Capítulo 83

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Rafael

— Eu pensei em ensaiar o que dizer ou o que fazer mas cheguei na conclusão que nada funcionaria — me aproximei — Não tem um jeito certo pra fazer isso e muito menos perfeito, e por agora não ser o momento perfeito ele acaba sendo perfeito, entende? — ri nervoso — Eu quis fazer o momento mais importante das nossas vidas com todos que realmente importam e significam algo na nossa trajetória, então.. — fiz um sinal chamando o pessoal — Nada mais importante que o nosso pessoal.

— Aí meu Deus — Ayla começou a chorar assim que viu todos se aproximando. Léo, Nanda, Sarah, Guto, Túlio, Madu, Gui, Yan...todos ali.

— Eu te amo tanto e sei que você é a coisa mais certa da minha vida, você me bagunçou e me confundiu em todos os momentos mas não há mais nada que eu ame do que tudo isso — limpei as lágrimas que começaram a cair — Eu quero fazer isso na presença desse velhão aí, quero poder te fazer feliz e prometer o céu a você, eu não vejo outra saída a não ser viver o resto da minha vida com você — ajoelhei — Ayla Müller, você quer casar comigo?

Sim — pulou nos meus braços mesmo estando fraca — Eu te amo demais.

— Eu também te amo, dragãozinho — puxei ela pra um beijo mas fomos atrapalhados pelo Farofa que não era fã de gestos carinhosos em público.

Ela se afastou olhando pro pai que não aguentava a emoção, acho que não há nada mais valoroso para o pai do que viver todos os momentos importantes presente e ao lado do seu bem maior.

Não tinha uma pessoa naquele jardim que não estava chorando, era foda assistir ela chorando no colo do pai que mal se aguentava acordado ali.

— Desculpa atrapalhar mas precisamos levar o senhor Bernardo de volta ao quarto — o médico sorriu fraco, e eu concordei.

— Vem amor — tentei puxar ela, que negou — Vida, ele precisa subir, vem.

— Eu não quero perder ele — me abraçou chorando, olhei pra todos que se aproximaram, no fim, estávamos todos li juntos em um só abraço.

Nanda

Ninguém conseguia tirar a dor deles, não tinha o que fazer e essa era a verdade. Os médicos falaram que ele ainda não estava partindo mas que faltava pouco tempo para isso.

Nós nos reunimos e passamos a madrugada em claro planejando um casamento que tinha que ser feito às pressas, não poderia demorar e teria que ser o mais simples possível. O que chegava a ser impossível considerando que a noiva mal se alimentava e passava horas tomando soro, dormindo ou chorando.

Tia Fabi trouxe o vestido de noiva dela que era coisa mais linda desse mundo, tia Deus a ajudou e encontrou uma costureira as quatro da manhã. Os médicos concederam poucos minutos pra cerimônia já que ele não iria aguentar mais que isso, os mais íntimos viriam e iria ser algo bem reservado mesmo.

Meu primo estava o caco, os meninos conseguiram levar ele pra casa descansar, já que estava aparente que ele não dormia fazia uns bons dias.

O casal Portugal estavam acampados no hospital mesmo, as enfermeiras que super estavam nos ajudando auxiliaram com um espaço mais adequado descansarem.

As seis e meia da manhã estávamos nós na porta de uma floricultura obrigando o dono abrir pra nos atender, ninguém iria medir dinheiro ou esforços pra fazer esse momento único.

— Ela comeu? — perguntei me aproximando do pessoal na cafeteria.

— Consegui fazer ela comer uma maçã — Sarah respondeu — Já é alguma coisa.

— Ela tem que se alimentar pra não desmaiar durante a cerimônia — Léo falou.

— Conseguiram o cerimonialista pra fazer as coisas aí — Guto perguntou.

— Sim — Túlio respondeu — Segundo o site cerimonialistas.com eu fui aprovado pra fazer a união — dei risada.

— E o meu primo conseguiu alguém do cartório pra trazer os papéis e assinar na hora — Gui sorriu.

— E o noivo? — perguntei.

— A tia Andreia vai trazer ele junto com a Rai como daminha — Madu sorriu.

— Sabe, o mais importante é estar todo mundo junto pra apoiar eles — Sarah falou — Não sei como começou essa família mas sei que é a coisa mais importante que temos agora e eu nunca quero perder isso — começou a chorar.

— Ah Sarinha, assim você me faz chorar também — Guto abraçou ela deixou algumas lágrimas caírem.

Ela estava certa, a nossa família unida era a coisa mais importante no momento.

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Não vejo outra saída [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora