Jantar... romântico?

137 19 114
                                    


  


     Claro que eu devo ir atrás dele, ele está chorando e nervoso, eu sou o namorado e amigo dele. 

     Depois de pelo menos cinco minutos, eu me movo até o andar superior e caminho até o quarto dele. A porta entreaberta me deixa em dúvida se devo bater ou simplesmente entrar, decido empurrar com calma e entrar.

     Ele olha nossa filha no berço enquanto limpa o rosto com o braço, me aproximo calmo e passo um braço envolta da sua cintura ficando ao seu lado. Alice dorme novamente, respirando leve e bem coberta. Escuto ele fungar e tentar disfarçar, mas eu o olho vendo o nariz e as bochechas avermelhadas, seus olhos lacrimejam.

      — Gee, o que houve? — Pergunto e ele sorri fraco, fico de frente pra ele esperando uma resposta.

      — Eu só… eu não tenho mais um emprego, eu fiz besteira. — Ele desvia o olhar ainda com um falso sorriso e limpando as lágrimas que se formam. 

       — Você não deve ter dito besteira atoa, o que eles te disseram?

     Os olhos verdes oliva prestam atenção em tudo, menos em mim, como ele evitasse o assunto ou me olhar diretamente. Minha mão alcança seu rosto, virando ele delicadamente pra mim.

   — Meu amor, pode confiar em mim. — Digo e quase no mesmo instante, ele me abraça passando os braços por cima dos meus ombros e instintivamente abraço ele, sentindo seu coração acelerado. 

     Ele chora silencioso, afago seus cabelos com uma mão e mantendo ele colado à mim. Beijo seu ombro demonstrando carinho e aos poucos ele se acalma ainda no nosso abraço. 

      — Disseram que eu não estava fazendo tanto sucesso quanto antes, depois disseram sobre a licença e o quanto tudo era inútil. — Ele diz um pouco abafado por estar com o rosto na minha camiseta. — Que existem escritores melhores do que eu e ele encontraria facilmente, porque nem pra isso sirvo. 

     Desfaço nosso abraço pegando suas mãos e o olhando sério.

     — Essa editora é horrível, as pessoas dela são horríveis. — Digo e limpo as suas lágrimas. — Você merece mais que isso, eles vão perder um artista e tanto.

    — Meu amor, eles são bons críticos. Eu devo estar decaindo mesmo, mas tudo bem…

   — Gerard, você precisa acreditar em você e no seu potencial. Você é um artista incrível e foda-se esses caras, eu não sou um crítico renomado e tudo mais, mas você é perfeito como escritor e como pessoa, seus desenhos são incríveis e merecem serem vistos por todo mundo. — Digo sincero, o vendo abrir um pouco mais os olhos ao que fui dizendo e as lágrimas pareceram parar de se formar em seus olhos. Ele sorri.

     — Deus, você me faz tão bem, Frank. — Ele ri baixo e sorrio junto. 

      — Esquece isso tudo, você vai encontrar algo muito melhor e que dê o seu devido valor. Nosso encontro, que tal sairmos hoje? — Pergunto animado e ele sorri de lado colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. 

     — Hoje? Mas e o Patrick? A Alice? — Ele pergunta e rio, o Patty?

      — O Patty já é grandinho, a pequena podemos deixar com nossas mães, Bert, uma babá, sei lá. — Digo olhando rapidamente para Alice dormindo. 

      — Okay, você venceu. — Ele dá de ombros sorrindo largamente. 

      — Eu sei um lugar muito legal, bom, pelo menos de longe parece ser… acho que você vai gostar. — Digo entusiasmado e ele concorda.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora