miami, flórida.
21 de novembro de 2019.a n g e l i n a p r i c e
Cada momento da minha vida era um segundo de um filme que minha cabeça repassava naquele momento.
Meu rosto antes valorizado por uma bela maquiagem agora era marcado por lágrimas que a destruíram. O rímel que há pouco aumentava meus cílios transformou-se em terríveis marcas em tons de preto que resultavam em um péssimo aspecto.
Sentada ao chão do banheiro enquanto observava meu reflexo através do extenso espelho em minha frente, eu não chorava por tristeza.
Chorava por pânico. Medo do que viria.
Segurei em minhas mãos o aparelho o qual havia deixado sobre o pia ao ouvir o barulho de mensagens chegando; eu sabia quem as enviara. Inspirei profundamente, buscando por calmaria em meio a um desespero que beirava ao incontrolável.
"Você não está sozinha, ok?"
As palavras de conforto foram escritas pela pessoa a qual eu mais almejava ter em meu lado naquele momento. Embora fosse este desejo completamente ilusório, minha melhor amiga era sempre capaz de me proporcionar alívio em meio a qualquer situação, mesmo a quilômetros de distância.
Me levantei, deixando o celular novamente sobre a pia de mármore. Em uma tentativa de suavizar o forte aspecto de angústia em meu rosto, deixei que a água gelada da torneira entrasse em contato com minha face através de minhas mãos. Desfrutei em silêncio da sensação revigorante, só então retomando à consciência. O choque inicial começara a se cessar.
— Tudo bem. - As palavras trêmulas deixaram minha boca. Eu tentava tranquilizar a mim mesma. — Tudo bem. - Sussurrei em reafirmação.
Levei minha mão ainda úmida à nuca, procurando relaxar os músculos tomados por tensão. Sequei minhas mãos no vestido que perdera todo o glamour notável no início da festa de aniversário de Chaz, que àquela altura já havia chegado ao fim.
— Sem pânico. - Sussurei, cambaleando em direção à saída do banheiro.
Caminhei por entre o quarto em passos tímidos, cambaleando ao chegar no corredor. Suspirei, formando em meu rosto a mais autêntica expressão serena que fui capaz.
Ainda assim, sentia que aquele sorriso fajuto não enganava ninguém.
Aos vinte e dois anos, é quase impossível possuir estruturas para lidar com tal situação. Embora eu fosse privilegiada se comparada a muitas, não me sentir desamparada era, mesmo que por um segundo, inevitável.
Eu descia lentamente cada degrau da escada enquanto meus olhos exploravam a parte do ambiente a qual eu podia ver. Busquei por uma única pessoa, mas esta não vi.
Uma vez tendo meus pés sobre o belo porcelanato que compunha o chão da sala, caminhei por entre a bagunça que a comemoração deixou. Me lamentei mentalmente por perder os minutos finais do aniversário de Chaz após correr até meu quarto em passos desesperados ao sentir que vomitaria, embora acreditasse – e esperasse – que ele não fosse se chatear com isso.
Uma breve distração fora o suficiente para que eu tropeçasse, sendo impedida por Ryan de sofrer uma queda.
— Tudo bem, Angelina? - Ele questionou. — Você parece perdida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Angel
FanfictionAngelina Price é, em meio ao caos do poderoso empresário Justin Bieber, a paz que ele tanto precisava. A luz em meio a escuridão. A esperança em meio ao sofrimento. E em um coração devastado pela mágoa, surgirá um amor capaz de curar todas as suas...