6. Right Time

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nyc, nova york.
23 de junho de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

Alguns dias haviam se passado desde o meu primeiro dia de trabalho. Se antes meu olhos brilhavam com a ideia de trabalhar na casa de Amber, agora eles só expressavam um grande desgaste. Devo isso não só ao fato de uma rotina cansativa e uma patroa que para minha surpresa era insuportável, mas de um conflito interno que havia se instalado em mim desde que o vi.

Justin Bieber.

Sentia como se minhas esperanças representassem a pobre Sininho e Justin Bieber fosse um alto e exclamativo "eu não acredito em fadas".

Meu coração travava agora uma batalha contra a razão. Eu tinha total consciência de que ele possuía uma mulher - por mais detestável que fosse - e, céus, eles tinham uma filha juntos. Uma filha que, felizmente, nada tinha a ver com a mãe. Liz era uma criança amável e eu podia ver seus olhinhos brilharem cada vez que falava sobre seu pai.

Não era como se eu estivesse apaixonada, embora seus traços perfeitos não facilitassem nem um pouco a minha situação. Mas eu não podia negar que aquela noite havia mexido comigo. Seu beijo havia mexido comigo. E principalmente, a maneira como meu toque o fez mudar seu semblante em uma fração de segundo. Minhas tentativas de tirá-lo da cabeça eram falhas, e vê-lo todos os dias certamente não me ajudava.

Ah, Justin Bieber. Quem é você?

— Angelina? Angelina Vaughn Price, ainda está entre nós? - A voz de minha melhor amiga juntamente com seus estalos na frente de meus olhos me fez acordar de meus pensamentos.

— Acho que estou em outro planeta. - Soltei uma risada fraca e então levei o copo à boca novamente, bebericando mais um pouco do refrigerante.

— E esse planeta se chama Bieberlândia? - Megan arqueou suas sobrancelhas em uma expressão irônica, o que me fez revirar os olhos.

Era um domingo ensolarado, o único dia da semana em que eu tinha uma folga garantida, já que o sábado nem sempre era livre. Megan havia me arrastado para o shopping, embora meus planos fossem, basicamente, assistir televisão ou dormir o máximo possível.

— Idiota. - Sua gargalhada com minha resposta também me fez rir. — Enfim, do que estava falando?

— Estava prestes a te dar uma notícia bombástica. Na verdade, duas.

Bati rapidamente minhas duas mãos na mesa em leves tapas várias vezes seguidas, imitando o som de tambores.

— Estou namorando! - Disse Megan, com um enorme sorriso em seu rosto.

— Ah, meu Deus! - Arregalei os olhos e então abri um sorriso que mostrava toda a minha empolgação. — E quem é o sortudo?

— Jake!

— O editor da Tell Me More? Uau. - Sorri, antes de roubar uma de suas batatinhas. Há algumas semanas Megan havia me falado sobre um cara chamado Jacob que ela conheceu em uma boate, e, desde então, para a infelicidade de meus ouvidos, não havia parado de falar sobre ele.

— Ah, ele é maravilhoso. E eu tenho uma notícia melhor ainda. - Suas palminhas histéricas revelaram que provavelmente se tratava de algo muito bom.

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