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nyc, nova york.
4 de outubro de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

A manhã daquela quarta-feira era de um céu nublado tomado por nuvens, tendo a cor cinza como predominantemente.

Representava bem o meu humor para aquele dia.

Eu estava sentada sobre minha poltrona, permanecendo atenta ao meu trabalho ou, ao menos, tentando. Suspirei, frustrada com os mesmos pensamentos que desde aquele dia não saíam de minha mente.

Embora eu não admitisse, seu toque havia mexido comigo de tantas formas. Sentir suas mãos firmes pressionando meu corpo contra o seu junto ao seu hálito quente e alcoólico contra minha pele causaram em mim um conjunto de sensações que afloraram a minha libido ao ponto de me fazer pensar em única coisa naquele momento; tê-lo.

Libido essa que, minutos mais tarde, se transformou em um terrível constrangimento que deu seguimento à uma revolta. No dia seguinte, eu já estava no estágio querer sumir a cada vez que o via, o que me fez ter nada mais que um comportamento estritamente profissional.

Isso pareceu frustrá-lo, visto que a cada vez que eu cortava qualquer tentativa de aproximação, um semblante confuso tomava seu rosto.

Aquela fora a minha maior preocupação até a madrugada da noite de ontem, a qual se resumiu à insônia e crises da minha mãe que não só a desgastavam, mas desgastavam também a mim. Em dois dias, tive a mais absoluta certeza de que eu não era uma das preferidas do universo.

Senti algo vibrar em meu bolso. Era responsável o suficiente para não usar o meu celular durante o trabalho, no entanto, decidi que uma breve checada em minhas notificações não faria mal. Ao olhar, era uma mensagem de Megan. Abri um pequeno sorriso.

"Acabei de comprar o seu presente de aniversário".

Soltei um riso nasal ao notar que minha amiga se importava mais com o meu aniversário do que eu, já que minha cabeça era sempre tomada por preocupações e eu ainda não havia me dado conta de que meu aniversário se aproximava.

"Duvido que consiga guardar segredo até lá." - Respondi, rindo.

De fato, eu duvidava. Megan era ótima para guardar segredos importantes, mas não se controlava quando o assunto era segredos superficiais. Não ficaria surpresa se ela me ligasse desesperada para contar que me presentearia com meias de melhores amigas, ou colares de melhores amigas. Esses eram os típicos presentes que ela costumava me dar: algo que ela também pudesse usar, para, segundo ela, "ficarmos combinando".

"Veremos. Peter também comprou, mas o meu é melhor." - Ela respondeu. "Como está aí com o seu Christian Grey?"

Revirei os olhos.

"Eu te odeio. Preciso voltar ao trabalho, mais tarde nos falamos. xoxo".

Coloquei meu celular de volta em meu bolso, voltando ao trabalho. Em poucos minutos, meu celular vibrou novamente, me fazendo bufar já impaciente. Megan não havia entendido que eu não podia trocar mensagens durante meu horário de trabalho?

Retirei o aparelho do bolso, pressionando o botão lateral para chegar as notificações.

"Quero você em minha sala."

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora