Conhecendo a cidade

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Brian

Percebi que Gio não estava bem quando desceu as escadas para irmos ao aeroporto, estava com o semblante pálido e preocupado.
Entramos no avião, apresentei a comissária de bordo e a levei para o quarto depois que decolamos.
Deixei que descansasse e se preparasse para o encontro e adiantei algumas informações das reuniões em Los Angeles e os últimos arranjos do casamento surpresa.
Aterrisamos.
Renovei meu apoio, ela não está só e quero que tenha certeza disso em todos os momentos da nossa vida enquanto casal.
Paramos na loja onde conheço uma das suas amizades na cidade e vamos para a casa dos seus pais.
A casa era simples e acolhedora sua irmã nos recebeu com frieza, não disse uma palavra para Gio e largou a porta de modo displecente aberta deixando implícito para entrarmos.
Foi o primeiro olhar em busca de apoio que minha noiva me deu. A encorajei e entramos.
Em todos os momentos que percebi hostilidade gratuita fui em sua defesa, antes mesmo de perceber o que fazia.
Ninguém trataria mal Gio, na minha frente. Nem sua mãe, nem sua irmã medíocre. Ninguém. Enquanto estiver comigo não permitirei que a magoem.
A convenço a irmos para o hotel. Gio promete voltar e jantar contra a minha vontade. Queria carregá-la de volta para o avião e ir para Vegas.
Pergunto se quer a família no casamento por educação, mas incapaz de negar se for seu desejo.
Simon me irritou ao perguntar nossos planos para o casamento, o olhar dele para minha noiva me incomodou, vai ser difícil ser polido com ele, sabendo tudo que o canalha fez.
- Que tal me mostrar a cidade antes do jantar?
Tento distraí-la de pensamentos ruim quando vejo a testa franzida.
- O que você deseja ver?
- Seus locais preferidos, quero conhecer aquela menina que desbravava a montanha.
Ela abre um lindo sorriso que ilumina seu rosto e me diz.
- De carro impossível te mostrar a montanha.
- Vamos, garota do interior, fazer do seu modo.
Dispenso Tim, que faz o check in no hotel e vai descansar até a noite e saímos de mãos dadas.
É a primeira vez que segura minha mão espontaneamente.
Gio me leva aos seus locais preferidos: a montanha, a sorveteria, a praça e claro a biblioteca.
- Claro que você era uma ratinha de biblioteca - a provoco.
- Com muito orgulho, sempre foi meu local preferido, passava horas e horas aqui.
- Consigo imaginar você de macacão, capim entre os dentes, tranças e um livro na mão.
Ela dá uma alta gargalhada.
Nos sentamos na praça, tomando um sorvete, enquanto ela divide muitos momentos da infância feliz, até que volta a ficar preocupada.
- Uma moeda por seus pensamentos.
- Sabe, eu e minha irmã nunca fomos muito unidas, mas não entendo em que momento se tornou essa pessoa que encontramos hoje. Nem há três anos agia assim.
- A inveja sempre esteve presente entre vocês.
- Mas por que me invejar? Eu não era ninguém, vivia uma vida simples.
- Você é perfeita.
Gio me olha com intensidade e o sorvete escorre pela sua boca.
- Eu pareço criança quando tomo sorvete, não consigo sair sem me sujar.
Eu não respondo nada hipnotizado pelo sorvete que ainda escorre pelo canto da sua boca.
Antes que perceba estou recolhendo o sorvete com meus lábios.
Minha boca toca a dela e esqueço que estamos em uma praça pública, ela corresponde ao beijo com a mesma intensidade de todas as outras vezes que nossas bocas se juntaram.
Nosso desejo só aumenta.
Alguém limpa a garganta próximo ao banco em que estamos e afasto dela com relutância.
- Amanhã.
- Amanhã o que?
- Você será minha por completo amanhã, então prepare-se.
- Vocês deveriam ser mais discretos nas demonstrações públicas de afeto, moramos em um cidade pequena.
- Estamos nos contendo, te garanto que nossas demonstrações de amor são bem mais efusivas.
De novo, quando dei por mim já havia respondido o tom ácido de Simon em defesa da Gio. Não vou permitir que estrague nenhum momento nosso, já interferiu demais na vida da mulher que me acompanha, não é justo que tire dela mais nenhum momento descontraído.
- Minha irmã sabe que está me seguindo Simon?
- Não estou te seguindo, vou para a loja e encontrei vocês dando um show na praça.
- Engraçado como só você acharia um beijo entre duas pessoas noivas um show.
- As coisas ficaram estremecidas entre a gente Gio, mas não precisa mais ser assim. Você seguiu em frente, está linda e somos família.
- Minha noiva não é sua família. Sua esposa e seus filhos são da família. Você é só um parasita agregado.
Simon me ignora e fala diretamente com Gio.
- Precisamos conversar.
Me ergo do banco em que estávamos, levando Gio comigo no processo.
- Ela não tem nada para falar com você.
- Ela sempre conseguiu falar por si só.
- Meninos parem. Você já disse tudo o que havia a ser dito na época em que os fatos ocorreram Simon. Eu nunca disse nada, mas quer saber, não vale a pena dizer, você é página virada na minha vida. Melhor ainda, na minha nova vida, você não é sequer um título. Vamos amor, precisamos nos arrumar para o jantar.
Minha tigresa mostrou as garras e ela se defendendo é tão excitante, preciso mentalizar várias estratégias de negócios para tentar reduzir a ereção que carrego. Se um beijo escandalizou a cidade, a visão de um homem extremamente excitado fará com que sejamos expulsos.
Chegamos ao hotel e vamos para o quarto, não resisto ao desejo de tê-la junto a mim e a beijo com voracidade. Ela corresponde, sua língua dança com a minha e eu faço amor com a sua boca, querendo descer beijando seu corpo
Pressiono Gio contra a porta e tiro sua blusa, a imagem da primeira noite em que a vi de lingerie me vêm na memória e meu desejo toma forma. Finalmente, estou correndo com as mãos pelo seu corpo.
Me afasto ofegante e digo.
- Sua chance de parar é agora, se te levar para a cama, não vou parar de fazer amor até amanhã de manhã e, mesmo assim, só farei isso para recomeçar tudo outra vez enquanto voarmos para o nosso destino.
Ela me olha com desejo mas empurra meu peito. Está toda arrepiada, com a boca inchada do nosso beijo, tão ofegante quanto eu. Mesmo assim se afasta e de costas para mim diz com a voz rouca.
- Eu quero muito isso tudo com você mas temos um jantar que já estamos atrasados para comparecer. Não vou decepcionar meu pai novamente, se não fosse por ele saiba que nada me tiraria dessa cama com você.
Ela se vira para mim e preciso de todo o meu autocontrole para não fazer o que disse que faria.
- Preciso me acalmar, use o banheiro primeiro.
- Antes preciso que saiba que o seu apoio me deu força para suportar esse dia.
Me aproximo dela, pego seu rosto em minhas mãos e beijo levemente seus lábios.
- Quis dizer cada palavra hoje, você não está só. Quero estar aqui e não permitirei que ninguém a trate de uma forma diferente do que merece ser tratada. Vá tomar seu banho, antes que me arrependa e te arraste para a cama.
Ela vai em direção ao banheiro e fico no quarto, pego o notebook para estudar os dados que o Conselho enviou para a reunião da semana que vem. Tento ocupar minha mente para não prestar atenção no barulho da água do chuveiro correndo e o corpo de Gio molhado.
Incomodado me ajeito na cadeira e tento me concentrar para distrair minha mente. Algum tempo depois minha nova sai pronta do banheiro. Passo por ela, dou um beijo seus lábios e vou me arrumar.
Essa noite ao lado dela sem poder fazer tudo o que desejo será uma tortura, acho que esse é o primeiro de vários banhos de frios que tomarei enquanto estivermos aqui.

Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora