Treinando

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- Vamos lá, Nott! _ chamo meu melhor amigo _ Não queria aprender a duelar?

Kevin e Rebeka Parkinson estão sentados perto da fonte, estamos todos dentro do Salão Comunal da Sonserina, todos nós estamos num tédio total e fazia dias que Nott me incomodava para aprender as regras básicas de duelar, os feitiços simples.

- Finalmente vamos ter alguma coisa para fazer. _ ele diz levantando com a varinha em mãos.

Kevin olha para o outro lado do salão, onde Geórgia está rindo com as amigas e a Rebeka não tira os olhos dos meus movimentos, eu não a entendo, será que ela não entendeu que não quero nada com ela? Mesmo eu tendo deixado claro na última festa que fomos?

- Acho que isso vai ser interessante de se olhar. _ o Parkinson menino diz mesmo estando olhando para o outro lado.

- Se fosse tão interessante você estaria olhando para nós e não para tua última comidinha. _ antes de Nott pensar sobre o que falou, ele já tinha levado um soco no meio de sua cara.

- Respeita a garota. _ Kevin diz raivoso.

- Desculpa aí, esqueci que era a tua garota. _ Nott mexe com a mão em seu queixo, tenho certeza que deve estar doendo.

O grande problema de Alexandre Nott é que não sabia o limite, ele achava que só por ser nosso amigo nós tínhamos que aguentar suas conversas sem noção e suas falas venenosas, mas só ele podia fazer isso, vai eu ou o Parkinson falarmos de seu amor platônico por Dorcas Meadowes, ele partia para cima de nós, assim como nós fazíamos o mesmo, esse era o nosso limite de amizade: garotas.

- Fica esperto. _ encara sério ele.

- É só uma garota maninho. _ Rebeka era estranha, ela tinha uma implicância com a Geórgia que ninguém entendia.

Eu acho que só podia ser ciúmes de irmão, porque não tinha outra explicação, a garota não podia respirar um pouco mais alto que Rebeka já estava reclamando dela, Kevin até tentou entender no começo, mas no final desistiu, disse que não tinha tempo para as atitudes imaturas da irmã.

- Vamos começar? _ Nott pergunta querendo quebrar com o clima estranho que se formou.

- Já deviam ter começado. _ Parkinson diz sem olhar mais para a garota do outro lado do salão.

- Bom, primeiro temos que fazermos uma reverência um para o outro. _ abaixo o corpo ainda o olhando e depois volto ao normal _ Isso é um sinal de respeito que é passado de anos para anos.

- Mas e se eu não respeito o meu oponente? _ pergunta.

- Não importa se respeita ou não, só faz a reverência. _ Kevin manda.

Alex parece não gostar muito do modo como o amigo fala, mas não diz nada, é apenas o jeito do outro, ele faz uma meia reverência e olha para mim como se dissesse: "E agora?"

- Agora viramos de costas e nos afastamos dez passos, depois viramos já prontos para o ataque. _ explico.

Então nós dois nos viramos e nos afastamos, viro -me já pronto para a batalha, sorrio com meu pensamento, nunca que vou lutar contra outro bruxo por algo, não de um jeito mórbido, pelo menos.

- Agora é só começar. _ Rebeka fala antes que ele pergunte qualquer coisa.

- O primeiro feitiço normalmente é o Expelliarmus, porque você quer desarmar seu oponente e não realmente o machucar. _ Kevin explica para ele.

- Mas e se eu quiser o machucar? _ Alex pergunta.

- Tente a sorte então. _ o desafio, ele sorri debochado.

- Incarcerous!

- Protego! _ me protejo das cordas que iam me prender.

- Diffindo!

- Protego Totalum! _ me defendo de novo.

- Por que você não tá atacando? _ Kevin me pergunta.

- Ele a recém tá aprendendo. _ digo o óbvio.

- Olha a cara de quem ele tá se importando em te machucar ou não? _ da risada.

- Ele tá mandando os feitiços simples, aqueles que nem machucam. _ só umas lesões graves.

- E você não manda nada. _ ele debocha.

- Densaugeo!

Antes que ele possa se proteger seus dentes já estavam se alongando, agora é a minha vez de dar risada de sua cara, pelo menos eu sei me defender, enquanto ele, nem isso.

- Quem tá rindo agora, Alexandre? _ Rebeka pergunta gargalhando alto.

Me sinto mal por ele estar assim, mas tento não demonstrar, eu sou um sonserino não posso ficar com pena de pessoas que não tem a mesma habilidade que eu, mas eu sinto, sinto quando machuco alguém e sei que isso seria uma desonra não só para minha casa em Hogwarts, mas para a família Black.

- Merda Black! _ Nott reclama com a voz engraçada.

- Você que não sabe se proteger e eu que tenho culpa?

Forço uma risada debochada mesmo querendo correr para um livro para lembrar do contra-feitiço, droga qual era mesmo o nome daquela merda?

Os dentes de meu amigo estava encostando em seu peito e não parava mesmo assim de crescer, os irmãos Parkinson estavam rindo como se fosse a coisa mais engraçada e o resto do povo da Sonserina também, sinto novamente a culpa por Alex está sendo a chacota do dia.

- Cara, acho melhor irmos a Ala Hospitalar, a Madame Pomfrey deve saber como parar isso.

- Ou ele ficar assim para sempre. _ Rebeka ri mais ainda e Nott me olha desesperado.

- Cala boca! _ mando ela que fica quieta em um instante.

Puxo o braço de Alexandre e saio do Salão Comunal com ele reclamando em meus ouvidos, tento pensar que isso não teria acontecido se ele não tivesse incomodado, isso não estaria acontecendo, quem mandou você querer fazer alguma coisa também Régulo Arturo Black!

- Quando esta merda vai parar de crescer? _ quase não entendo o que ele diz.

- Daqui a pouco para. _ me limito a dizer o que nem eu sei.

"O que aconteceu?", "Por Merlin, quem fez isso?", "Ele tá bem?" é o que eu escuto das pessoas que estão pelos corredores quando passo com Nott, fora as gargalhadas e risadas que acompanham as perguntas, a verdade é que as pessoas não estão preocupadas e sim curiosas. Metade das pessoas que perguntaram é só para saber e no máximo três ou quatro querem realmente saber se ele tá bem, não sei se não é muito essas.

Depois de levar um ralhadão de Madame Pomfrey por brincarmos com coisas sérias, finalmente o Nott voltou a ter uma arcaria dentária normal e tenho certeza que nunca mais vai pensar em duelar comigo e eu posso agora dar risada da cara de meu amigo desesperado porque seus dentes estavam crescendo, sem culpa nenhuma.

Puro Sangue, Black [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora