Acordo com o despertador da escola e resmungo pegando o celular pra desligar, droga de ressaca.Tento dormir novamente, mas o sono desaparece de um segundo para o outro. As imagens da noite passada ocupam minha mente e imaginar como Gerard deve estar agora só piora tudo.
Meu corpo age por mim e me sento na cama, meus olhos ainda se recusam a abrir por completo, a dor de cabeça me deixando mais frustrado.
— Mas que merda. — Murmuro pra mim mesmo e me levanto indo até o banheiro pra tomar um banho e fazer as higienes.
Gerard não foi bem a vítima, bom, ele ainda me trata como adolescente e eu tô cheio disso. Assim que me troco, desço e encontro a minha mãe na sala enquanto ela analisa um quadro, mas esse está fora da minha visão.
Me aproximo dela e encontro o meu quadro de aniversário, a pintura que Gerard fez de mim e para mim. A pintura suave e os traços bem feitos ao me desenhar, eu não estou sendo falso, é a pintura mais bonita que já vi em toda minha vida.
— É lindo, você ficou perfeito. — Minha mãe sussurra emocionada, uma mão cobrindo a boca e os olhos marejados. — Meu menino é tão lindo.
— Mãe, eu nem sou tão bonito assim. Gerard foi generoso. — Me sento ao seu lado.
— Chegou mais cedo que de costume ontem, aconteceu alguma coisa, meu anjinho? E o show? — Ela muda o assunto de repente, eu dou de ombros olhando o quadro.
— Eu meio que fiquei um pouco mal e parei na metade do show.
— E Gerard? Ele estava lá? — Seus olhos voltam para a pintura.
Minha mãe com certeza sempre vai estar do lado do Gerard, mesmo que eu esteja errado, e ela parece gostar muito dele. Eu me preparo pra contar à ela sobre nós dois.
— Eu bebi ontem, briguei com todos e deixei Gerard na casa dele quando ele me rejeitou por eu estar bêbado… Mas ele continua me tratando igual um adolescente e isso me deixa furioso, eu quero ser tratado como alguém da mesma idade que ele, um adulto.
— Meu amor, você bebeu e fez besteira, eu não trataria como adulto alguém que faz isso sem o menor sentido. Gerard te ama e se importa, você acha que é legal quando você fica bêbado e ele tem que aturar? Ou quando seu pai era agressivo conosco?
Meu pai. Tudo sempre volta ao meu pai e em como a cada dia que passa eu ando mais parecido com ele, não como um elogio. Beber, sem sentido.
— Frank, você tem que reconhecer seus erros como o homem que você é. Todos gostam tanto de você, docinho. — Ela me abraça e retribuo olhando a pintura de canto.
As vezes me irrita como tudo que ela diz é verdade e faz sentido, sendo a minha mãe, ela é bem diferente de mim.
— Vou falar com o Gerard, com o Mikey e com os meus amigos. — Digo ainda com um pouco de dor de cabeça. — Não vou conseguir ir para a escola assim, de qualquer modo. Não prestaria atenção na aula.
— Hoje, só hoje. — Ela adverte e finalizamos o abraço. — Faça a coisa certa, Junior. — Minha mãe sorri e eu assinto mesmo não gostando de ser chamado assim.
Tomo remédios e o café da manhã, descanso um pouco e decido ir na casa dele. Já deve estar acordado.
…
Bato na porta várias vezes, alguém deve estar em casa. Bato mais algumas vezes e minhas batidas se tornam socos, quase soco Gerard quando ele abre de repente.
— Ah, o-oi… — Coloco a mão na nuca olhando pra baixo. — Eu vim pedir desculpas.
Levanto o olhar e enxergo sua expressão não muito boa, ele parece exausto e sem nenhum bom humor pra me oferecer. Gerard me dá passagem pra entrar e eu faço, passando por ele sem qualquer cumprimento.
Ele deve ter acabado de levar Patty pra escola, tudo bem, pelo menos nós estamos sozinhos aqui. Gerard anda até a sala de estar e eu o sigo, nem um “bom dia” dirigido a mim.
— Frank, eu vou ser direto. — Ele cruza os braços enquanto me sento no sofá o olhando. — Eu preciso fazer muita coisa hoje e não estou com muita paciência, se for dizer alguma coisa sem utilidade, não precisa nem abrir a boca.
— Calma, eu só vim me desculpar por ontem. Você não é obrigado a me aturar bêbado, eu fiz besteira. — Digo e ele assente.
— É, você foi bem idiota. — Gerard diz em seguida.
— Mas bem, você não foi lá tão legal né. Me tratando como se eu não fosse adulto. — Dou de ombros ele ri sarcástico.
— Calma aí, você não é bem um adulto, nem age como um.
— E como eu deveria agir? Como você? Desculpa, mas eu não sou como você e nem quero. — Digo cruzando os braços.
— Cala a boca, você é ridículo, Frank. Eu não sei porque sempre faço as escolhas erradas. — Ele passa as mãos pelo rosto em frustração e eu me levanto furioso.
— Escolhas erradas? Então se arrepende de ser meu namorado? Ou melhor, se arrepende de não poder estar livre e foder com quem quiser?
— Olha, nem se atreva a continuar. — Ele me aponta e eu cruzo os braços novamente o olhando sério.
— Você é uma puta, é isso. — Digo e ele cerra os dentes fechando a cara.
— Vai se foder, seu idiota. Eu não quero nunca mais olhar na sua cara. — Ele grita e me afasto empurrando tudo pela minha frente.
— Que ótimo, assim você pode ser um filho da puta longe de mim. — Grito de volta ele me segue.
— Filho da puta é você, seu infantil do caralho. — Ele grita e me viro. — O que, vai me dizer que é um adulto? Agindo assim?
— Sinceramente, você não entende como eu me sinto, por isso que é um insensível desgraçado, meus sinceros vai se foder.
— Ah, eu feri seus sentimentos, Frank? Nossa, me desculpe por dizer que você é um bebê de dezoito anos. — Gerard me provoca.
— Idiota. — Dou as costas e saio brigando com ele.
Saio de sua casa, mas ele ainda sai comigo me xingando e eu respondendo.
— Cala a boca, você que pediu pra namorar comigo e está me tratando feito lixo, mas o lixo é você! — Grito deixando a entrada.
— Vai se foder, Frank! — Ele grita dando as costas.
— Vai se foder, Gerard! — Grito de volta e me afasto da casa, arrependido de ter me locomovido até aqui à pé.
Amar alguém que não seja a sua família é complicado, pra cacete. Gerard me irritou muito hoje e eu acabei falando milhares de besteiras, uma atrás da outra, provavelmente tudo que ele me disse é verdade e eu tenho que mudar, eu preciso crescer e amadurecer.
Se isso foi um término? Bom, eu não sei. Eu quero chegar em casa e chorar feito uma garota que terminou com o namorado, a verdade é que eu amo ele demais e meu peito tá doendo só de pensar que magoei ele.
Sem contar toda essa merda com o Gee, eu fui um otário com o Mikey e ele deve estar furioso comigo e automaticamente a banda me odeia. Eu devo desculpas pra todo mundo, afinal eu devo ser como meu pai mesmo, só decepciona todos ao seu redor.
Começo meu plano de pedir desculpas ao Mikey e a banda.
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Handsome Father - Frerard
FanfictionO amor desde sempre foi algo inexplicavelmente complicado, ninguém nunca teve o poder de obrigar alguém a amar outro, é algo único e forte, as vezes até repentino. Frank questionava o por quê de ter se apaixonado justo pelo pai de seu melhor amigo...