Escorpianos

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Uma semana se passou e parece que Gerard tem me evitado, toda vez que me aproximo, ou temos uma oportunidade de ficar sozinhos, ele arruma uma desculpa. Eu queria poder pelo menos ficar ao lado dele, não sei o que aquele "não podemos ficar juntos" representou.

Eu estou prestes a fazer mais uma merda, estava planejando isso a um tempo e resolvi que agora é o momento. Eu vou fazer uma tatuagem e ficar mais maduro pelo menos na aparência, ok, isso é ridículo. Mas como dizia meu falecido avô, "quem não arrisca não petisca", eu quero muito não só petiscar o Gerard, eu quero... Bom, vamos seguir o plano.

No final da tarde eu encontro Patty na porta do estúdio, ele traz o cachorro da vizinha como desculpa para Gerard não desconfiar e quase me bate quando chego atrasado.

- Eu tava quase fazendo a tatuagem no seu lugar, seu idiota. - Ele me puxa pra dentro do estúdio junto com o cachorro.

- Calma, eu hein, e você sabe se podemos trazer um cachorro? - Termino de perguntar e uma garota sorridente e de cabelos castanhos claros arregala os olhos vendo a cadelinha entrando e vai até ela.

- Que coisinha mais fofa! - Ela quase grita e sorri se abaixando e fazendo carinho na yorkshire. - Qual o nome dela? - Ela olha para Patty segurando a coleira dela e ele trava a olhando.

- Patty... - Sussurro tentando acordar ele e então ele sorri nervoso.

- É Lady, e o seu? - Ele pergunta e eu e a garota rimos baixo, ele é bem estranho as vezes.

- Dottie. - Ela se levanta o olhando e um cara tatuado e com alguns piercings no rosto aparece saindo de uma cortina.

- Frank? - Ele pergunta e assinto, ele sinaliza para eu seguir ele e deixo Patty sozinho com a garota. - Você tem quantos anos mesmo?

- Dezoito. - Minto e pego minha identidade falsa resgatada da gaveta do escritório do Gerard e entrego pra ele.

- Okay, Frank. Então vai ser esse mesmo? - Ele me traz o desenho do escorpião e sorrio olhando.

- Sim, Jeph, vai ser esse mesmo.

Então ele começa a preparar alguma coisa no meu pescoço, o som da máquina me deixa ansioso e logo a agulha se aproxima da minha pele. Eu fecho os olhos apavorado, espero por uma dor insuportável e logo sinto a ardência. Não é tão insuportável quanto eu esperava e quando me mexo sentindo a ardência forte, ele me faz ficar parado.

- Frank, não pode se mexer. - Ele me adverte e fico parado.

Me acostumo com a ardência, mas minha posição me incomoda me deixando desconfortável na maior parte do tempo. Quando tudo finalmente acaba e na minha cabeça se passaram umas dez horas, ele passa algum líquido por cima limpando e passa alguma pomada ou algo do tipo.

Olho a tatuagem no espelho e fico boquiaberto, esse tempo todo valeu a pena.

- Que foda, caralho, olha isso Patty. - Digo animado e ele se aproxima olhando.

- Frank, você é muito louco cara. - Fazemos um toque.

Jepha me dá algumas instruções sobre como cuidar da cicatrização e me indica pomadas. Depois de uma aula sobre tatuagens, ele passa outra coisa e eu agradeço.

Eu estava guardando esse dinheiro já faz um bom tempo pra isso, mas eu resolvi esperar pra tomar coragem. No final nem doeu tanto, foi uma leve ardência que na verdade foi até boa de se sentir e eu preciso de mais.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora