29. After

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nyc, nova york.
25 de outubro de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

O luxuoso carro que nos levara à residência de Jeremy naquele momento parava frente ao extenso complexo populacional que abrangia nobres edifícios. Uma fração de segundo separou o momento o qual o automóvel fora estacionado do instante em que, gentilmente, o motorista nos abriu a porta.

Deixei o Range Rover seguida de Justin que, uma vez ao meu lado, murmurou breves palavras ao homem próximo a nós. Notei o mesmo se dirigir novamente ao interior do veículo, concluindo então que este seria por ele estacionado dentro do edifício à nossa frente.

O impacto da brisa vagamente fria contra minha pele parcialmente exposta provocou arrepios por meu corpo, fazendo-me suspirar em meio aos meus passos em direção à entrada do prédio. Justin pareceu notar a resposta de meu corpo à temperatura que nos rodeava; envolveu um de seus braços ao redor de meus ombros, puxando-me para si em um movimento sutil, o que me fez abrir um pequeno sorriso, ao passo que ele ainda possuía a usual ranzinza em seu rosto.

Breves passos foram necessários até que estivéssemos, tal como alguns convidados, presentes na portaria. Nossa identificação fora desnecessária; certamente o rosto de Justin era conhecido e, naquela noite, eu o acompanhava.

Nos direcionamos aos elevadores, pressionando os botões e, em seguida, aguardando a chegada ao nosso andar. Visto que um grupo de pessoas havia subido antes de nós, permanecemos sozinhos enquanto esperávamos pelo elevador que, em poucos segundos, chegou. Adentrei junto a Justin, observando-o pressionar, dentre vários botões, o que nos levaria ao andar do apartamento de seu pai.

Arqueei as sobrancelhas ao vê-lo suspirar profundamente quando as portas de aço se fecharam em nossa frente, como se durante toda a noite estivesse segurando o fôlego que não poderia soltar. Me aproximei, levando minha mão ao seu rosto ao notar a astenia presente em seu olhar.

— Está tudo bem? - Murmurei, acariciando sua bochecha.

— Está. - Assentiu e, por alguma razão, sua afirmação não me pareceu segura. — Você está tão cheirosa. - Sussurrou em meu ouvido ao me puxar para si, logo aproximando suas narinas da pele de meu pescoço e inspirando levemente a fragrância a qual eu usava. Levei minhas mãos ao seu tórax, permitindo-me desfrutar da sensação de ter o toque de seus lábios macios em meu pescoço.

Seu olhar encontrou o meu no momento em que seus lábios se afastaram de minha pele. O loiro tornou ainda menor a distância entre nós, selando nossos lábios em um beijo ao passo que eu sentia sua mão descer por meu quadril, provocando um calor em meu corpo que a cada segundo tornava-se mais presente.

Efêmero fora o momento o qual desejei vigorosamente, em vão, que não houvesse fim. Suspirei em lamentação ao notar as portas se abrirem, rindo ao ouvir o loiro resmungar e deixar o elevador junto a mim.

Segui seus passos até a porta, permanecendo em silêncio enquanto o loiro pressionava a campainha para, um segundo após, ter a porta aberta. Ainda receosa, adentrei logo depois de Justin, sendo sutil em fechar a porta atrás de mim.

A milionária cobertura contava com uma nobre arquitetura marcada por elementos modernos, tendo, em sua maioria, cores neutras. Jeremy exibia em sua sala nobres objetos de decoração expostos em áreas de maior visibilidade, estas as quais eu admirava enquanto caminhava pelo amplo espaço que compunha a sala. Desviei o olhar para o loiro que, exalando tensão, parou a frente de Jeremy e Chloe em meio a alguns convidados já presentes.

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