Sobre bebês

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    É engraçado eu estar escrevendo o final e postando o 38, mas logo acaba.

    Como dizia o Jack do Titanic (se ele soubesse que o barco iria afundar): Saiam do barco enquanto ainda é tempo.

   
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  Um dia eu teria que voltar pra casa, então eu o fiz. As ruas de Nova Jérsei ficam muito mais calmas pela noite, é como se a vizinhança fosse calma.

    Chego em casa um tanto cansado, eu devia levar minha bike da próxima vez.

   — Frankie? — Escuto a voz da minha mãe ao entrar e sorrio.

   — Em carne e osso. — Respondo e nos encontramos na sala, nos abraçando de imediato.

    Ter minha mãe sempre por perto nunca foi ruim, eu gosto de estar com Gerard sempre, mas eu sempre acabo sentindo falta dela e do seu bom humor depois da prisão do meu pai.

    — Vai jantar comigo? — Ela pergunta animada e assinto. — Pensei que meu genro iria te roubar pra sempre, aliás, precisamos marcar um dia para fazermos alguma coisa.

    Sigo ela até a cozinha e observo a velha casa onde eu nasci, tudo como sempre foi, uma nostalgia invade meu peito. Passos de criança, eu corria pela casa o tempo todo com algum brinquedo qualquer, ou eu brincava de esconde-esconde com meu pai. Sinto saudade de ser criança e não pensar em nada além de brincar e assistir desenhos. 

     Paro ao chegar na cozinha e vejo minha mãe ligar as panelas com certa alegria, me atrevo a perguntar:

     — Mãe, você sente falta do pai? — Pergunto receoso e ela não para suas coisas, continua mexendo nas panelas.

     — Nos acostumamos com as coisas ao passar dos anos, seu pai fazia parte da minha rotina. Mas ele não nos fazia bem, não como antes. — Me aproximo. — Eu estou feliz por estarmos seguros.

     — Você não se sente sozinha?

     — Meu amor, eu me sentia sozinha. Hoje eu tenho amigos e meu filho já é um homem, está até namorando e… — Ela suspira sonhadora. — Vai ser pai, eu to tão orgulhosa de você, querido.  — Eu rio.

     — Mãe, eu não vou ser pai… Gerard que vai ser, foi só coisa do momento ele dizer que eu também seria. — Digo chateado com minhas próprias palavras.

     — Besteira, eu vou ser vovó e você vai se acostumando a ser pai em.  — Linda beija a minha bochecha. — E pode começar me ajudando no purê de abóbora.

      — Okay. — Arregaço as mangas. — E esqueci de avisar sobre a reunião, é na quinta. — Lavo as mãos.

      — Vou sentir saudades das suas reuniões, meu garotinho. — Ela diz sentida e dou de ombros.

     Ajudo ela com o restante do jantar e conversamos sobre muita coisa, ela me conta dos seus amigos pintores e dos vários projetos que ela está envolvida, nunca vi ela tão animada depois que começou a pintar com aquele grupo. Gerard acaba entrando na conversa e minha mãe me envergonha, dizendo que estou radiante demais desde que voltei de lá, conto que estamos mais próximos e não que estamos mais íntimos. Não deixa de ser verdade.

      Terminamos de jantar e arrumamos tudo antes de subir, na minha cabeça a ansiedade para o encontro com a Taylor a respeito do bebê.

       …

       

   Me arrumo olhando o espelho do retrovisor e ajeito a camisa, meu namorado ri me fazendo virar à ele sem entender aquilo.

Handsome Father - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora