca no nome desse animal que ele parece, pelo amor de Deus - resmunguei - tu nem sabe da maior...

- Conta - virou pra mim e deu um sorrisão, pensa numa bicha que ama fofoca.

- Fernanda mandou um monte de áudio pro Yan falando que amava ele e cantando Marília Mendonça ontem. - tampou a boca chocado - Pois é, foi a sua pitu que fez isso.

- Minha? Jamais! - se defendeu - Ela só tomou coragem pra fazer o que ela tinha vontade. - pegou o celular - Vou até mandar mensagem pra ela - entrou na conversa e começou a gravar áudio - Amiiiiiga sua louca, falou pro boy que amava ele, agora é só se jogar na cama, abrir as pernas e toma - dei risada.

- Túlio do céu para com isso viado - joguei a almofada nele - Vai na resenha com a gente?

- Ta perguntando isso pra mim? Logo eu rainha da cachaça, claro que vou né paixão - concordei.

- Amanhã eu não trabalho, graças a Deus!

- Então vamos fazer o que? Shopping?

- Tava querendo mudar o visual - me olhou empolgado - Nem começa, tu inventa demais pra mim.

- Vou te levar no salão, vai ficar lindíssima - falou pegando o celular - Lembra da Chris? - neguei - Então, ela tem um salão mara aqui em São Paulo e nós vamos lá.

Aproveitei que não iria trabalhar amanhã e fiquei madrugando com o Túlio, assistimos um monte de filme de terror e depois quem disse que tivemos coragem de subir as escadas? Dormimos na sala mesmo, os dois jogados no mesmo sofá e o farofa no meio. Acordei tarde e já tinha passado a hora de ir pra faculdade, nem liguei, um diazinho não mata ninguém. Tirei as pernas pesadas do viado de cima de mim e levantei, fiz minha necessidades e fui pra cozinha procurar algo pra comer.

- Bom dia - Túlio entrou coçando os olhos - Ta comendo o que aí?

- Pão, quer? - ofereci.

- Uhum, da um pedaço - neguei - Orra Ayla, da um pedacinho só.

- Enfia no cu - dei o pão inteiro e ele sorriu.

- Eu gosto - deu um sorrisinho.

Comemos e ficamos fazendo nada a manhã inteira, era tão bom ter ele aqui comigo, meio que preenchia e curava a dor que a Maria Eduarda fez em mim. Tomei uma banho e fui com esse viado me atormentando pro salão da amiga dele.

- Chris sua linda, que saudade - abraçou uma mulher alta com o cabelo enrolado maravilhoso - Essa é a minha prima, trouxe ela pra você fazer um milagre.

- Idiota - bati no ombro dele - Ayla, prazer.

- Senta aqui lindona - apontou pra cadeira - Vamos ver o que podemos mudar.

Me arrependi amargamente de ter falado pro Túlio que queria mudar o visu, ele sempre foi vidrado nessas coisas e é claro que não iria deixar eu sair daqui do jeito que eu cheguei. Não tive nem local de fala, ele foi olhando as paletas de cores e escolhendo tudo enquanto eu só observava a merda que iria acontecer. A Chris começou a mexer no meu cabelo e me tranquilizar, eu entreguei na mão de Deus e peguei o meu celular pra passar o tempo.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora