Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)

Uma decisão incerta

Gio

Desço para o jantar de banho tomado e relativamente mais calma. Minhas coisas chegaram assim que meu noivo saiu do quarto. Estou tentando me acostumar com o que eu aceitei. Sou uma noiva!
Meu futuro marido está com um homem que não conheço que ao me ver franze o rosto.
Eu sei que estou mal vestida para essa mansão que ele considera um humilde apartamento, mas coloquei a melhor das roupas de segunda mão que possuo. Ao sair de Jackson praticamente deixei tudo para trás, não queria lembranças de uma vida que não teria.
Nunca fui uma mulher fútil, mas era muito confiante. Junto com meu noivado minha irmã levou embora minha autoestima. Em última conversa com o feliz casal ao tentar explicar sua atitude tanto Simon quanto Harper deixaram claro que ela era a mulher e eu a criança que pegou o kit de maquiagem da mãe escondido e rebocou a cara. Ela era a eleita para casar e eu para momentos de diversão. Harper tomava conta da casa e me ajudava na loja, enquanto que eu trabalhava na loja mas sempre vestida e maquiada de maneira impecável. A desculpa para a traição era que eu era fútil por me importar em andar bem vestida e arrumada.
Nosso último encontro me deixou a casca da Giovana que já fui um dia. Passei a ser apenas Gio, um nome incompleto para uma vida incompleta. O que me doeu foi meus pais concordarem com cada palavra que foi lançada para mim nesse momento de dor. Em Seattle comecei a viver o oposto do que eu era.
Minha estabilidade financeira deixou de existir, Anabelle me levou em ótimos brechós onde consigo roupas de segunda mão de qualidade, às vezes até algum achado de grife. Maquiagem só quando e se necessário. Manicure e cabeleireiro nem lembro a última vez em que fui.
Brian percebe o olhar no rosto do outro homem e se vira. Me olha dos pés à cabeça e seu olhar se aquece, escurecendo o azul de seus olhos, me deixando inquieta e molhada.
Me lembro de mais cedo quando no banheiro de seu escritório ele começou a tirar a roupa e minha boca ficou seca com aquele corpo. Não consigo esquecer que por baixo disso, ele tem um corpo maravilhoso.
- Gio venha conhecer Cole, meu advogado.
- Desculpe interromper - olho para Cole.
- Prazer, Gio. Não interrompeu, estou aqui para representá-los.
- Vamos para o meu escritório?
Brian como sempre não espera por uma resposta, começa a andar na direção que deve ser da sala e nós apenas o seguimos.
Ele se senta na mesa e aponta as cadeiras em frente para eu e o advogado sentarmos também.
- Trouxe o contrato pré-nupcial para análise de vocês.
Cole entrega uma cópia para mim e outra para Brian.
Começo a ler, percebo que Brian não está lendo. Ele já deve ter discutido os termos com Cole e aprovado.
- Eu e Cole já discutimos os termos do contrato e estou de acordo - ele me confirma como se tivesse dito meus pensamentos em voz alta.
- O que é isso, Brian? Meio milhão de dólares por mês e um apartamento? Não acredito que você estava falando sério.
- Gio eu lhe disse que você seria bem compensada se aceitasse a proposta.
- Sim, imaginei dez mil dólares a princípio durante uns seis meses e mais dez mil ao término do casamento. Não preciso e não quero meio milhão de dólares e muito menos um apartamento!
- Cole me aguarde na sala de jantar, vou discutir o contrato com minha noiva.
O advogado me lança um olhar desconfiado e responde.
- Não acho uma boa ideia vocês discutirem sem a minha presença.
- Eu concordo com o seu advogado, amor. Ele está aqui para me orientar afinal - respondo de forma cínica para meu noivo.
- Meu amorzinho, eu lhe disse que manteria você em estabilidade financeira. Como minha esposa você participará de festas, convenções, bailes, jantares de gala e dez mil dólares não daria para você comprar sequer um vestido decente para me acompanhar. Não posso ser visto ao lado de uma mulher que possa levantar suspeitas de um casamento irreal, se te levasse a um jantar com o que você tem na mala hoje, seria exatamente essa a impressão que daríamos.
- E exatamente por que preciso lhe acompanhar nesses eventos ou você não pode dar essa impressão?
Quem me responde é Cole.
- Ninguém sabe das condições do testamento do pai de Brian. Achamos melhor não causar pânico entre os investidores e abrir precedência para contestação de execução testamental. Vocês precisam passar a ideia de romance e amor à primeira vista. Fora de um ambiente íntimo precisam agir como um casal apaixonados.
- Você concordou com isso? Pergunto ao meu noivo.
- Cole me convenceu de que é o melhor a ser feito. Não quero os abutres do governo de olho em algo que construí.
- Nem gostamos um do outro Brian, como vamos agir como um casal apaixonado?
- Cole por favor me deixe falar com minha noiva a sós. Quando voltarmos a falar do contrato lhe chamo.
- Ok, mas ainda acho uma péssima ideia sair dessa sala - ele lança mais um olhar desconfiado em minha direção e sai.
- Onde estávamos? Brian me pergunta se levantando e caminhando em minha direção.
- No momento em que me explica como seremos um casal apaixonado se nem gostamos um do outro.
- Ah sim, me lembro. No momento exato em que lhe mostro como faremos isso.
Brian me levanta e antes que eu perceba ele me beija, me deixando sem palavras.