Em pânico.Penso em dizer não conhecer a família e errar o caminho, mas eu não sou capaz de deixar eles na mão. Além de tudo, eu já estou com meu pai esperando Gerard abrir a porta, ele mal fica em pé sozinho, droga.
- Pai, deixa que eu faço o trabalho. - Sussurro.
- Cale a boca, garoto. Eu sei... fazer meu trabalho. - Sua voz totalmente embargada.
A porta de entrada se abre e no mesmo instante a droga da bebida derruba meu pai no chão, fazendo Gerard mal abrir a porta e se desesperar.
- Meu Deus! - Ele se agacha e respiro fundo. - O-o que tá acontecendo?
- Ele só tá muito bêbado, como sempre. - Sussurro a última parte e me agacho também. - Não se preocupa.
- Frank, o que está fazendo aqui? - Ele diz ainda tentando acordar meu pai com chacoalhadas.
- É que... eu... - Tento explicar e Patty aparece na varanda.
- Frank? Espera, Frank pai e Frank filho?
Um desastre. Um péssimo desastre.
Gerard contratou meu pai, esse que bebeu o dia inteiro e agora está desmaiado na varanda dos Way. Eu só queria uma eutanásia agora, seria a minha solução pra esse problema.
- Ele é o seu pai, Frank? Vamos ligar pra alguma ambulância, vai Patrick! - Gerard pede em desespero.
- Não precisa, ele tá bem. Vou levar ele pra casa e deitar ele, vai passar. - Digo envergonhado enquanto levanto ele no ombro.
- Mas e se ele tiver morrido, cara? Não é melhor... - Corto meu melhor amigo.
- Porra, acontece sempre. - Digo e ajeito ele. - Desculpa, amanhã eu volto pra consertar o encanamento. - Digo levando meu pai comigo.
Meu pai sempre fazendo isso, ganhamos muitos processos por ele vomitar no carpete dos clientes, quebrar a casa deles, desmaiar na varanda... infelizmente isso é normal.
Abro a porta do passageiro e o coloco dentro, logo indo de cabeça baixa até a do motorista. Passo meus olhos pela porta de entrada da casa e encontro Patty e seu pai com os olhos confusos, eu nem sei como reagir depois desse vexame.
Então eu finalmente chego em casa e Frank, meu pai, dorme como uma pedra no banco. Pondero a cabeça no volante pensando, o que vai ser da minha mãe e eu? Todo dia tendo que levar ele pra casa, deitar ele, cuidar das coisas dele e só me foder.
Faço como todos os dias e levo ele pra casa, explico pra minha mãe o que aconteceu e ela me ajuda. A verdade é que nós estamos destinados a isso, essa rotina desagradável nunca vai mudar. Mais uma noite chorando.
Lágrimas de ódio, dor, medo. O pior disso tudo é explicar amanhã sobre tudo o que aconteceu, Gerard deve ter pena de mim e isso é o que eu menos queria, droga!
...
Acordo com a droga do despertador, mando ele para o inferno e jogo na parede. Não pretendo ir pra escola hoje, sem paciência alguma.
Vou até a cozinha depois de utilizar o banheiro, me sento suspirando.
- Não se sente bem, querido? - Minha mãe coloca o prato em cima da mesa.
- Eu tô bem, só preciso ir arrumar a bagunça do pai. - Dou uma grafada nos waffles. - E cadê ele? - Enfio o garfo na boca.
- Ele não está mais na cama. - Ela diz parecendo um tanto aflita.
A pior parte disso tudo é ter que ver a minha mãe assim, sempre preocupada. Ela não tem muitas amigas, está sempre sozinha em casa, cuidando de mim e do meu pai e nunca dela mesma.
- Vou consertar um encanamento, mais tarde voltarei e a gente assiste um filme, que tal? - Pergunto e um sorriso surge no seu rosto.
- Eu adoraria, docinho. - Ela responde e pisco terminando de comer meu café da manhã.
Depois que termino eu subo e tomo banho, pego minha mochila e troco os materiais escolares por ferramentas. Meu pai levou o carro, sou eu e minha bicicleta.
Muitas pedaladas depois, chego até a casa do vexame de ontem. Provavelmente Patty foi pro colégio e Gerard está sozinho, por esse mesmo motivo que meu coração não quer se controlar.
Bato apenas uma vez, esperando que não tenha ninguém em casa, mas a porta se abre e um Gerard preocupado aparece.
- Frank, que bom que chegou. - A primeira coisa que ele diz e me puxa pra dentro.
Fico sem entender o que está acontecendo e quando entro na cozinha encontro vários baldes cheios de água e da pia solta um jato, e a torneira não está mais onde deveria. Uma completa bagunça.
- O-O que aconteceu? - Pergunto olhando em volta.
- A torneira não funcionava, eu tentei consertar e explodiu, e a pia está entupida, não sei o que fazer. - Ele diz em desespero e tento não rir, um problema tão fácil de resolver.
- Espera. - Abro minha mochila e pego algumas coisas.
Vou até o registro o desligando e volto pra cozinha, retiro os restos da torneira e começo mexer ali. Vou consertando e em algum momento levo meus olhos a Gerard, sua cara de confusão olhando os baldes. Uma camiseta clara e um shorts curto, junto com um all star escuro, ele está tão lindo.
Desço meu olhar até suas pernas pálidas e observo suas coxas, grossas e bonitas. Meu rosto queima em vergonha quando percebo que ele me observa, volto ao meu trabalho e depois só faltando desentupir, faço e suspiro aliviado.
- Prontinho. - Me levanto e ele sorri olhando o meu trabalho.
- Obrigado por isso, vou pegar a minha carteira e...
- Não precisa, sério. - Digo balançando a cabeça negativamente.
- Não vou te deixar sair daqui sem te pagar, por favor. - Ele pede e não sou capaz de recusar, dou de ombros e ele sorri se virando e saindo da cozinha.
Após um tempo ele volta com o dinheiro, mais do que meu pai costuma receber.
- Você fez um ótimo trabalho, Frankie. - Ele estende as notas.
- É demais, eu só desentupi e consertei a pia. - Digo afastando o dinheiro. - Eu só aceito a metade. - Digo e quando ele abre a boca pra tentar insistir, falo novamente. - Metade.
Gerard me entrega a metade do dinheiro, agradeço e mostro estar funcionando tudo perfeitamente. Logo então me lembro do ocorrido de ontem e do vexame que me pai me fez passar.
- Bom, sobre ontem... Eu quero pedir desculpas. - Digo desviando o olhar.
- Tá tudo bem, nós podemos conversar e... você aceita um café?
- Claro! - Respondo rápido demais, só ao lembrar de seu café delicioso. - Quer dizer, sim. - Digo e ele ri.
Agora vou poder passar um tempo com ele e observar seu corpo enquanto ele prepara o café... quer dizer, ah, droga de hormônios.
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Handsome Father - Frerard
FanfictionO amor desde sempre foi algo inexplicavelmente complicado, ninguém nunca teve o poder de obrigar alguém a amar outro, é algo único e forte, as vezes até repentino. Frank questionava o por quê de ter se apaixonado justo pelo pai de seu melhor amigo...