Capítulo 43

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Rafael

Os lanches chegaram e todo mundo começou a atacar, menos o Túlio que tinha ido dar os perdidos dele. A gulosa comeu tudo num piscar de olhos e ficou sentada com a mão na barriga, é impossível achar que ela é forcada, tudo o que ela faz é tão simples que me assusta.

Yan voltou sozinho e sentou na mesa, olhamos sem entender nada, corno tá boladão. — Que cara é essa? — perguntei.

— Bianca me estressa — bufou — Ficou falando na minha cabeça porque eu não tinha chamado ela pra vir comigo aqui, depois quis ficar lá fora e agora queria que eu fosse com ela num churrasco de um pessoal aí.

— E tu não foi porque? — Sarah perguntou.

— Eu vou em todos os lugares com ela e os amigos, mas ela não pode ficar de boa na minha vez? — reclamou e pediu uma cerveja pro garçom.

— Pro relacionamento funcionar tem que ter sacrifícios dos dois lados — Guto falou.

— Obrigado — Yan respondeu irônico.

— Agora se for pra tu ficar irritado e dando patada aqui é melhor ir, irmão — Léo falou — Ninguém tem culpa se a gente não curte ela e prefere curtir contigo sozinho.

— To de boa — Yan respondeu — Vou pedir um lanche desse pra mim também.

— Tá muito bom amigo, pena que eu to cheia senão pedia mais um — Ayla falou e eu dei risada. Ela é pique Magali, come tudo e mais um pouco. — Eu amo essa musica — deu um pulo quando começou a tocar Xote da Alegria — Dança comigo, por favorzinho — pediu fazendo um bico, sou muito rendido não é possível.

— Bora — levantei.

— Eu quero também — Nanda levantou.

— O que você não pede sorrindo que eu não faço chorando. — Guto levantou também.

— Eu nem pedi pra você, iludido — se fez e foi puxada por ele pra frente do palco.

— Eu que não sou boba vou também — Sarah levantou — Bora Leonardo — puxou ele.

— Vamos — Ayla me puxou também, olhei pra trás e acenei pro Yan que ficou lá sozinho e abandonado como um boi triste. Segurei a cintura da Ayla e fiquei bem pertinho dela, começamos a dançar e ela dava cada sorrisão — Pra que chorar sua mágoa, se afogando em agonia — cantou baixinho.

— Contra tempestade em copo d'água, dance o xote da alegria — continuei e ela me olhou com os olhos brilhando, se aconchegou mais nos meus braços e continuou dançando.

— Eu sempre quis dançar essa música desse jeitinho assim, sabe? — falou no meu ouvido.

— E porque nunca dançou? — perguntei.

— Ninguém nunca quis dançar comigo — deu um sorriso triste.

— Me sinto honrado por realizar um sonho simples mas importante igual esse, vossa excelência — respondi e ela gargalhou.

Começou a tocar Xote dos Milagres e eu dancei com ela também bem agarradinho. Ela quis ir ao banheiro e eu fui acompanhar, mó perigoso a mina ir sozinha em lugares assim. Ela entrou e eu fiquei esperando encostado numa muretinha, não deu nem um minuto e eu já vi uma figura parado na minha frente. Eu não tenho paz nessa vida nunca, rapaz.

— Tá me olhando porque? — perguntei pro Lucas.

— To só vendo essa sua cara de pau, tá querendo dar o troco em mim? — perguntou e eu dei risada.

— Tá achando que eu to com a Ayla por causa de você? — perguntei rindo.

— Você não tá com a Ayla — respondeu irônico — Você só tá comendo ela por inveja de mim, como sempre, não é? — falou e eu me irritei.

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora