11. Even Worse

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nyc, nova york.
25 de junho de 2019.


a n g e l i n a p r i c e

Ao fim do jantar, a casa ainda estava cheia. Da cozinha, Lucy, Marilyn e eu podíamos ouvir risadas altas vindo da sala, acompanhadas de barulhos de brindes e sons vindos do jogo que dois dos amigos de Justin jogavam no vídeo game. Caminhei até a sala de jantar, onde ainda haviam pratos e talheres sujos. Aparentemente, a comida estava boa. Nossa tarde se resumiu à limpeza na cozinha, preparo do jantar e fofocas sobre Amber.

— Não tenta, Christian, você sabe que sou melhor. - Pelo que pude entender, este se chamava Ryan. — Porra! - Resmungou, provavelmente começando a perder.

— Não conta vantagem. Otário. - Christian respondeu, e pude ouvir suas risadas.

Balancei a cabeça negativamente, voltando minha concentração à organização da grande mesa de vidro situada na luxuosa sala de jantar. Retirei cuidadosamente cada um dos lindos pratos de porcelana, juntamente com os talheres de prata. Com a ajuda de Lucy, deixei a mesa livre e então caminhamos até a cozinha.

— Essa é a babá que você contratou, mano? - Me virei rapidamente, deduzindo que a pergunta se referia a mim. Notei quem havia questionado: William. Todos já estavam há tempo suficiente para que eu decorasse seus nomes. — Gatinha, uh? - Revirei os olhos.

Justin não o respondeu; ao invés disso, pude ouvir seu longo e impaciente suspiro. Desde o exato momento em que ele desceu de seu quarto, sua expressão era vazia, porém, ao mesmo tempo, carregada de exaustão emocional, impaciência e desconforto.

O loiro possuía seu maxilar travado e seu olhar parecia perdido, enquanto encarava fixamente um ponto qualquer de sua enorme e luxuosa sala apenas para não olhar nos olhos de nenhuma daquelas pessoas. Inspirei profundamente. Em uma das primeiras vezes que pude analisá-lo e obter uma conclusão, para mim era óbvio o quão insatisfeito ele estava. Amber sabia disso, no entanto, parecia não se importar.

— Jeremy, você é um barato! - A gargalhada da loira ecoou pela sala.

Jeremy.

A presença daquele homem me trouxe uma sensação ruim desde o primeiro instante em que pisou nesta casa. Acompanhado de uma morena alta, linda e extremamente superficial que provavelmente não tinha mais do que trinta anos, Jeremy conversava com Amber há um tempo. Os dois pareciam se entender. Se entendiam ao ponto do homem não perceber que sua namorada estava comendo seu filho com os olhos há horas.

— Não foi nada demais, não perto do que passamos em Cancún, você se lembra, filho? - O homem se dirigiu ao seu filho, em um tom risonho.

O olhar de Justin para seu pai foi cortante ao ponto de fazer aquele sorriso sumir de seu rosto.

— Ele não o suporta. - O murmuro de Marilyn atrás de mim me causou um leve susto, só então me fazendo perceber que eu ainda estava os observando fixamente, sem a mínima cautela.

— O que? - Perguntei, mesmo sabendo do que ela estava falando. Marilyn com certeza sabia mais sobre Justin do que eu e poderia me falar um pouco sobre ele.

— Bieber odeia que seu pai venha aqui. - Marilyn disse, enquanto lavava os talheres sujos. Me apressei em secar tudo que já estava limpo. — Mas não sabemos o porquê.

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