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nyc, nova york.
26 de outubro de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

Meus céleres passos eram o reflexo do arquejo que me envolvia naquele momento. A manhã deste sábado fora marcada por conflitos, pelos quais a tarde me trouxe a mais gratificante das recompensas.

Calcorreando o sofisticado lounge anexado à portaria, estávamos de frente para um dos elevadores. Pressionei o botão à minha frente e, em questão de segundos, o elevador estava presente ao nosso andar. Após entrar, utilizei minha mão livre para pressionar o botão que me levaria ao andar do loiro. Me virei para o espelho; era inconcebível não exibir um largo sorriso diante do que meus olhos contemplavam.

As batidas de um de meus pés ao chão refletiam uma tentativa falha de atenuar parte de minha ansiedade. Com a chegada do elevador ao andar de meu destino, a mesma pareceu se duplicar.

Atravessei o corredor em passos largos, inspirando profundamente ao me ver de frente para a porta de seu apartamento. Mordi meus lábios e pressionei a campainha, sentindo a presença de uma forte neurastenia mais presente a cada segundo de espera.

Engoli em seco ao ouvir a porta se destrancar. No instante em que a mesma foi aberta, me vi tomada por uma indescritível emoção.

Justin e Elizabeth se reencontraram.

— Papai! - A pequena em meu colo transbordava em euforia.

Justin não movera um músculo desde o encontro de seus olhos à sua filha; tamanha era a perplexidade presente em sua expressão, marcada por olhos arregalados em razão daquele momento por ele tão almejado.

— Elizabeth. - Sussurrou, tendo seus olhos iluminados pelas lágrimas que brotaram no mesmo instante.

Era notável o efeito da cena em sua expressão.

Sua consciência fora retomada no momento em que Justin tomou Elizabeth em seus braços em um abraço caloroso que pela pequena fora retribuído. Adentrei a cobertura, sendo sutil em fechar a porta sem deixar de observar a cena.

O choque inicial havia se cessado; naquele momento, Justin possuía sua respiração acelerada e seus olhos fechados, abraçando fortemente sua filha. Mordi os lábios em uma tentativa de controlar as lágrimas, vendo-me emocionada com a cena a qual eu presenciava.

— Eu senti sua falta, papai. - As singelas palavras da pequena Liz foram um estopim para que o loiro falhasse em conter sua emoção.

Pude ver uma lágrima escorrer por sua bochecha, seguida de outra. Embora ele tenha as limpado rapidamente, era claro o quão tomado por tamanha comoção ele estava.

E eu também.

Deixei que as lágrimas rolassem por minhas bochechas, sem tirar o enorme sorriso de meu rosto. Me aproximei, envolvendo meus braços ao redor dos dois em um abraço ainda mais caloroso.

— Você voltou para nós, meu amor. - Sussurrei à pequena, que abriu um sorriso ainda confuso. Sua inocência a impedia de ter noção sobre o quão grave foram os acontecimentos anteriores, mas seus olhos mostravam o quão radiante Liz estava ao rever Justin.

— Por que vocês estão chorando? - Indagou em confusão, despertando nossas risadas, o que cessara momentaneamente a comoção.

O loiro e eu nos entreolhamos em meio à emoção que nos tomava, logo voltando a encarar a pequena.

— Não estou chorando, amor. - Justin balançou negativamente a cabeça, colocando Elizabeth de volta ao chão ainda em êxtase. — Só estava com saudades.

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