4. Coming Up

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nyc, nova york.
11 de junho de 2019.

j u s t i n b i e b e r

— Filho. - A voz do meu pai ecoou por meu escritório após a porta ser aberta e aquilo fez meu estômago se revirar.

— O que você quer? - Perguntei ainda olhando para a tela do computador.

— Wow. Dia ruim? - Eu odiava o seu tom irônico.

— Acabou de ficar. - Devolvi a ironia, me levantando e organizando os papéis em minha mesa. — Escuta, Jeremy, eu vou sair agora, então se não tiver nada importante para dizer, me faça o favor de se retirar também. - Abri um sorriso falso e apontei para a porta.

Ele se aproximou de mim em passos lentos.

— Não esqueça o seu passado, Justin. - Ele sussurrou. — Não esqueça de quem você é.

Travei o maxilar e respirei fundo, caminhando em direção a porta antes que meu punho acertasse seu rosto. O comando da empresa fundada por meu bisavô era passada de pai para filho em nossa família, e agora meu pai era o presidente da JBMorgan Chase. Embora meu cargo de CEO não estivesse tão abaixo, ele adorava ressaltar sua autoridade.

Uma vez fora do enorme prédio, eu já me encontrava em minha confortável Range Rover SVAutobiography. Eu não gostava de carros extravagantes para o trabalho, optei por esse modelo mais simples.

Eu dirigia em direção ao Patricks, bar onde eu e meus amigos nos reuníamos de vez em quando. Eu possuía os mesmos três amigos verdadeiros desde a minha infância. Apesar de ter muitos contatos, quando se vive uma vida como a minha, você aprende que qualquer relação que possa ter com outras pessoas é baseada nos benefícios que vocês podem dar um para o outro. Mas com Ryan, Christian e Charles, só o que existia era uma verdadeira amizade.

{...}

— E como anda a Amber, cara? - Chris segurava uma caneca de vidro com cerveja até a metade.

— Quase nunca em casa, assim como eu. Contratamos uma garota para cuidar da Liz.

— Uma garota, uh? - Charles usou um tom malicioso e cutucou o meu ombro, fazendo todos rirem.

Não era segredo para ninguém naquela mesa de que não havia amor no meu casamento, essa união só aconteceu porque traria benefícios a mim e à ela. A mídia adorava a imagem de vida perfeita que tínhamos; uma modelo famosa e bem sucedida, casada com um milionário que dirige uma grande empresa de investimentos. Não é como se nós dois não tivéssemos nenhum contato dentro de nossa casa, mas sentimentos nunca existirão. Não da minha parte.

Não há como dar à alguém algo que você não possui.

E os três naquela mesa sabiam bem como eu era.

— Não cheguei nesse ponto, Chaz. - Revirei os olhos rindo e tomei mais um gole do Aperol.

— Mas chegou no ponto de se apaixonar por uma dançarina de uma boate de strip. - O comentário de Ryan me fez acertar um soco em seu braço, o que o fez gargalhar. Ryan era o mais próximo de mim, já que trabalhávamos no mesmo ramo. Martin, seu pai, era um importante sócio da nossa empresa. Estávamos constantemente nos falando e participando de eventos e confraternizações juntos.

Angel.

Talvez tenha sido o álcool ou só a minha necessidade de contato físico no momento, mas eu sabia que precisava ser ela.
O jeito como ela me beijava e passava a mão por minha nuca me fazia notar que ela me desejava tanto quanto eu a desejava naquele momento. Eu detestava aquele tipo de lugar tosco, mas naquele momento eu desejei ficar.

Até que eu senti suas mãos em um lugar que não deveriam estar.

E todo aquele momento foi tomado por lembranças que deveriam ser esquecidas.

— Ah, não. Não acredito. - Chaz começou a rir junto com Ryan.

— Eu estava bêbado, porra. E mal falei dela depois disso, nem sei quem era aquela garota. Inclusive, só fui naquele lugar por insistência sua. - Falei para Ryan, que não tirava o sorriso do rosto.

— Não sabe quem é mas adoraria descobrir. - Ryan retrucou.

Eu odiava admitir que aquele filho da puta estava certo. Apesar de eu não ser imbecil ao ponto de me apaixonar por uma garota como aquela, ou melhor, não era imbecil ao ponto de me apaixonar, era no mínimo frustrante não saber quem ela era. No entanto, aquilo estava longe de ser a minha maior preocupação no momento.

— Por que você não vai cuidar desses seus chifres que levou da Valerie? - E meu comentário fez todos rirem, menos Ryan. Aquilo me fez rir também.

— Não toca na ferida, caralho.

Com o passar do tempo, decidimos ir embora. Nos despedimos e então voltei ao meu carro, dessa vez tendo minha casa como destino. Me reunir com os caras sempre me fazia dar boas risadas, algo que eu raramente fazia. Não eliminava os meus problemas, mas era o suficiente para suavizá-los.

Assim que cheguei, me desfiz de minha gravata e também do meu blazer. Provavelmente Liz já estava dormindo, embora não fosse tão tarde. Me acostumei com o fato de Amber estar sempre fora de casa e eu sinceramente não dava a mínima.

Subi os degraus da escada e caminhei até o banheiro em meu quarto, me desfazendo de minhas roupas e logo adentrando ao box do chuveiro. As gotas de água quente escorrendo por minha pele fizeram eu me sentir um tanto quanto revigorado. Eu poderia dizer que aquele era o momento mais relaxante do meu dia.

Finalizando meu banho após longos minutos, retirei o excesso de água de meu corpo com uma toalha e enrolei a mesma em meu quadril. Escovei meus dentes brevemente e então deixei o banheiro, passando por meu quarto até chegar em meu closet.

Minha expressão mudou assim que acendi a luz e vi uma silhueta em minha frente.

— O que você está fazendo aqui?




eu estou num dilema entre fazer vários capítulos curtos ou fazer poucos capítulos longos, então por conta disso não consigo encontrar um padrão em relação ao tamanho dos capítulos.
me digam, qual das duas opções vocês preferem? algo em torno de 1500 palavras seria o ideal?

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora