De assistente à esposa

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Gio

Acordo e me deparo com Brian me olhando com um sorriso bobo no rosto.
Ele me diz que sou a causa do seu sorriso, me beija e sai da cama para se arrumar.
Bem que eu gostaria de ter passado mais tempo aqui mas, ele me pede que seja breve.
Tomo um banho, visto um conjunto executivo bege, scarpim preto e desço.
Fomos para a reunião e meu marido atendeu meu pedido me apresentando formalmente. Sei que esses homens sabem do nosso casamento, mas não estou aqui como a esposa do bilionário CEO da Richard's Tech.
Não quero que se sintam confortáveis com a minha presença como se sentiriam em uma situação descontraída como em um encontro social. Preciso separar a mulher de Brian da Giovanna assistente do CEO.
Não li nenhuma informação específica dessa negociação, meu marido não queria influenciar meu julgamento do que seria dito hoje.
Só sei as informações genéricas que ele foi soltando nas poucas vezes que o questionei sobre esse encontro.
Durante a exposição da proposta pelo Conselho administrativo da Gamers Boch percebo que não há benefícios para a Richard's Tech. Eles passaram a manhã toda e boa parte do almoço tentando induzir Brian a concordar em abrir mão de gerir a empresa que nascerá da fusão.
Meu marido pouco falou, mas quando se pronunciou deixou bem claro não vai assinar a proposta.
Encerrada a reunião voltamos para a mansão, nosso retorno à Seattle será amanhã pela manhã.
Depois de outra noite cheia de momentos de prazer voltamos à Seattle.
Dormi durante todo o voo de volta, Brian foi direto para a empresa assim que desembarcamos, não o acompanhei porque ainda era muito cedo. Fui para casa, desfazer as malas e descansar um pouco antes de ir trabalhar.
Ao chegar em casa liguei para Belle.
- Oi amiga, acabei de chegar.
- Como foi de lua de mel.
- Maravilhosa, resolvemos que nosso casamento será real.
- Ai que tudo! Você merece ser feliz.
- Estou muito feliz.
- E a Lia?
- Depois de conversar com Mark, Brian resolveu não a processar desde que ela se trate da obsessão por ele.
- Que vaca, vontade de socar a cara dela, quando li as besteiras que ela soltou.
- Na verdade eu tenho é compaixão por ela. Pensa como seria você amar uma pessoa por anos, alimentando em você uma reciprocidade que não existe e essa pessoa ainda se casar e ser feliz com outra.
- Só você amiga para ver bondade até em atitudes mesquinhas da Lia.
- Não é bondade é empatia, se me colocar no papel dela sou capaz de entender porque agiu assim, não que eu faria a mesma coisa. No lugar dela eu simplesmente superaria o fato e seguiria em frente.
- No lugar dela, foi exatamente o que você fez.
- Não senhora, o Simon não chega nem nas solas dos sapatos importados do meu marido.
Nós duas caímos na risada. Me despeço da minha amiga, me arrumo e saio para o trabalho.
Chegando na empresa sou direcionada para o RH, onde atualizo o contrato e a minha documentação de casada. Brian fez questão que ao casar seu sobrenome fosse acrescentado ao meu nome.
Chego no andar do escritórios executivos e encontro com a senhora Judy no corredor.
- Seja bem-vinda querida. Que vocês sejam muito felizes e já falei para seu marido que se ele lhe magoar vai se ver comigo.
Só percebo a lágrima que escorreu quando a senhora Judy limpa com carinho minha face. É estranho a maneira com que essa senhora cuida de mim desde o meu primeiro dia. Um carinho e preocupação quase de mãe.
- Obrigada.
- Como foi a lua de mel.
- Perfeita.
- Que bom que não conseguiram estragar.
- Pelo contrário, nos fortaleceu.
- Vamos ao trabalho, quero saber suas impressões da reunião.
A próxima meia hora conversamos sobre a reunião em Los Angeles. No restante do dia a secretária do meu marido me treina nas minhas novas funções.
O trabalho é muito gratificante e um desafio muito grande, Judy controla muitos aspectos da vida de Brian, tanto pessoal quanto profissional.
- Enquanto não se apropria das funções como um todo, por enquanto pode ficar a cargo da parte pessoal, até porque como esposa do CEO, a agenda social de vocês precisa ser alinhada. Caso tenha alguma dúvida de como lidar com alguma situação com a imprensa me procure, se não conseguirmos resolver juntas procuramos a equipe de comunicação e Cole, caso ainda não consigamos uma solução, consultamos Brian.
- Como na situação em minha lua de mel.
- Isso, era uma situação que cabia à vocês dois decidirem como lidar com a imprensa e Lia. O controle de danos foi feito aqui, impedindo que a matéria permanece no ar, mas a partir daí as demais soluções deveriam partir de vocês.
Percebi que a agenda social de Brian era tão corrida quanto a sua profissional. O dia do meu marido era tomado de reuniões e pelo menos quatro noites na semana eram compostas de eventos.
Na primeira semana em minha nova função nos vimos pouco. Cada dia que passou estava mais confiante e realizada na empresa.
Nossas noites foram agitadas com jantares de negócios, bailes filantrópicos e estreias em tapete vermelho.
A primeira vez que me deparei com famosos que via em revistas, sites e tv fiquei estática. Brian riu do meu embaraço quando me apresentou a muitos.
O tempo foi passando e quando me dei conta já estávamos casados há seis meses.
Nossa sintonia como casal só cresceu, Brian é um chefe exigente e um marido atencioso.
Aprendi muito como assistente de Judy que, agora com suas tarefas divididas, tinha mais folgas para ficar com a família. Pelo menos 15 dias por mês Brian permitia que se ausentasse do escritório e eu ficava responsável por toda a sua vida.
Ainda frenquentávamos muitos eventos. Com o decorrer do tempo, meu marido aceitou diminuir a vida social e nós passamos a ter momentos de recém casados.
Jantares românticos à luz de velas, viagens rápidas, viagens a negócios em que aprendia e algumas vezes opinava.
Nós ainda temos discussões, Brian às vezes extrapola na sua maneira de demonstrar como se importa comigo e minha função é colocar seus pés no chão. Sorrio ao lembrar do momento em que ele decidiu que eu precisava de um carro.
Um dia estava em nosso quarto em frente ao espelho terminando de me arrumar para ir à faculdade decidir meu futuro.
Resolvi mudar de curso, com a experiência na empresa percebi que tenho muito mais tino comercial que habilidade para ser uma boa médica. Ainda farei trabalhos voluntários com atendimento à pessoas carentes na área da saúde. Meu marido mais uma vez tinha razão, sou muito estabanada para praticar a medicina.
- Vem baby, tenho uma surpresa para você.
- Surpresa? Onde?
- Fecha os olhos e me acompanha.
- Brian as escadas, se fechar os olhos vou cair.
- Tem razão.
Sou surpreendida com ele me pegando no colo.
- Fecha os olhos, amor.
Ele caminhou por alguns minutos comigo em seus braços me coloca no chão e me pediu para abrir os olhos.
- O que é isso?
Um Audi R8 Spyder conversível preto está na minha frente com um laço vermelho.
- Seu carro. Gostou?
- Como assim meu carro?
Perguntei com os olhos semicerrados.
Brian decidiu que eu deveria ter um carro. Fui contra a ideia e disse que poderia andar de metrô ou Tim atenderia quando sua paranoia não me permitisse andar por Seattle.
- Baby, nós já conversamos.
- E eu fui contra, o metrô me atende perfeitamente.
- Você é minha mulher.
- Um carro não fazia parte do contrato.
- Gio, se você quer me irritar está conseguindo.
- Nós estávamos conversando sobre eu ter um, aí do nada o carro aparece na nossa garagem? Pode devolver Brian!
- Não vou devolver coisa nenhuma é seu.
- Certo, devolvo eu então.
- Baby....
- Não, sem essa de baby. Mesmo que eu concorde com a necessidade de um carro não é um conversível e caro desse jeito. Qualquer utilitário me atenderia.
- Minha mulher não vai andar de utilitário.
- Sua mulher pobre vai.
- Gio, você não é pobre!
- Não, mesmo. Tenho saúde, inteligência, um marido gostoso que me faz ir às estrelas toda noite. Não quero e não preciso de um carro caro.
- Te faço ver estrelas, é?
- Sim, mas você não vai mais encostar em mim até devolver esse carro.
- Você precisa de um carro Sra Richard.
- Concordo com um carro e vamos escolher juntos, agora devolve esse.
Ele me trouxe no colo para o nosso quarto e claro que cumpri a ameça, ele só encostou em mim quando devolveu o carro, que com as minhas provocações foram poucas horas depois de tê-lo trazido.
Olho para a mala que estou preparando sem saber o que levar.
Brian me pediu para preparar bagagem para passar quinze dias fora, sem especificar para onde iremos.
- Ainda não está pronta?
- Difícil ficar pronta sem saber para onde vou, não sei o que colocar na mala.
- Não deixou que eu mandasse alguém preparar.
- Era só o que faltava ter alguém revirando minhas calcinhas.
- Quem disse que eu ia deixar alguém chegar perto delas?
Reviro os olhos para o meu marido possessivo.
- Que tal você me falar onde vamos? Assim posso arrumar as malas tranquilamente.
- Nosso destino começa por Los Angeles, é tudo que direi.
- Bom então preciso de muita roupa de banho.
- Termina logo amor pra gente sair. Vou buscar uns documentos no escritório e te espero lá embaixo.
Meu marido beija meu pescoço e desce, fico terminando de arrumar as malas e me perguntando o que o CEO em minha vida vai aprontar.

Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora