Brian
Eu nasci de um acidente entre meus pais, um encontro bêbado na boate, uma noite de loucura e tcharam lá estava eu nos braços do papai nove meses depois.
Meu pai não passou de contribuição biológica para minha concepção. Nosso relacionamento nunca foi amoroso e não ajudou o fato de que ele e minha mãe brigaram e se culparam durante toda a gravidez indesejada e inesperada. Sei disso porque em cada discussão que tive com ele ao longo dos meus trinta e cinco anos de vida fez questão de deixar claro que não desejou meu nascimento.
Nasci porque o útero aleatório, vulgo mamãe, se recusou a abortar e pretendia me criar. Sua morte no parto interrompeu seus planos e os do meu pai, cujo processo de reconhecimento de paternidade havia sido concluído.
Meus avós não permitiram que ele me jogasse no sistema de adoção, fui criado com amor pelos dois, até meus sete anos, quando o navio em que estavam comemorando quarenta anos de casados encalhou e tombou na costa da Itália, eles não resistiram e meu pai passou a me criar desde então.
Criar palavra muito forte, passou a me tolerar no mesmo ambiente físico e a me ferrar cada vez que tinha oportunidade.
Tentou me jogar no sistema de adoção, mas meus avós previram algo assim e se precaveram antes, deixando os bens em meu nome, ele como meu tutor e uma condição específica para que eu continuasse sob sua tutela ou os bens seriam despojados.
Tem um mês e sete dias que meu querido pai morreu de acidente de carro, sequer fui ao velório, não tínhamos uma relação e não senti nada pela sua partida precoce.
Mas é claro que ele daria um jeito de rir por último na minha cara.
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Não contava que a abertura do seu testamento me deixasse preso ao meu pior pesadelo.
Meu pai aproveitou uma brecha no documento dos meus avós, que não determinava o destino dos bens quando fizesse dezoito anos. Colocou em seu nome todo o patrimônio que até a semana passada achava que me pertencia.
Para continuar no controle das ações eu deveria me casar em até quarenta e cinco dias após o enterro dele. Eu passei uma semana desde que aquele maldito advogado apareceu tentando achar uma maneira de não me curvar a esse show de horrores que aquele homem inventou.
Ele sempre soube da minha aversão ao casamento. Sou grato pelo fato de que meus pais não chegaram a efetivar algo assim, a disputa na justiça pelo reconhecimento da paternidade por si só tornou impossível que isso acontecesse.
Cresci ouvindo praticamente todos os dias o que mulheres interesseiras faziam a homens ricos, como se minha mãe fosse a única culpada pelo fato de eu estar no mundo.
Papai colaborou com minha visão pouco romântica da vida se casando dezesseis vezes ao longo da minha vida. Um casamento vazio atrás do outro com mulheres que nunca quiseram nada além do dinheiro dele. Seu último relacionamento sério terminou há dois anos e minha ex-madrasta até hoje me liga tentando me levar para a cama. Como seu eu em algum dia fosse encostar em uma mulher que papai teve. Ela percebeu de onde o dinheiro realmente vinha e tentou mudar o foco do alvo.
Tenho oito dias para casar ou perderei tudo o que construí.
Levantei da mesa e parei novamente em frente à essa janela, sete dias atrás estava confiante que mandaria o último desejo do meu pai para o mesmo destino que ele, devolveria para o universo, os astros ou seja lá o que me colocou nessa situação com um grande dane-se!
Hoje, depois de uma longa semana discutindo cada linha do testamento com os melhores advogados do país e do mundo me rendo que preciso encontrar uma mulher linda o suficiente para ser minha esposa e que não espere nada de um casamento.
Sob minha mesa há vários documentos com nomes de prováveis candidatas a esposa, são mulheres com quem já me relacionei ao longo dos anos e que seriam tão pragmáticas quanto eu em relação ao contrato, o problema é que não estamos juntos justamente por esperarem algo a mais.
Me viro para alcançar os papéis quando olho nos olhos escuros mais penetrantes que já vi, segundos antes de sentir nas pernas uma dor que nunca tive.
Ouço um grito enquanto observo com horror um bule com algo fervente cair sob meu terno, só então percebo que o grito partiu de mim. Olho furiosamente para essa desastrada que não só arruinou um terno caríssimo em um dia de reuniões importantes como ainda me deu por tabela uma queimadura de terceiro grau nas pernas.
O que eu fiz ao mundo para merecer esses últimos dias? Se é algum castigo já deu, pode parar de testar que até o momento eu fui forte!
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Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)
Romance🔞 Para maiores de 18 anos🔞 Brian Uma piada de mal gosto do destino. Só isso explica as decisões que precisam ser tomadas em um curto espaço de tempo, para garantir que o trabalho de uma vida, não tenha sido em vão. Quando a copeira o pega distraí...