nyc, nova york.
11 de junho de 2019.a n g e l i n a p r i c e
A voz dele me paralisou.
Marilyn não havia vindo hoje por problemas de saúde e eu não pude deixar Lucy limpar esse lugar enorme sozinha. Ao fim da tarde já havíamos terminado quase todo o serviço e, sendo poucas as tarefas restantes, disse à Lucy que ela podia ir embora. Apesar de sua insistência em me ajudar, a mesma fez o que pedi. Ela, assim como Marilyn eram duas mulheres incrivelmente modestas e me faziam rir o dia inteiro com suas palhaçadas, principalmente quando se referiam à Amber.
Elizabeth era a criança mais doce que já conheci. Não levou muito tempo até que eu a colocasse para dormir e então terminasse de organizar aquela enorme casa. O quarto de Justin era o único cômodo restante e, ao adentrá-lo, não posso negar que passei alguns segundos admirando cada detalhe. Não demorei muito até que seu quarto estivesse perfeitamente arrumado, e então me direcionei ao seu closet. Céus, e que closet.
Eu dobrava e guardava peças espalhadas pelo chão coberto com um enorme tapete de pêlos que parecia valer mais do que a minha casa inteira, e o cheiro do loiro invadia minhas narinas, fazendo com que aquela noite imediatamente retornasse aos meus pensamentos.
Pensamentos que foram brutalmente interrompidos por sua voz que invadiu o closet, me fazendo engolir em seco.
Até aquele momento, eu ainda não havia notado; ele usava apenas uma toalha. Algumas gotas de água ainda escorriam por sua pele, fazendo com que inevitavelmente meus olhos seguissem o caminho. Seu tórax era coberto por tatuagens, assim como seus braços fortes, agora cruzados enquanto o loiro esperava uma resposta minha. Seu abdômen definido e ainda molhado me tomou os resquícios de foco que eu estava tentando manter enquanto ele me olhava fixamente. Por uma fração de segundo, me perguntei o significado de todas aquelas figuras em seu corpo, porém logo voltei a admirar aquela bela imagem.
Que homem.
Após um enorme esforço interno, balancei levemente a cabeça na tentativa falha de afastar todos aqueles pensamentos impuros.
— Uh... A Senhora Powell pediu para que limpássemos a casa. Liz já está dormindo.
— Está babando tanto que vai precisar limpar o chão outra vez, não acha? - Por mais que eu quisesse, aquilo não foi uma provocação amigável. Soou mais como "pare de me olhar com essa cara de idiota".
Engoli em seco. Não sabia o que dizer, já que ele estava certo. Eu o encarei por segundos que para mim pareceram uma eternidade, e enquanto Justin possuía um semblante neutro, enquanto separava as peças de roupa que vestiria, eu não conseguia esconder minha tensão.
E então notei no canto do closet, algo que ainda não havia reparado.
— Eu não sabia que tocava. - Apontei para o violão na tentativa de iniciar uma conversa com ele, algo que até então pareceu impossível.
O loiro seguiu meu olhar até o instrumento e então respirou fundo. E lá vem outro coice.
— É porque não sabe nada sobre mim.
Dale, Justin Bieber.
Eu sentia que ele não suportava qualquer tentativa de aproximação e aquilo fez minha tensão aumentar. Me senti tentada a responder que eu o conhecia mais do que ele imaginava, mas eu não faria aquilo. Não faria porque precisava daquele emprego, e porque eu não iria continuar ali suportando grosserias.
— Se me dá licença, preciso ir embora. Tenha uma boa noite.
Tentei soar tão fria quanto o loiro, obviamente falhando. Era louco imaginar que há semanas eu sentia borboletas no estômago enquanto ele me beijava e agora eu estava em sua casa sendo tratada como um animal.
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Angel
FanfictionAngelina Price é, em meio ao caos do poderoso empresário Justin Bieber, a paz que ele tanto precisava. A luz em meio a escuridão. A esperança em meio ao sofrimento. E em um coração devastado pela mágoa, surgirá um amor capaz de curar todas as suas...