nyc, new york.
22 de novembro de 2019.a n g e l i n a p r i c e
Ao despertar de um sono o qual fora o meu passatempo durante grande parte da minha volta ao Brooklyn, lamentei-me internamente. Grunhi, retomando à dura realidade oposta aos bons sonhos que há pouco me serviam como único conforto.
Atordoada, levei meu olhar a vista familiar das modestas casas e comércios que formavam o meu bairro natal. Os poucos minutos que me restavam até que eu finalmente chegasse em minha casa seriam, certamente, silenciosos. Contrariando o usual, eu não estava para conversas.
Na verdade, minha maior vontade para aquele dia era, simplesmente, dormir. Dormir como se não houvessem problemas.
Mas sabia que aquela era uma tentativa falha de enganar a mim mesma. Problema era, talvez, uma palavra vaga demais se comparada ao caos que minha vida havia se tornado sem que eu ao menos me desse conta. De repente, me vi novamente sendo obrigada a segurar as lágrimas que insistiam em brotar.
Tentava em vão não me lembrar do exato momento de minha partida. Minha mente ainda processava incessantemente o instante em que Justin me olhava, da escada, enquanto eu partia. Sem dizer a ele uma só palavra desde a noite anterior, cá estou eu.
Intrigada, perdida.
Mas não sozinha.
— Chegamos, senhorita. – O aviso do taxista foi o suficiente para que eu acordasse de meus pensamentos.
Assenti, retirando de meu bolso a quantia exata do percurso. Murmurei um agradecimento ao entregar o dinheiro ao motorista e deixei o carro, sendo breve em retirar minha mala do porta-malas com a ajuda do homem. O agradeci novamente, então caminhando em direção ao meu pequeno prédio.
Uma vez dentro do mesmo, cumprimentei brevemente o porteiro antes de executar a árdua tarefa de subir degraus segurando uma bagagem nada leve.
Com o máximo cuidado possível, fiz questão de subir um degrau de cada vez. Inspirei profundamente em um suspiro de alívio ao finalmente me ver em meu andar, andando em ágeis passos em direção à minha porta. Em algumas batidas, rapidamente ouvi o som da porta se destrancando, revelando a silhueta de minha mãe.
— Angel! - A mais velha envolveu seus braços em volta de meu corpo, em um abraço apertado.
— Que saudade, mãe. - Sussurrei, desfrutando dos segundos de calmaria que aquele abraço me proporcionava.
Adentrei ao nosso apartamento, deixando que minha mãe arrastasse minha mala. Olhei em volta em uma breve procura pela pestinha que naquele momento me serviria de grande alegria, mas não o vi.
— Ethan está na casa de um amiguinho. - Ela pareceu ler meus pensamentos. — E então, como foi a viagem? - Perguntou em tom de entusiasmo, me puxando novamente para um abraço.
Tentei em vão sustentar o falso sorriso o qual abri. Poucos segundos após, deixei que as lágrimas as quais eu estava segurando caíssem aos montes.
— Você está chorando? - Minha mãe se afastou, franzindo o cenho em preocupação ao olhar para o meu rosto. — Angel, o que houve?
Neguei com a cabeça, desviando o olhar. Embora àquela altura meu rosto estivesse tomado por um forte tom de vermelho, eu insistia em reprimir meus sentimentos. Odiava preocupar a minha mãe.
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Angel
FanfictionAngelina Price é, em meio ao caos do poderoso empresário Justin Bieber, a paz que ele tanto precisava. A luz em meio a escuridão. A esperança em meio ao sofrimento. E em um coração devastado pela mágoa, surgirá um amor capaz de curar todas as suas...