2. Him

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adoro comentários e estrelinhas. boa leitura, bebês <3

NYC, nova york
09 de junho de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

— Perdão? - O tom de voz irônico da loira foi maior do que sua tentativa de ser gentil.

E ele ainda me olhava como quem estivesse tentando me decifrar.

— Me desculpe, o Senhor me lembra alguém. – Afirmei.

Eu definitivamente não podia acreditar naquilo.

— Uh. Ok. - E então ele saiu. Simplesmente saiu, enquanto eu ainda tentava absorver o que acontecera.

"E qual é o seu nome?" - Perguntei em meio aos beijos.

"Me diga o seu." - Ele tinha um tom naturalmente autoritário que eu achava sexy pra caralho.

"Me chame de Angel." - Sussurrei em seu ouvido e aquilo pareceu enlouquecê-lo, já que senti sua mão apertar minha bunda com mais força e ele se apressou em tentar retirar minha máscara de meu rosto.

"Não." - Sussurrei para a sua infelicidade e o mesmo bufou antes de descer os beijos para meu pescoço. Levei minha mão às suas costas por baixo de sua camisa social, e foi aí que me surpreendi. Haviam relevos sobre suas costas, como cicatrizes.

O loiro se afastou no mesmo instante e puxou minha mão agressivamente. Sua expressão mudou completamente e aquilo me assustou.

" Preciso ir. " - Seu tom de voz era frio.

Antes que eu pudesse tentar segurá-lo, ele sumiu entre a multidão.

Eu nunca mais o vi.

-— Angelina? Está me ouvindo? Perguntei sobre a sua disponibilidade. - Sua voz detestável me fez voltar à realidade.

— Ah, sim. Tenho disponibilidade para todos os dias da semana, a qualquer horário. - Não tinha, mas precisava do emprego. Sabia que poderia contar com Megan caso eu não pudesse ficar o tempo inteiro com meu irmão e minha mãe.

Ela raspou a garganta e então mordiscou os lábios, ainda pensativa.

— Por que eu deveria contratá-la?

— Senh... Amber. Eu realmente tenho muita paciência com crianças e com certeza saberei como diverti-la. Preparo qualquer petisco ou bebida que sua filha pedir e eu nunca fico doente. Uh... Eu também moro perto daqui, e se não souber fazer algo, com certeza vou me esforçar para aprender. Sou bem pontual também. Não me importo em fazer horas extras. - Eu jogava informações no ar e torci para não parecer uma desesperada, embora eu estivesse.

Ela me encarou silenciosamente e eu engoli em seco.

— Pode começar amanhã às nove em ponto?

Me surpreendi.

— Ah, meu Deus! Sim! Muito obrigada! - Eu estava tão empolgada que poderia sair dando pulinhos pela casa.

— Você é nova e bem-humorada, acredito que tem o melhor perfil para ela. Nos dias que eu ou Justin estivermos em casa, sua presença não será obrigatória. Não se preocupe, ligaremos com antecedência avisando. - Ela falava enquanto eu balançava a cabeça positivamente. — É uma menina de quatro anos. Ela adora filmes e histórias de contos de fadas e tem restrições alimentares.

— Sua filha é alérgica a quais alimentos?

— Não, querida. - Ela riu nasaladamente. — Sou eu que monto sua dieta. Elizabeth come apenas alimentos integrais no café da manhã, não toma sucos de caixinha e doces só são permiti... - E então ela começou com aquela baboseira que com certeza eu não iria seguir. Quem restringe tanto a alimentação de uma criança de quatro anos?

Eu estava tão animada que me esqueci do detalhe mais importante.

Eu trabalharia na casa dele.

E que Deus me ajude.

{..}

— Você tem certeza que era ele? - Megan estava tão perplexa quanto eu.

— É óbvio que eu tenho. E ele é mais gostoso ainda à luz do dia, se quer saber. - Minha fala fez a morena gargalhar.

— Eu não acredito que você pegou o seu patrão. - E então dei um tapa em seu braço.

— Eu não sei o que vai ser de mim. Naquela noite ele não havia me falado que era casado e muito menos que tinha uma filha, Megan. Eu me sinto a pior pessoa do mundo. - Afundei minha cabeça no travesseiro e tive meu grito abafado, logo voltando a olhar para minha amiga. — Eu não teria aceitado esse emprego se eu realmente não precisasse, fora que eles pagam absolutamente bem.

Ela riu e se aproximou.

— A culpa não é sua, bruxinha. Era impossível saber. - Ela colocou a mão em meu ombro. — Você nunca esqueceu aquela noite, não é?

E antes que eu pudesse responder, minha mãe entrou no quarto.

— Angel. - Sua voz suave invadiu o cômodo e me levantei para abraçá-la. Mesmo que devagar, eu sentia que ela estava melhorando apesar de suas recaídas. — Ethan foi me contar que conseguiu o emprego. Você me orgulha tanto.

— Estou fazendo isso por nós, mamãe. - Eu sorri e então a encarei. Seu quarto, como de costume, estava trancado quando cheguei e não pude contá-la, então meu irmão possivelmente o fez enquanto eu conversava com Megan.

— Meg. Não sabia que estava aí. Aceita alguma coisa? - Então foi Megan quem a abraçou.

— Obrigada, Eva. Eu já estava de saída. - Meg pegou sua bolsa em minha penteadeira e me deu um beijo na bochecha. — Preciso ir, sabe como meus pais são caretas. Parabéns de novo.

Ela se despediu de minha mãe que insistiu em acompanhá-la até a porta, me deixando sozinha em meu quarto.

Amanhã seria o grande dia.

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora