Livro esquecido

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    O carro do Gerard chega para buscar Patty, ajeito minha mochila e faço minha melhor cara. O carro estaciona na frente da escola e Patty vai na minha frente até o carro.

    — Oi paizinho lindo. — Patrick se encosta no carro o olhando. — Como foi o seu dia? 

    Gerard inclina a cabeça tentando enxergar quem está atrás de Patty e quando me vê fecha a cara novamente, Patty me olha levantando as sobrancelhas e volta a olhar seu pai.

    — Então, Frank esqueceu o livro de matemática lá em casa. — Ele mente e Gerard destranca a porta de trás também.

    Nós dois entramos, Gerard não me dirige nenhuma palavra, provavelmente ainda bravo por eu ter quebrado a sua confiança. Patty abaixa o vidro da sua janela e observa a paisagem da janela a fora, enquanto minha paisagem está dirigindo o veículo.

   Sua cara de bravo é até fofa, tipo, ele não parece realmente estar bravo comigo. Olho pelo retrovisor vendo seus olhos claros na estrada, seus grandes cílios destacam os olhos, é tão lindo o jeito que ele respira, e seu nariz… porra, eu tô muito apaixonado.

    — Sua mãe sabe que está indo lá em casa? — A voz dele saindo entre seus lábios lindos me faz sorrir sem nem prestar atenção nas suas palavras. — Frankie… — Ele chama e me ligo, piscando algumas vezes.

    — Ah, eu mandei uma mensagem avisando. Se quiser posso ligar pra ela. — Respondo.

    — Não precisa, se você está dizendo… Só espero que não esteja mentindo novamente. — Ele sorri, passando os olhos pelo retrovisor e desvio o olhar rindo fraco.

     Logo chegamos até a casa dos Way, saímos do carro e entramos em casa. Patty passa indo até a cozinha e aproveito a brecha pra olhar Gerard, esse que já me olha fixamente. Dura poucos segundos, já que Gerard me deixa na entrada da casa.

     Patrick pega uma maçã e sobe, me chamando pra ir com ele e assim o faço. Entro em seu quarto já sentando na cama e ele sorri animado pegando os controles do PlayStation e rio, ele é doido ou o quê?

     — E se ele subir? — Sussurro e Patty dá de ombros deixando o controle na cadeira.

     — Aí ele vai ver que estamos jogando. — Patty se vira pra mim. — Poderia ser pior, imagina se eu fosse gay e fosse o seu tipo? — Ele me empurra na cama e rio.

     — Meu tipo? Você? Nunca. — Digo e ele se indigna e sobe em mim me fazendo cócegas, a droga do meu ponto fraco.

   Começo a rir e tentar afastar ele, subo em cima dele segurando suas mãos e tentando o parar, mas o som da porta se abrindo faz por mim. Olhamos para a porta e Gerard olha quase boquiaberto pra nós, ele viu o Patty embaixo de mim e pensou… Porra!

    — Deixem a porta aberta… — Ele diz parecendo ficar bravo de novo e sai.

    — Porta aberta, eu hein. — Patrick revira os olhos e pega os controles.

  

  Jogo com Patrick, fico receoso a cada som pela casa. Aquele cara provavelmente vai demorar pra chegar, vou ter que ligar pra minha mãe e avisar sobre um trabalho escolar repentino.

    Pauso o jogo e invento uma história pra minha mãe, ela diz pra eu voltar antes do jantar, concordo mesmo sabendo que provavelmente não vai acontecer. Hoje eu vou descobrir quem é esse cara que tanto faz meu pai bonito rir.

     …

     Gerard acabou nem reclamando da minha estadia, isso porque o castigo foi me dado ontem. Jogamos, conversamos e jogamos uno, mas algo me chama atenção. Uma outra voz masculina.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora