12. Unpleasant Surprise

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brooklyn, nova york.
11 de julho de 2019.

a n g e l i n a p r i c e


Um longo e árduo processo de convencimento foi necessário para despertar o meu interesse em ir à uma boate ao invés de aproveitar o conforto da minha cama e, claro, ninguém além de Megan teria tal persistência.

— Não seja tão chata, vai ser legal! Jake tem acesso à área VIP. - Revirei os olhos enquanto passava um gloss em minha boca. — Sabe, você precisa se distrair. Desde que começou a trabalhar naquela casa, vive em outro planeta. - Megan reclamou.

Não era como se eu não gostasse de festas, pelo contrário: eu adorava. Mas outras coisas mereciam prioridade e, com "coisas" estava me referindo à minha família. Eu passava a maior parte do tempo com preocupações em minha cabeça: se minha mãe estava de fato melhorando, se Ethan estava bem, se nossas contas estavam pagas.

E quem Justin Bieber era de fato.

A forma como ele agia me intrigava desde o início e, após descobrir sobre Amber e seu amigo, mal consegui olhá-lo nos olhos novamente. Ele também não pareceu demonstrar qualquer questão de se aproximar de mim, na verdade, eu sentia que estava sendo mais ignorada do que nunca. Me perguntava se seu agradecimento naquela noite foi real, ou um delírio da minha cabeça.

— Você está horrível. - A frase de meu irmão interrompeu meus pensamentos. Estava tão distraída que não notei Ethan entrando em meu quarto.

— Pestinha. - Murmurei, jogando uma almofada em sua direção. Megan gargalhou.

— Eu também acho. Você é muito mais bonito que a sua irmã. - Megan disse, ondulando a última mecha de seu cabelo antes de retirar o babyliss da tomada.

— Eu sei, obrigado. - Ethan deu de ombros. — Onde vocês vão?

— Não te interessa. - Respondi, e dessa vez quem foi acertada com uma almofada fui eu. Gargalhei com aquilo. — Vamos a uma festa.

— E por que eu não posso ir?

Passei a mão por meu cabelo, também ondulado. Eu estava pronta e, modéstia parte, estava linda. Me virei para meu irmão e me aproximei, bagunçando seu cabelo.

— Porque é uma festa para pessoas grandes.

— Mas eu já sou grande. - A resposta de Ethan fez minha amiga rir.

Sorri, depositando um beijo na testa de meu irmão.

— É verdade. Você já é um homem. - O encarei, esboçando um sorriso. — Você cuida da casa e da mamãe até eu voltar, Senhor Ethan?

— Tudo bem. Você fica me devendo um sorvete. - Ethan cruzou os braços e eu ri nasaladamente. — Você promete que não vai voltar muito tarde? Eu não gosto de ficar muito tempo sozinho.

Eu sabia que ele não gostava. Ethan sempre adorou estar rodeado de pessoas e, na situação em que nos encontrávamos, eu me esforçava ao máximo para dar a ele a atenção que merecia. Me causava um aperto no coração saber que ele não possuía a mesma atenção que eu recebia aos meus nove anos e eu sentia que era meu dever estar com ele sempre que fosse possível. Sua maturidade era admirável, porém, ela surgiu por necessidade. E isso era lamentável.

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