Propor uma ideia maluca

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   Meus olhos se abrem com dificuldade. Acordo em um quarto de hospital, sinto doer minimamente a região onde fui atacado. Espera, a quanto tempo eu estou aqui? 

    Olho para o meu braço e percebo um tubo ligado nele, me passando sangue. Franzo o cenho tentando assimilar tudo, mas para a minha sorte, uma enfermeira entra no quarto olhando a sua prancheta. 

     — Hey. — Chamo sua atenção e ela me olha surpresa, como se eu tivesse morrido noite passada. — O que aconteceu comigo? Cadê meu namorado? — Pergunto tentando me ajeitar na maca e ela corre até mim.

      — O senhor não pode se mexer tanto. — Ela diz me parando e suspiro. — Vou avisar ao doutor que acordou, só um instante.

      Ela sai e eu tento me lembrar do que aconteceu. Lembro que saí no meio do baile, eu queria ver Gerard e propor uma ideia maluca, mas então… alguém me disse algo sobre meu pai? 

        — Amorzinho da mamãe. — Escuto um grito da minha mãe e ela entra no quarto com os olhos marejados. 

        — A senhora não pode… — A mesma enfermeira de antes tenta parar minha mãe, mas mesmo assim ela vem até mim e beija meu rosto diversas vezes.

        — Mãe! — Reclamo virando o rosto. 

        — Eu estava tão preocupada com você, Júnior. — Ela segura minhas mãos com cuidado.

      

     — Quando eu vim pra cá? — Pergunto notando que a mulher já saiu novamente. — Eu estava na rua e depois tudo se apagou...

     — Levou um golpe de algum serial killer, Gerard me ligou ontem à noite e eu entrei em desespero. — Ela diz e só então percebo pela janela já noite novamente. 

      — Gerard? Cadê ele? 

      — Bom, querido, ele não está. — Ela diz parecendo confusa.

      — Está em casa com a Ally? 

       — Sim, ele está. Agora precisa descansar, meu anjinho. — Ela sorri e beija a minha testa. 

       — Mãe, esse sangue, quem…-

       — Senhora Iero, com licença. — O doutor bate na porta de vidro já entrando, esse me parece um hospital caro.

     Minha mãe não me responde, devido ao doutor e as coisas que ele diz. Depois de conversar com a minha mãe, ele pede milhões de exames. Passo o resto da noite no hospital, mas ele me diz que se eu estiver bem, já posso sair amanhã a tarde se seguir as orientações.

       

      …

      No final acabou que passei muito tempo naquele hospital, eu me sinto um boneco de voodoo com esse fio de sutura em mim, ainda dói um pouco. 

      Minha mãe me disse que não foi muito fundo, mas pela demora da ambulância eu perdi bastante sangue. No final eu descobri que quem me doou o sangue foi, nada mais nada menos que, meu pai. Por que ele fez isso? Pensei que ele me odiasse, mas talvez ele esteja mudado. 

       — Mãe, vou ver minha princesinha. — Digo caminhando até a porta de entrada. 

       — Hey, mas não é bom sair assim, você saiu de uma sala de cirurgia a pouco tempo e já está pensando em se esforçar? — Ela diz secando as mãos em uma toalha de prato. 

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora