Agora eu estou indo para a casa dos Way pela segunda semana seguida. Patrick se tornou um grande amigo em pouco tempo, estamos sempre fazendo coisas juntos.Mas ultimamente eu passei a visitar meu amigo com mais frequência por um lindo motivo, esse que faz meu coração tropeçar e quase parar toda vez que nossos olhares se cruzam. Esse motivo é Gerard Way, o pai de Patrick.
Um adolescente idiota apaixonado pelo pai do seu melhor amigo da escola, isso soa patético, eu sei. Mas não é mentira o fato de ele ser o pai mais bonito das reuniões, o mais adorável e simpático.
Dou as minhas três típicas batidas na porta e espero meu amigo atender, eu avisei a ele sobre minha visita. A porta se abre e não Patrick, mas sim seu pai a abre. Sinto meu corpo travar ao ver Gerard ali, diferente dos outros dias com um hobby masculino de cetim azul escuro.
- Olá Frankie. - Ele sorri com os olhos quase fechados por conta de acabar de acordar.
Gerard sempre acordou cedo, hoje ele visivelmente dormiu até tarde, pois seu rosto inchado e cabelos desgrenhados - E incrivelmente lindos - o entregam. A voz rouca pronuncia o meu apelido e eu sorrio.
- Olá Sr. Way... E bom dia. - Digo tentando manter os olhos em seu rosto e ele ri tímido.
- Bom dia. - Ele dá espaço pra eu entrar. - O Patty está lá em cima, você conhece a casa.
Eu entro e subo até o quarto do Patrick, do final da escada eu escuto The Clash no último volume e suspiro, ele está nesse álbum a pelo menos três semanas. Bato na porta e já entro me deparando com ele e sua guitarra imitando Nick Sheppard, não contenho a minha risada e ele desliga o som, soltando o instrumento no apoio.
Patty e eu nos tornamos amigos depois de que ele descobriu que toco no Toxic Dopamine, na verdade eu nunca imaginei que um garoto tão... "emo" como ele gostaria de músicas e som pesado. Sempre andava com suas roupas pretas e o cabelo escuro jogado no rosto, sem contar a maquiagem escura ao redor dos olhos. Nunca pensei que fôssemos nos tornar amigos tão próximos, também nunca pensei que eu fosse ter não só uma queda, mas um abismo pelo lindo pai dele.
- Frank, você acabou de me mandar a mensagem dizendo que viria. - Ele diz abalado e eu controlo a minha risada. - Tá rindo do que?
- Você é estranho, tipo, bem estranho. - Me sento em sua cama e ele dá de ombros sorrindo.
- Você precisa me ensinar a tocar igual Eric Johnson.
- E você precisa aprender sobre filosofia política, como passou pro segundo ano mesmo? - Rio abrindo o livro ao lado da cama. - Você não fez nenhum dos exercícios. - Passo as folhas. - De matéria nenhuma.
Dou uma pequena lição de moral nele dizendo tudo o que ele deveria saber, coisas básicas, e de repente as batidas na porta nos chama atenção.
- Ah, entra pai. - Ele revira os olhos e seu pai entra no quarto.
- Desculpe meninos, só vim dizer que vou no supermercado, vocês querem alguma coisa? - Sua voz doce me deixa instantaneamente hipnotizado.
- Se você puder nos comprar umas bebidas alcoólicas. - Patty sorri e Gerard balança a cabeça em negação. - Então nada.
- Frank, e você? - Ele se vira à mim e minha realidade volta.
- Não, muito obrigado... na verdade eu precisava ver uns preços pra minha mãe. - Deixo a minha mochila em cima da cama de Patty e vou até Gerard.
- Então vamos ao supermercado? - Meu amigo pergunta animado.
- Não, você vai completar o livro de biologia enquanto eu vou ao supermercado. - Sorrio apontando para a apostila em cima da cômoda.
- Pai, vai deixar?
- Desculpe filho, mas Frank só está te ajudando a passar de ano. - Seu pai diz e ele bufa. - Qualquer coisa me liga, não demoramos.
E saímos do quarto de Patty, espero o senhor Way ir até o carro enquanto admiro seu visual. Ele está sempre elegante, mesmo passando a maior parte da sua vida naquele pequeno escritório em sua casa, passando o dia escrevendo e desenhando seus livros infantis.
Claro que a história sobre ver os preços pra minha mãe é mentira, eu só queria poder admirar a beleza de Gerard em segredo sem que Patrick começasse a perceber demais.
Entramos no carro e ele me deixa escolher uma estação de rádio, os óculos escuros ficam quase que transparentes com o reflexo do sol e seus olhos atentos na estrada me permitem admirar não só seu rosto, mas também o seu corpo. Então seus lábios soltam uma risada discreta, me assustando e fazendo com que eu desvie o olhar.
- Patrick é tão teimoso, fico feliz que ele tenha um amigo como você. - A sinceridade em sua voz me desperta um sorriso.
- O Patty é legal, o sortudo sou eu, acredite. - Digo observando o supermercado se aproximar mais e mais.
Ao chegar no estacionamento eu saio com ele e nós pegamos um carrinho, me controlo pra não perguntar mil coisas e ele sempre tão paciente me passa calma. Corredor dos produtos de limpeza, uma mistura de cheiros agradável invade as minhas narinas e fecho os olhos respirando calmo.
- Eu acho que... O senhor tem trabalhado demais nesses últimos dias. - Minha boca maior que meu cérebro me dedura e ele para de escolher seu limpa vidros, me olhando com o cenho franzido.
- Você acha?
- É que e-eu percebo essas coisas, sabe? Acho que você deveria aproveitar mais a vida. - Respondo nervoso gesticulando e ele ri abrindo um sorriso singelo.
- Frankie, eu não sou um adolescente como você ou o Patty, como você mesmo diz, eu sou o senhor Way. - Gerard diz e me dou conta das minhas palavras insensíveis.
- Ah, meu deus, eu não fazia ideia de que se sentia velho. Eu não digo isso por você ser velho, na verdade você é bem novo e eu deveria não te chamar de senhor, senhor soa velho né. Na verdade você é um pai bem bonito, não como um velho. - Começo a falar rapidamente e ele me olha surpreso, sinto meu rosto queimar de vergonha e me amaldiçoo internamente. - D-desculpa.
- Eu... agradeço. - Ele leva uma mecha de seu cabelo para atrás da orelha. - Se quiser pode me chamar só de Gerard.
Depois dessa confissão, minhas palavras não saem mais como deveriam. Voltamos a andar e invento que preciso saber o preço dos aspargos pra minha mãe, o que na verdade é só uma desculpa pra estar ali. Eu queria poder dizer pra ele que talvez, só talvez, eu esteja me apaixonando a cada dia mais por ele.
Mas eu não vou dizer, não só porque eu ainda estou no ensino médio e não tenho ideia se ele gosta de homens também, mas por não querer magoar meu melhor amigo. Patty fica em primeiro lugar.
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Handsome Father - Frerard
FanfictionO amor desde sempre foi algo inexplicavelmente complicado, ninguém nunca teve o poder de obrigar alguém a amar outro, é algo único e forte, as vezes até repentino. Frank questionava o por quê de ter se apaixonado justo pelo pai de seu melhor amigo...