Capítulo 46

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Ayla

— Não te interessa — Andreia respondeu e ele olhou ofendido — Vai mostrar a casa pra Ayla, vai — me empurrou.

— Eu mostro se eu quiser — Andreia olhou brava pra ele — Vamos conhecer a casa? — perguntou animado.

— Vamos — dei um beijo na bochecha da mãe dela e saímos da cozinha.

— Posso saber sobre o que vocês estavam falando? — perguntou enquanto subíamos as escadas.

— Você parece aquelas velhas fofoqueiras, aquieta o cu — respondi.

— Deixa você também — resmungou — Só de raiva eu não vou te levar pra comer quando você estiver com fome.

— Quero só ver — abri uma porta e eu entrei — Esse é seu quarto? — concordou. Olhei em volta e era enorme, tinha uma porta no canto que deveria ser o banheiro e varias fotos espalhadas por todos os cantos. — Você quem virou? — apontei uma.

— Minha mãe — concordei — Ela sempre reclamou que o meu quarto era muito vazio e espalhou as fotos — abri a porta que dava passagem à varanda e eu juro que dava pra chamar os amigos e fazer um churrasco só nesse lugar. Me apoiei no parapeito e fiquei olhando a paisagem que dava vista aos fundos da casa e do resto do condomínio.

— Tá pensando no que? — perguntou me abraçando por trás.

— Aqui é bem bonito — entrelacei nossos dedos e ele me abraçou mais forte — Porque você não mora aqui?

— É muito grande — apoiou o rosto na curva do meu pescoço — E eu prefiro morar lá com o Léo mesmo — concordei — Minha mãe tá empolgadona com você aqui, parece até que eu anunciei um casamento.

— Eu percebi — ri — Ela me abraçou umas quatro vezes só na cozinha.

— Ela tem medo de eu terminar sozinho — pausou — Sozinho em tudo e sem família.

— Porque? — perguntei ficando de frente a ele.

— Porque eu nunca me importei com isso ou pensei no futuro com alguém, tá ligada? — concordei — Não é uma coisa que eu to acostumado.

— Acostumado com o que? — desviou o olhar — Hm? — beijei o pescoço dele.

— Vou ser sincero, beleza? — concordei apreensiva — Eu não sei fazer esses bagulhos não — riu nervoso — Eu to gostando muito do nosso lance e até demais, to com o cu na mão porque eu me emocionei em duas semanas contigo, e é diferente porque eu não to acostumado a sentir o nervoso toda hora que eu to com você, entendeu?

— Eita porra — agora quem riu de nervoso fui eu — Você nunca fez isso e tá com medo, imagina eu que já fiz e quebrei a cara, vamos deixar rolar mesmo e sem pressa, beleza? — concordou — Agora é a hora que você fala que vai me levar pra comer quando eu estiver com fome sim.

— Tu só pensa nisso, né? — apertou as minhas bochechas e me deu um selinho.

— Não — neguei — Eu penso nisso também — puxei a nuca dele encostando os nossos lábios, nosso beijo era pura sintonia e calma, dava pra perceber que nenhum dos dois queriam correr com isso. Escutamos a porta abrir bum estrondo e eu pulei assusta, olhei e vi a Raí com os braços cruzados.

— Eu não acredito que você me trocou por ele — falou brava.

— Aceita pirralha, eu vejo a Ayla mais vezes que você — ele rebateu.

— Sério isso? — me olhou — Eu falei pra você namorar o oftalmologista da clínica e você escolhe justo o meu irmão? — fez cara de nojo.

— Que médico é esse? — Rafael cruzou os braços igual a irmã, era impossível negar a semelhança dos dois.

— Ele é lindo, inteligente, super legal e deu chocolate pra nós duas na última que vez que eu fui lá — respondeu e ele me olhou.

— Eu não tenho nada a ver com essa discussão de vocês — falei.

— Vem que eu vou te mostrar as fotos — Raí me puxou e eu sai arrastada.

Ela me levou até o quarto todo rosa e ficou me mostrando as fotos com as amiguinhas gringas, era cada passeio que ela fazia que eu só vou fazer parcelado em 64 vezes sem juros e no cartão de crédito. Conversei bastante com ela mas fui interrompida com o meu celular apitando disparadamente.

— Mensagem (4)
Leleo: Ayla do céu
Leleo: eu te falei caralho
Leleo: falei q eu ia pegar essa mina no pulo
Leleo: tu nem acredita oq eu descobri
Eu: AÍ ME CONTA
Eu: CONTA LOGO
Leleo: Eu tava de boa jogado no sofá, aí chegou mensagem de um parceiro meu perguntando se a Bianca não era namorada do Yan e eu concordei, ele disse que ela tava na mesma festa que ele beijando o moleque lá todo no agarramento e na frente dos amigos dela (áudio)
Eu: eita porraaaaaaaaa
Eu: sério amém, agora o boi vai deixar de ser boi
Leleo: e tu acha que ela vai acreditar na gente ou naquele Maria chuteira? Ela vai fazer ele de mó otario e ainda colocar a culpa na gente (áudio)
Eu: não é possível q ngm tirou foto dos dois
Leleo: n tiraram carai, todo mundo ali se ajudam nas babaquices
Leleo: mas eu já tenho um plano, fica só vendo.

Desci as escadas correndo atrás do Rafael, encontrei ele na sala com a mãe e o padrasto e já me aproximei ofegante, mal cheguei e já to queimando o meu filme. — Rafael você nem acredita — sentei ao lado dele.

— Já to até vendo a merda que aconteceu — apertei o áudio e coloquei no ouvido dele — Eu não falei, cara?

— Tadinho do meu amigo — coloquei meu celular no colo.

— Em corno a gente faz carinho entre os chifres — dei risada.

— Para de ser ruim — bati no braço dele.

— Não é questão de ser ruim, pô — me olhou — Eu já avisei varias vezes que a mina não era certa pra namorar, que quando eles ficavam sério ela pegava o mundo todo e depois ligava pra ele. Adiantou?

— Quem é esse? — mãe dele perguntou.

— O Yan, mãe.

— Ele é corno? — concordei — Tadinho, tão novo.

— O Léo falou que ele não vai acreditar na gente e que já sabe o que vai fazer — deitei a cabeça no ombro dele.

— De qualquer jeito ele vai sofrer, nunca vi ser tão burro pra se apaixonar assim.

— Mas não é a gente que escolhe né, ele poderia estar bem lindo e completo com a Nanda mas quem disse que é ela quem o coração dele quer? — falei.

— Toda filosofa — deu risada.

Passamos o resto do dia com a família dele mas como domingo acaba rápido eu já tinha que voltar pra minha humilde residência e descansar pra mais uma semana. Já estávamos no caminho pra minha casa, ele dirigia batucando alguma musica que tocava no rádio e eu olhando o grupo no WhatsApp. Como o Túlio iria voltar pra BH na outra segunda ele queria ir pra praia e aproveitar o último final de semana dele aqui em SP, por enquanto, porque ele planeja vir morar aqui.

— Você vai pra praia? — perguntei pro Rafa.

— Você quer ir? — concordei — Então vamos.

— Vou falar que no seu carro tem vaga então — concordou e voltou a batucar. Enviei a mensagem e combinamos tudo direitinho, sexta à noite vamos sair daqui pra ir a uma apartamento da família do Léo. Rafa estacionou em frente a minha casa, me despedi do jeito que ele enche o saco e entrei.

Atenção pessoas, essa viagem vai causas bastante então rsrsrssssss
Ps: não sei se vou conseguir escrever mais hoje, vou tentar mas já sabem 🙁

Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora