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    É sábado, acho que o Patty está bravo comigo já que ele ficou estranho ontem a noite. Ele sugere irmos em uma cafeteria próxima de sua casa e aceito, acho que o Patty quer falar sério comigo, será que ele vai pedir a garota dele em namoro?

    Avisamos Gerard sobre nosso café da manhã ser na cafeteria e ele nos adverte sobre os perigos do mundo, Patty só aceita e vamos. O caminho inteiro silencioso me deixa realmente tenso, nós estamos sempre conversando nem que seja sobre pombos ou minhocas, finalmente chegamos na cafeteria e nos sentamos.

     — Patty, vai me dizer o que tá acontecendo ou não? — Pergunto já preocupado e ele suspira ainda sem me olhar nos olhos.

     — Frank, você não mentiria pra mim né? — Ele pergunta e começo a ficar preocupado com o seu comportamento.

     — Não… Por que tá dizendo isso do nada? — Tento não parecer tão nervoso.

    — Você gosta do meu pai, né? — Ele pergunta finalmente me olhando e eu congelo.

     Não vou mentir dizendo que não sabia que esse dia iria chegar, mas hoje? Eu disse alguma coisa, ou pior, ele viu alguma coisa? 

      — E-Eu não sei. — Respondo nervoso pegando o cardápio e olhando sem atenção nenhuma. 

      — Frank, eu vou ser sincero. — Patty se ajeita na cadeira me olhando sério, olho pra ele temendo. — Eu comecei a perceber algumas coisas e ontem pela noite eu tive a prova que eu precisava. Antes que diga que é mentira, eu escutei a conversa de ontem a noite e foi tipo, estranho pra caralho meu pai me abraçando de manhã e sussurrando seu nome no meu ouvido enquanto ainda dormia. 

        Parece que tudo perde a cor, principalmente eu. As palavras de Patty não entram na minha cabeça de jeito nenhum, nosso contato foi tão discreto e mesmo assim ele notou e… Eu devo estar um pouco pálido.

       — Patrick, posso explicar. — Digo e ele sorri balançando a cabeça negativamente.

       — Aposto que se aproximou de mim por isso, meu pai… Caralho, Frank. — Ele suspira, seus olhos lacrimejando. — Pensava que você realmente gostasse de mim, da minha amizade.

        Ele se levanta e me levanto também, vou atrás dele tentando dar meus motivos e ele simplesmente me ignora. Eu não sei o que pensar, ele me odeia? Meu melhor amigo me odeia, que droga eu tô fazendo de errado?

       Como o chorão que sou, encontro qualquer lugar na rua pra sentar e me lamentar. Toda vez é assim, eu sempre estou decepcionando alguma das pessoas que eu amo, minha mãe, Patty, Gerard. Não sei mais qual plano seguir, devo jogar tudo pro alto ou “fazer o certo”?

       Recebo uma ligação de Gerard e penso em não atender mas eu o faço.

       — Oi. — Digo desanimado.

   

       — Por que tá com essa carinha triste? — Sua voz sai preocupada e calma. 

       — Eu só… — Suspiro me levantando. — Estava pensativo, espera… como tá me vendo? — Olho ao redor e encontro seu carro estacionado ao lado da árvore onde eu espairecia. 

       Desligo o celular e sorrio fraco indo até ele, me apoio na janela aberta e ele sinaliza pra eu entrar. Entro e me sento olhando pra frente, será que ele já sabe?

      — Gerard… — Chamo ainda focado no pássaro em cima de um poste. 

      — Sim?

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora