Insegurança

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     Minha família não aguenta mais Frank Sinatra, The Carpenters e Louis Armstrong, alguém me sequestra?

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     Não pudemos ir no ultrassom da Taylor, na verdade eu fiquei bem triste por isso, mas quando ela ligou avisando sobre o sexo do bebê, nós ficamos alegres. Não é como se a gente fosse ficar triste se fosse um menino, mas ficamos felizes ao saber que é menina.

     Gerard disse que deveríamos comprar as roupinhas logo, depois de ter contado mil idéias pra um quarto para a pequena. 

     Hoje tem tem aula e isso é uma verdadeira droga, nem vou conseguir me concentrar. Eu quero que a bebê esteja logo com a gente, mas ainda não escolhemos o nome, qual vai ser o nome dela? Gerard buzina lá fora e eu pego a minha mochila, me despeço da minha mãe e saio apressado. Imagina uma mulher extremamente feliz, eu nunca vi uma mulher tão feliz por futuramente ser avó, isso é bom?

     Entro no carro e selo os lábios do motorista gostoso, que também é meu namorado… Cumprimento Patty com um toque e seguimos para o colégio, Gerard fica um pouco quieto demais comparado à todos os outros dias. Quando chegamos, Patty se despede do pai e sai do carro. 

      — Até mais, amor. — Selo seus lábios e me viro pra sair.

      — Frank, espera. — Ele me chama, sua voz firme me deixa um pouco preocupado. — Você pode passar lá em casa depois da aula? Eu preciso conversar com você sobre uma coisa. — Ele pergunta sério e eu assinto já receoso. — Boa aula, e não pensa muito sobre isso…

      — Tudo bem, até depois da aula então. — Abro um meio sorriso e saio do carro.

     Meu deus, o que ele vai me dizer? Será que eu fiz alguma coisa errada e ele vai terminar comigo? Será que é sobre a bebê? Eu vou pensar o dia todo nisso, droga.

      ...

     O fim das aulas chega e eu fico mais nervoso ainda, parece que o tempo passou voando, logo quando eu queria que ele passasse em câmera lenta. Agora eu preciso ir na casa dele e conversar com ele sobre algo que eu não faço a mínima ideia sobre o que se trata, ele estava tão sério… Meu deus, será que eu fiz alguma coisa?

    Eu vou caminhando até a casa dos Way, poderia estar acompanhado, mas Patrick resolveu desaparecer e nem me avisou antes. Seria melhor eu ir pra casa e dizer que peguei uma gripe? Não, não posso mentir pra ele. 

     Assim como o resto do dia, a casa parece mais próxima do que de costume e eu sinto borboletas invadirem meu estômago ao ver a residência. Caminho até a entrada e decido já entrar, a casa em completo silêncio, vou até o escritório de Gerard na esperança de o encontrar e bato na porta já entrando.

     — Gerard? — Chamo entrando e encontro ele no sofá do escritório, me aproximo.

     — Pode se sentar? — Ele diz sério e sinto vontade de chorar, me sento como ele pediu.

     — Sobre o que quer conversar? — Minha voz não sai tão firme como o esperado, mas eu espero ele responder.

     — É que… Frank, você tem dezoito anos, e eu trinta e dois. — Ele começa e eu escuto ainda receoso. — Eu me sinto inseguro, por ser tão velho e te prender à mim assim, você pode achar alguém mais atraente por ser mais jovem que eu e… — Eu começo a rir, atrapalhando sua confissão. — Frank!

     — Desculpa, desculpa, esse era o assunto? — Pergunto me livrando de toda tensão.

     — Poxa, você não leva nada a sério.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora