36. New Future, Near Past

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nyc, nova york.
17 de novembro de 2019.

                 a n g e l i n a  p r i c e

Cuidado para não tropeçar, Ethan. - Alertei ao meu irmão que andava com certa afobação.

Eu caminhava em direção ao imóvel que se destacava em meio às lojas que tomavam a calçada daquela avenida. Minha mãe e Ethan caminhavam em minha frente e, por breves segundos, interrompi meus passos a fim de contemplar a imagem em minha frente.

A mais velha possuía a sua mão gasta sobre a madeira empoeirada da porta de entrada principal. Ao me aproximar em passos cautelosos, notei a luminosidade da íris de seu olhar perante a uma imagem que a remetia às diversas lembranças que a ausência de meu pai deixara.

Estávamos frente ao que olhos nus era apenas um imóvel empoeirado; para nós, aquilo era bem mais.

Seria onde concretizaríamos o nosso sonho.

E aquele era o primeiro passo.

— Eu quero ver por dentro! - O pequeno exclamou em euforia.

Assenti, tendo meu rosto marcado por um largo sorriso. Retirei o pequeno conjunto de chaves de minha bolsa, sendo breve em destrancar a porta que nos separava da parte interna do local.

Deixei que minha família entrasse em minha frente e logo em seguida, adentrei o imóvel. Fechei a porta atrás de mim e caminhei em passos retos, tendo novamente a visão das outras vezes em que estive aqui; o aspecto sórdido não me impedia de enxergar um nobre e respeitável restaurante, com profissionais fantásticos servindo pratos impecáveis.

— O que você achou, Ethan? - Questionei, embora tivesse meu olhar direcionado às extensas janelas que embelezavam as grandes paredes. Franzi o cenho ao notar a demora por uma resposta. — Ethan? - Me virei em um movimento lento com a cabeça, arregalando meus olhos ao notar a cena a qual estava prestes a presenciar.

— Ethan! - Minha mãe exclamou, correndo até o pequeno em um ato impulsivo e o segurando rapidamente antes que o pestinha conseguisse executar seu salto de cima de uma pilha de entulhos a qual, de alguma forma, havia conseguido subir.

— Ah, qual é. - O mesmo resmungou, fazendo-me revirar os olhos e então acertar um leve tapa em sua nuca. — Ai!

— Você poderia ter se machucado! - O repreendi.

— Eu nunca me machuco. - Formou um bico ao retrucar. — Esse lugar é irado! - A expressão ranzinza deu lugar a um enorme sorriso. Não pude conter a risada ao vê-lo andar em passos saltitantes pelo amplo espaço.

Voltei a olhar para minha mãe, que ainda parecia encantada com o que via.

— E então? - Eu estava ansiosa por sua resposta. — O que você acha? - Envolvi um de meus braços por trás de sua nuca, deixando minha mão livre sobre um de seus ombros. — Não é lindo, mãe? É bem grande, como o papai dizia.

— Angel, este lugar é enorme! - Ela exclamou, rodopiando sem tirar do rosto um sorriso tocante. — Eu amei, é claro que amei. - Afirmou ao retomar sua posição, me puxando para um abraço que, certamente, foi retribuído.

— É seu, mamãe. - Murmurei entre o abraço, me afastando o suficiente apenas para entregar a chave em suas mãos. — Sempre quis ter o seu próprio negócio, não é? - Em um breve desvio de olhar, notei Ethan se aproximar de nós.

Sua boca semi aberta e seus olhos arregalados em pasmos marcaram uma bom espanto. Gargalhei em alegria ao senti-la me abraçar novamente e puxei o pestinha para o abraço, ouvindo-o resmungar antes de retribuir.

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