14. White Flag, Black Flag

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nyc, nova york.
18 de julho de 2019.

a n g e l i n a p r i c e

A manhã daquela sexta-feira havia começado de uma bela forma. O céu perfeitamente azul contava com o ostensivo sol refletido no rio Hudson, dando a mim uma fantástica visão do horizonte de Manhattan. O dia perfeito para o que eu havia planejado.

Sentia os raios solares queimarem, suavemente, minha pele clara que, facilmente, anuiria a um tom avermelhado se a luz fosse um pouco mais forte. O verão desde sempre era a minha estação preferida e, há pouco, eu descobri que era também a favorita da garotinha com quem eu dividia meus dias há cerca de um mês. Elizabeth provavelmente ainda explodia de alegria em seu quarto enquanto eu a esperava, logo após terminar de arrumar sua bolsa para irmos à praia. Desde protetores solares à livros infantis, eu havia colocado tudo o que julguei necessário. Era cômico me sentir como sua mãe, tendo apenas vinte e um anos. Sorri ao me lembrar de quando tinha a sua idade e minha mãe fazia exatamente o mesmo.

— Ela já não deveria ter descido? - O questionamento de Lucy interrompeu meus pensamentos.

De fato, eu havia me dado conta. Liz não deveria estar demorando tanto apenas para calçar uma de suas várias sandálias.

— Eu vou subir e ver o que está acontecendo. - Afirmei, sendo rápida em subir os degraus que davam acesso ao corredor de seu quarto.

Conforme eu andava, pude ouvir a voz da pequena ecoar pelo corredor.

Mas não só a dela.

— Papai, está ficando bonito?

— Sim. Mas você precisa parar de se mexer tanto. - Justin respondeu.

Ao parar em frente à porta aberta de seu quarto, tive a perfeita visão do que estava acontecendo. Justin estava sentado na cama, segurando as mechas loiras do cabelo de sua filha em uma tentativa de formar algo ao menos similar a uma trança.

E estava falhando miseravelmente.

— Liz? - Segurando ao máximo o meu riso, me aproximei.

— Angel! O papai está fazendo um penteado no meu cabelo. - Sua empolgação mostrava o quanto a pequena acreditava fielmente de que Justin realmente sabia o que estava fazendo. — Eu estou bonita?

— Sim. - Sem controle, soltei um riso nasal e mordi os lábios. Olhei para Justin. Ele parecia pedir ajuda com os olhos. — Mas o papai precisa ir trabalhar, não é? Eu termino isso. - Me sentei na cama, empurrando as mãos de Justin propositalmente de forma grosseira. O loiro se levantou, parecendo impaciente.

— Mas o papai disse que vai com a gente. - Parei de rir quase no mesmo instante.

— Vai? - Impulsivamente, o encarei.

— Sim. - O loiro deu de ombros. — Por que a pergunta, Angelina? - Suas sobrancelhas arqueadas em uma expressão irônica despertaram em mim uma imensa vontade de acertar um soco em seu rosto.

— Por nada, Senhor Bieber. - Com um sorriso irônico, respondi no mesmo tom. Voltei minha atenção ao cabelo de Elizabeth, que mais parecia um ninho de passarinhos graças as habilidades cabeleireiras de seu incrível pai.

— Vou estar esperando na sala. - Justin murmurou olhando apenas para Liz, deixando o cômodo logo depois.

Precisei de paciência para desfazer os nós que o loiro havia feito no cabelo de sua filha na tentativa falha de formar uma trança. Por um momento, ri ao me lembrar das vezes em que meu pai fazia exatamente o mesmo e então minha mãe o repreendia.

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