Se um dia eu já fiz algo tão ruim nessa vida a ponto de merecer tudo isso, eu me arrependo amargamente.
Ter uma banda no ensino médio não é muito fácil quando se tem pais rígidos, especificamente um pai rígido.
Minha família é um tanto tradicional, meu pai é encanador e minha mãe é dona de casa, uma típica família de Nova Jérsei. Frank é um pai alcoólatra, preconceituoso, homofóbico e machista, tudo isso em apenas uma pessoa. Já a minha mãe é um tanto religiosa, mas é a melhor pessoa desse mundo inteiro e nunca deixou de me defender do meu pai, por mais que algumas das vezes tenham sido apenas tentativas. Mas a influência do meu pai a deixa mais instável e eu consigo ver nos olhos dela o sofrimento de ser casada com ele.
— Ei, moleque. — Ele me chama, atrapalhando meu café da manhã. — Vai me ajudar hoje a noite, eu vou beber um pouco hoje a tarde e não vou estar totalmente sóbrio, se é que me entende. — Sua risada falsa me traz uma fúria interna, já sentindo o cheiro do álcool mesmo de longe.
Eu poderia dizer "então não beba, assim você consegue trabalhar", mas eu não seria capaz. Eu finjo ser um grande valentão, mas no fundo eu só sou mais um adolescente que tem medo do pai, um medroso de merda.
— Tudo bem, pai. — Respondo voltando meus olhos ao prato já vazio.
Frank sai da cozinha e suspiro pegando meu copo e prato e levando até a pia, onde minha mãe lava a louça do café da manhã.
— Os ovos estavam deliciosos, obrigado mãe. — Beijo sua bochecha colocando o prato dentro da pia e ela sorri.
— Se não estiver disposto hoje a noite eu posso falar com seu pai.
— Tá tudo bem, pelo menos se eu for nós não seremos processados. — Digo risonho com um fundo de tristeza.
Os olhos da minha mãe, a pessoa que me criou, tão cheios de tristeza e dor. Seu sorriso tão confiante já não é capaz de me enganar, porque as palavras do homem que eu já chamei de melhor pai do mundo, machucaram profundamente seu coração.
— Eu vou para o colégio. — Digo e ela seca suas mãos na toalha, me abraçando rapidamente. — Eu te amo, mãe.
— Também te amo, querido. Tenha uma boa aula.
— Terei. — Finalizo meu abraço e pego a minha mochila próxima a mesa. — Tchau. — Aceno saindo do cômodo e logo da casa.
Escuto minha mãe pronunciar as famosas frases de boa mãe, me mandando me comportar e não usar drogas, rio saindo e pegando a minha bike.
A mesma rotina de sempre, saio da zona quase totalmente rural de onde moramos e vou pedalando apressado, com sorte eu consigo ver o pai do Patty o deixando na escola.
Quase causando vários acidentes eu finalmente chego até a entrada do colégio, meu coração quase saindo pela boca de cansaço, mas no momento exato. Assim que paro a minha bicicleta, o carro preto um tanto conhecido para. Apresso meu passo levando minha magrela comigo e Patty sai do carro com a cara de sempre, tédio.
— Filho, não se meta em problemas. — Escuto a voz de Gerard em tom suave e amável.
— Eu não prometo nada. — Patrick me avista e sorri. — Frank!
— Hey Patty, chegamos na mesma hora. — Minha respiração se estabilizando aos poucos me faz andar até poder ver o pai ali dentro. — Gerard… — Sorrio, ganhando outro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Handsome Father - Frerard
FanfictionO amor desde sempre foi algo inexplicavelmente complicado, ninguém nunca teve o poder de obrigar alguém a amar outro, é algo único e forte, as vezes até repentino. Frank questionava o por quê de ter se apaixonado justo pelo pai de seu melhor amigo...