7. Beginning

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nyc, nova york.
24 de junho de 2019.


a n g e l i n a p r i c e

No instante em que nossos olhos se encontraram, senti que estava segura. Justin possuía uma postura naturalmente autoritária e persuasiva e sua presença foi o suficiente para intimidar Liam, ainda que o mesmo tentasse esconder isso.

— Wow, não sabia que tinha um namorado. - O moreno se dirigiu a mim, sem tirar o sorriso sarcástico de seu rosto. — Aí, mano, eu não quero brigar não, tá legal?

— Então saia daqui. - Justin o encarava fixamente, seu olhar era como uma lâmina. E então, o loiro se aproximou de Liam, tornando ainda mais evidente o efeito causado no mesmo. — E aprenda a respeitar um não, entendeu?

Com uma riso nasalado, Liam se afastou do loiro e então olhou para mim, logo direcionando seu olhar a Justin novamente. Como se nada tivesse ocorrido ali, o vi deixar o local e caminhar rumo ao seu Toyota RAV4.

Era no mínimo lamentável saber que chegamos ao século vinte e um e grande parte dos homens ainda respeitavam apenas outros homens.

Enquanto o carro tornava-se cada vez menos visível em meio aos outros, eu ainda tentava processar o que havia acontecido.

— Está machucada? - O loiro perguntou, me fazendo dar conta de que ainda estávamos ali.

— Não. Está tudo bem. - Me esforcei para usar um tom de voz razoável, no entanto, minhas palavras saíram como um murmúrio.

— Não deveria estar sozinha à essa hora da noite. - Sua voz agora era mais suave em relação a segundos atrás.

— Eu não estou sozinha, vim com uma amiga e o namorado dela. Ele era só o amigo dele. - Abracei meu corpo e mordisquei os lábios após sentir um vento frio o suficiente para que eu me arrepiasse.

— Está com frio? - Justin perguntou e, por um segundo, observei sua jaqueta de couro preta que provavelmente devia ter sido mais cara que parte da minha mobília.

— Um pouco.

Em filmes de romance, essa seria a hora em que o galã daria à mocinha o seu casaco.

— Eu também. - Observei o loiro dar as costas e, como se eu não existisse, se dirigiu ao seu carro.

Uma aula de cavalheirismo.

— Espera! - O pedido saiu de minha boca num ato de impulso, juntamente com meu toque em suas costas. — Eu ainda não agrade...

— Não precisa. - Num movimento brusco, Justin afastou seu corpo de meu toque.

E eu já havia visto isso antes.

— Bem... minhas mãos estão limpas, apesar de eu ter tocado aquele idiota. - Meu comentário foi uma tentativa falha de fazê-lo rir.

— Tem dinheiro para voltar para casa, Angelina? - Com suas palavras cortantes, ele perguntou. Prestes a respondê-lo, o mesmo pareceu perder a paciência. — Olha, isso é para você, tudo bem? Não precisa me devolver o troco. - O mesmo disse enquanto abria a carteira que acabava de ser retirada de seu bolso e me entregava um total de trezentos dólares.

— Eu... Eu não preciso de tanto dinh... - Fui interrompida por sua voz que em minha concepção, possuía uma certa tensão.

— Preciso ir. - Sem ao menos olhar em meus olhos, o vi entrar em seu Lexus RX.

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora