40. Peace

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manhattan, nova york.
23 de novembro de 2019.

j u s t i n  b i e b e r

— Papai, quando a Angel vai voltar? – Senti o aperto em meu coração se intensificar com as palavras de Liz.

Inspirei em um suspiro profundo ao encará-la, logo após terminar de amarrar seus sapatos. Meus olhos eram fixos sobre seu delicado rosto, enquanto minha mente me levava além.

Engoli em seco, sentindo cada músculo ser tomado pela tensão que eu tentava, em vão, afastar. Eu não era capaz de me lembrar ao menos sobre uma única vez em que não pensei sobre ela desde que cheguei e, mesmo assim, eu não havia uma resposta para a pergunta de Elizabeth.

Me levantei, sentindo como se o amargo peso da frustração insistisse em me deixar ao chão.

— Logo. – Assegurei, transparecendo à pequena uma certeza que eu ao menos tinha. Segurei sua pequena mão, levando-a até a porta. — Vem, está na hora da escola. A Lucy vai levar você.

— Mas eu queria ir com você. – A pequena resmungou.

— Eu vou te buscar, tudo bem? O papai precisa ir para o trabalho. – Soltei um riso nasal ao notar que Lucy se divertia com as palavras de Liz. Segurei sua pequena mochila – que, por sinal, passava longe do discreto – e a entreguei. — Não posso comprar mochilas como essa para você se eu não trabalhar.

— Pode sim. É só vender algum carro. – Retrucou, para nossas risadas.

— Sempre espertinha. – Balançou a cabeça em negação. — Vamos, Liz. Você vai se atrasar.

— Tchau, amor. – Me abaixei à sua altura para beijar sua testa.

— Tchau, papai. – Se despediu, usando sua pequena mão para acenar para mim antes de deixar a nossa casa.

Uma vez sozinho, me vi novamente vulnerável aos pensamentos que me atormentavam desde o que aconteceu. Me sentei sobre o sofá, almejando o mínimo de estabilidade mental para, enfim, começar o dia.

Levei minhas mãos ao rosto, sentindo a tensão em meu corpo manifestar-se através de uma respiração intensa. Juntei minhas mãos e apoiei meu queixo sobre elas, acabando por direcionar meu olhar ao celular sobre a pequena mesa de centro. Bufei, falhando ao deixar-me levar por questionamentos os quais o simples aparelho provocava.

Desde a minha volta, não parei por um segundo de pensar sobre ela. Sobre a forma como ela me parecia esconder algo na noite em que tudo ocorreu. Sobre como ela estaria se sentindo.

E sobre como nós ficaríamos.

Eu estava um tanto quanto bêbado ao fim da festa de aniversário de Chaz. Angelina e eu éramos o casal prodígio, ou prestígio, segundo Ryan após sua milésima dose do que quer que estivesse bebendo. Me perguntava se, ao menos ele, sabia o que havia em seu copo.

Sendo, ao contrário dele, responsável, eu sabia a hora de parar. Estava sóbrio o suficiente para levar Angel até o banheiro quando ela afirmou se sentir mal.

E também sóbrio o suficiente para notar que eu conhecia a morena que terminava de limpar o bar quando desci.

Grace? – Sussurrei, notando o impacto de minha voz sobre a morena no instante em que a mesma deixou cair no chão o copo de vidro que segurava.

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora