Maratona (1/3)
dez meses depois...Ayla
— Cara eu ainda não acredito nisso — dei risada.
— Eu também não, esses dois são doidos da cabeça — Sarah riu.
— Vocês tão é com inveja da gente — Guto respondeu.
— Inveja irmão? — Rafa pegou uma cerveja — Que Deus me afaste desse mal — olhou pra mim — Né meu amorzinho?
— A Ayla concorda, né prima? — Túlio deu risada.
— Eu concordava também mas olha a que ponto eu cheguei — Nanda sorriu — No meu pré casamento e um puta anel de noivado no dedo.
— Finalmente né, eu não aguentava mais esperar pra chegar esse dia — Guto respondeu.
— Esperar o que? — perguntei — Tu pediu a Nanda em casamento não faz nem dois meses, maluco.
— E namorou por cinco meses — Sarah bebeu a cerveja — Tá parecendo que você é a noiva, não vê a hora de casar.
— Não vejo mesmo — abraçou a sua quase esposa — Vou ficar esperando pra que? Eu não sei o dia de amanhã e eu tenho certeza que é ela quem eu quero.
— Iti o bebê tá todo apaixonado — Léo chegou apertando a bochecha dele — Comprei as marvadas.
— Tu que comprou? — Guilherme perguntou — Nem do carro você desceu, teu cara de inútil.
— O meu apoio moral é o que conta, beleza? — dou um beijinho no ombro e eu gargalhei.
— E o Yan, não vai aparecer? — perguntei.
— Sei não — Guto respondeu — Depois daquele dia eu nunca mais vi ele.
— Mas também é foda né — Rafa respondeu — Ele ir se declarar pra Fernanda com o casamento marcado e bem no dia que vocês entregaram os convites.
— Ele nunca me amou, sempre foi fogo no cu e quando ele ficou perdidão na vida foi atrás de alguém pra ajudar ele se recompor. Eu até entendo, ele tá confuso pra caramba e depois do acidente parece que só piorou — Fernanda falou.
— E depois do que aconteceu com a Bianca tudo piorou o que nem tinha como piorar, os dois no hospital — falei. Os últimos meses foram tensos e corridos, não totalmente mas teve alguns problemas sérios.
— Nossa eu não sei pra que você foi inventar de me colocar responsável pelas almofadinhas da aliança — Madu chegou — Eu nunca mais sou madrinha de casamento, vocês estão me ouvindo?
— Tó uma gelada pra você acalmar os humores, amor — Guilherme entregou uma cerveja pra ela.
— Você quem quis — Nanda deu de ombros.
— E você não devia ter deixado — ela bufou — Sua prima já se recuperou da porrada que ela levou? — perguntou pra Sarah.
— Ela tá lá com o braço quebrado e toda roxa, ninguém mandou se meter com homem casado e principalmente nesses morros da vida — Sarinha respondeu.
— Mas a bichinha levou um supapo enorme, agora eu acho que ela vai tomar vergonha na cara — Túlio deu risada — E foi na força mesmo.
— Cadê o teu mozão? — Guilherme perguntou pra ele.
— O viado tá no Rio trabalhando, aí dele se aprontar...
— Corta o pinto dele pra fora primo — falei e ele deu risada.
Ficamos mais um tempo conversando, mas já ia dar dez da noite e amanhã seria um grande dia. Como já era de se imaginar o Yan não foi na nossa mini despedida de solteiro, não sei se é por ele estar cheio de vergonha ou pelas sequências de coisa que ele passou nos últimos tempos.
[FlashBack]
📲
— Sarah fala devagar pelo amor de Deus — pedi.
— O Yan sofreu um acidente de carro, o carro capotou ladeira abaixo.
— Meu Deus — senti um aperto no coração.
— Eu to indo pro hospital com o Léo, ele já avisou o Guto e a Sarah, te encontro lá?
— Ok, já to indo.
📲— O que foi amor? — Rafael perguntou apreensivo.
— O Yan sofreu um acidente de carro — respondi — Não surta porque você vai ter que dirigir até lá.
Saímos de casa o mais rápido possível, o Rafael não tinha trocado uma palavra comigo, o jeito dele sempre foi assim de ficar quieto quando algo muito grave acontece.
Entramos na sala de emergência e eu corri pra abraçar a Tia Cinthia, ela só sabia chorar e dizer que a culpada era a Bianca por tudo isso. E pra ser sincera, todos nós estamos sentindo uma pontada de culpa, seja por não ter insistindo mais ou por não ter deixado ele sair sozinho.
Ficamos em silêncio aguardando notícias sobre ele, o único som que emitia na sala de espera era as orações baixinhas da família dele, o que apertava o meu coração.
— Parentes de Yan Guedes? — um médico apareceu e todos concordaram — Bom, o acidente foi grave e decidimos não opera-li agora, se tentarmos fazer algo ele pode não resistir. A pancada na cabeça foi muito forte então vamos esperar pra ver se o cérebro desincha pra nós conseguirmos tomar outras decisões.
— Meu filho — tia Cinthia abraçou o pai do Yan tremendo de tanto chorar.
Nós não sabíamos o que dizer e nem o que fazer, apenas ficamos ali dando apoio e resolvendo passar a madrugada ali com eles. Apesar dele ser a pessoa mais trouxa que eu já conheci nesse universo ele não merecia tudo isso, prestes a se formar e depois de ter contado todo sorridente que queria se especializar em pediatria, um coração muito bom pra tanta maldade.
[Fim do FlashBack]
— Você quer que eu leve lá pro lugar que vocês vão se arrumar? — Rafa perguntou me abraçando de frente ao portão da minha casa.
— Não precisa amor, eu vou com as meninas.
— É pra ficar bonitona, eu lindo desse jeito não posso passar vergonha — falou e eu dei um tapa no ombro dele — To brincando vida, você sabe que eu te amo demais.
— Fica esperto viu — bati no braço dele — Até amanhã no casamento amor — beijei ele e entrei em casa.
Como o Túlio já tinha se mudado pra São Paulo a minha casa estava vazia e tristinha, não tem como negar o fato que eu amo casa cheia e lotada de gritaria.
E além disso o bonito estava namorando, não sei da onde ele tirar alguém que suportasse ele todos os dias e muito menos aguentar a sinceridade alta dele, mas eu conseguia ver a felicidade no olhar.
Entrei em casa e fui tomar um banho bem relaxante, ser madrinha de casamento não é uma missão fácil e amanhã eu tenho a total certeza que vai ser um dia corrido.
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Não vejo outra saída [EM REVISÃO]
RomanceApós descobrir que seu namorado espera um filho de outra garota, a vida de Ayla Müller muda da cabeça aos pés. Decepcionada e sem rumo, recomeça a sua vida conhecendo outras fronteiras e em uma dessas conhece alguém que é capaz de reconstruí-la, mos...