Princesa Purple

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    A porta já está aberta então não acho que ele vai se importar se eu entrar, entro e fecho a porta com calma. Chamo por ele, caminhando lento e observando a casa toda. Bato na porta de seu escritório e escuto sua voz me pedir para entrar. 

    — Gerard? — Pergunto baixo o enxergando no sofá escuro do escritório, a velha garrafa de tinto em mãos.

    Ele me olha com seus olhos inundados e os limpa abrindo um sorriso triste, vou até ele e a garrafa é colocada próxima ao abajur iluminando o lugar. Meus braços envolvem seu corpo num forte abraço, sou retribuindo prontamente.

     As palavras somem da minha cabeça e apenas me concentro em o abraçar, sua respiração ofegante faz meu coração quase que paralisar. Os fios molhados e o cheiro de sabonete indicam um banho recente, e não um banho de lágrimas.

    — Que bom que está aqui. — Ele sussurra enquanto nossos corpos se afastam minimamente, desfazendo o abraço. — Eu não queria ficar sozinho.

    — Onde ele tá? — Pergunto ao que nos sentamos no sofá.

    — Na minha mãe, ele não quis conversar e disse que precisava de um tempo. — Sua voz chorosa me faz em instinto segurar sua mão. — Eu não sei parar de fazer tudo errado, nem um pai eu consigo ser. No que eu sou bom afinal? 

    Caralho, se ele soubesse que ele é ótimo em me fazer enlouquecer, ou me fazer suspirar só de pensar nele vestido com aqueles shorts que o deixam mais adorável ainda.

    — Se eu tivesse um pai igual você, ele poderia namorar todos os meus amigos e eu nem me importa. — Digo e pareço não o convencer. — Seus livros são incríveis.

    — Frank, você não leu meus livros infantis. — Ele sorri fraco e me preparo pra dizer as minhas próximas palavras.

     — A princesa Purple só encontrou o verdadeiro amor no terceiro livro e quando sua melhor amiga Green perdeu os brincos preferidos na grande festa do salão, ela os encontrou com sua tia malvada, Medusa. — Digo e ele me olha surpreso. — Eu tenho todos os livros em casa e meu personagem favorito é o pássaro azul que sempre está ajudando a princesa.

      — Oh, Frankie, você é adorável. — Eu encontro um sorriso sincero em seu rosto e resolvo prosseguir.

      — E você é incrível, não pensa o contrário só porque o Patty é cabeça dura e está te tratando dessa forma. Isso não é só novo pra ele, sabe… eu não consigo mais parar de pensar em você depois dos nossos beijos. 

  E então seus olhos não estão mais inundados, eles me transmitem calma, mas me deixam sedentos por ele. 

     — Eu não sei se o Patty iria querer isso.  — Ele se afasta um pouco desviando o olhar de mim e me aproximo deitando seu corpo no resto do sofá.

       — E o que você quer? — Fico por cima dele e apoio as mãos no braço do sofá, ele vira o rosto tentando evitar nosso contato visual.

      — Não posso, não podemos. — Perto demais, sinto o cheiro de álcool sair de seus lábios e a garrafa de vinho vazia. — Mas eu quero. — Seu olhar volta a mim, sua boca entreaberta e seu olhar profundo sobre mim me tira qualquer tipo de controle.

     Avanço a minha boca sobre a sua e começamos um beijo necessitado, suas mãos puxam meu cabelo entre os beijos e eu me enlouqueço mais e mais a cada puxão agressivo.

    Enlaço uma das suas pernas na minha cintura e fricciono nossos volumes, grudando nossos corpos e passando as minhas mãos desesperadas por todo o seu corpo ainda coberto pelas roupas.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora