25. You're my Sunshine

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nyc, nova york.
8 de outubro de 2019.

j u s t i n b i e b e r
{flashback on}

O relógio marcava exatamente meia-noite quando adentrei meu apartamento. Cautelosamente fechei a porta atrás de mim utilizando minha mão livre, visto que eu usava o outro braço para carregar Liz em meu colo. Minha filha naquele momento cochilava apoiando sua cabeça em meu ombro, resmungando a cada movimento minimamente brusco meu.

Me certifiquei de ter minha porta trancada, em seguida caminhando em lentos passos pela sala de estar em direção aos degraus que davam acesso ao segundo andar do duplex. Subi cada degrau com cautela, evitando ao máximo qualquer barulho que pudesse acordá-la. Uma vez no corredor, me dirigi ao seu quarto, poucos passos antes do meu.

Girei a maçaneta utilizando minha mão livre e entrei, me aproximando de sua cama, casualmente, repleta de pelúcias. Delicadamente, a deitei de maneira confortável sobre seu colchão, em meio a tantos travesseiros.

Boa noite, princesa. - Murmurei, depositando um beijo sobre sua testa.

Me virei, pronto para me dirigir ao meu quarto.

Papai. - Sua doce voz saiu em um tom falho. — Você pode ficar um pouco aqui? - Pediu.

Me virei novamente para a pequena, soltando um riso nasal.

— Posso. - Respondi, sendo ágil em retirar meus sapatos para então me deitar ao seu lado.

Apoiei minhas costas contra a cabeceira da cama, esticando apenas minhas pernas. Olhei para a pequena, que ao meu lado estava deitada tendo seus pequenos olhos fechados, agarrada ao seu inseparável gatinho de pelúcia. Levei minha mão à sua cabeça, executando delicadas carícias em meio às suas mechas loiras. Desviei meu olhar, tendo este agora fixado na vista para o horizonte noturno que as portas abertas da sacada me proporcionavam.

O céu era tomado pela graça das estrelas que o iluminavam, me remetendo a um único alguém.

Desde sempre fui um observador; a Terra e seus ciclos, a natureza e seus fenômenos, pessoas e suas auras. Naquele momento, desfrutava da vista da majestosa noite que caía sobre a cidade de Nova York, onde, a pouco menos de uma hora de mim, estava ela.

A naturalidade como aquilo acontecera havia - embora eu não houvesse demonstrado - causado um impacto maior sobre mim, certamente. O contraste de seu toque singelo junto à intensa firmeza com a qual eu a tinha em meus braços atestou um parecer; este que perpetuava-se em mim desde a noite em que nos conhecemos.

Eu tinha, naquele momento, a certeza de que estávamos conectados. Fossem talvez nossas almas, porventura os astros, os dogmas, os signos; seja qual fosse a conspiração, eu estava certo de que ela possuía sobre mim um efeito que, há seis anos, tinha certeza de que ninguém jamais teria.

Me perguntei se algum dia eu a deixaria saber.

— Papai. - Surpreendentemente, ouvi a sonolenta voz de Elizabeth.

Franzi o cenho, fixando meu olhar sobre a pequena.

— Pensei que estivesse dormindo, amor. - Soltei um riso nasal. — O que foi?

A Angel foi embora daqui por minha causa? - Murmurou.

— É claro que não! - Neguei, instantaneamente. — Por que está perguntando isso?

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora