Não vejo outra saída [EM REVISÃO]

Capitulo 1

Antes de tudo, quero avisar aos novos leitores que não acompanharam o desenvolvimento do livro que mais pra frente a estética e outros traços ficam melhores. Aliás, mais pra frente há o anúncio do meu Instagram porém quem quiser me acompanhar e saber das outras novidades pode me seguir lá (@ficdixxmb)

Boa leitura ✨

Ayla

Sem chão foi como eu me encontrei a exato um mês atrás, perdida a tudo e desconfiada de todos. O que aconteceu comigo foi algo simples: uma traição em um relacionamento de 3 anos que resultou em uma nova vida. Tão simples como descobrir em um dia normal da minha vida que o meu namorado vai ser papai e a mãe no caso não seria eu, mas sim a menina que ele sempre dizia que era louca por dar em cima de um menino compromissado.

Como eu descobri? Bom, na clínica onde eu trabalho tem várias especialidades, eu trabalho recepcionando os pacientes de fonoaudiologia mas em um certo dia tive que substituir a recepcionista da obstetrícia. Agora imagina o choque de você estar trabalhando e a próxima consulta ser da menina que vivia se metendo no seu relacionamento, além disso, o número de emergência ser o do seu namorado. Depois foi questão de horas pra ele me contar que seria pai com a maior tranquilidade do mundo e pedir desculpas como se resolvesse tudo.

O pior de ter sido traída por alguém que eu planejava dividir o resto da minha vida foi receber mensagens de tudo que é gente falando como eu deveria seguir a minha vida ou querendo detalhes de tudo, porque sim, após a verdade (uma semana depois) ele divulgou pra Deus e o mundo como era gratificante ser papai ao lado da barriga de 8 meses da sururu.

Eu escolhi a opção de fugir de tudo, desativei minhas redes sociais, peguei as férias e o dinheiro que eu estava acumulando pra ir viajar com o traste e fui bem longe, passei minhas últimas semanas no Rio com uma amiga, mas como nem tudo são flores, a vida não pode parar e fevereiro chegou ao fim.

Hoje, último dia do mês, voltei para a grande e amada São Paulo, cidade que carrega meus chifres espalhados e a fofoca do momento "por onde será que anda Ayla Müller?" estilo Gossip Girl. No momento estou eu sentada no chão desfazendo minhas malas enquanto minha mãe e a minha prima me encaram como se eu fosse um alienígena, acho que elas nunca esperavam que eu iria realmente voltar.

-- O que? - perguntei olhando o olhar espantados das duas — Vão ficar me olhando até quando?

— Filha — suspirou, ótimo começou o que eu menos queria agora. — Você está bem? É que nós estamos preocupadas com você.

— Mãe, para por favor, eu estou ótima —mentira mas ninguém precisa saber.

-- Cala a boca Ayla, todo mundo sabe que você tá mal — A sinceridade da Maria Eduarda, minha prima no caso, é tão incrível que parece que ela não tem filtro. - Que foi? Eu não vou fingir que ninguém ficou comentando sobre tudo o que aconteceu.

— Eu sei que todos comentaram, eu sei que todos vão me olhar igual vocês duas estão me olhando — apontei para elas — E sinceramente, vocês querem que eu faça o que? Fuja mais? Perca a minha faculdade e o meu emprego estável aqui por causa daquela merda toda?

— Nós achamos essa opção melhor, eu e o seu pai podemos te ajudar a se manter em outro lugar, assim você pode viver longe de toda essa história — ela olhou apreensiva — Querida, ele nasceu semana passada e se chama Martim.

— Quer que eu faça o que? — ok, não esperava ter notícias tão cedo e tudo bem Ayla, você não ficou abalada — Eu desejo tudo de bom para o bebê, sério, mas não vou fugir por causa disso tudo. Agora xô — apontei para a porta — Preciso arrumar as minhas coisas porque amanhã começa tudo de novo.