Gio
Entro no banheiro e encosto contra a porta.
Nunca imaginei que alguém ficaria de pernas bambas com um beijo. Sempre achei que isso era exagero literário. Até essa noite. Até esse beijo.
Todos os nossos beijos me desestabilizaram, todos me deixaram querendo mais. No entanto, de alguma forma o de hoje, quando voltamos ao hotel foi diferente.
Não sei se pelo fato de estarmos na minha cidade, com todo carrossel de emoções que cada canto aqui me traz, ou pelas coisas que compartilhamos desde que pousamos.
As lembranças, a relação estremecida com minha família, os conhecidos que pararam para me cumprimentar, os lugares preferidos que mostrei.
Nem o encontro com Simon me desestabilizou como era a intenção clara dele fazer. Meu dia foi tão incrível que a única coisa que fiz foi deixar claro para ele que na minha vida ele nem é lembrado e o deixei falando só levando Brian comigo.
Vou ter que conversar só com meu pai mais tarde. Não é justo minha mãe e minha irmã o deixarem pensando que não me importei com seu estado de saúde, aliás se minha mãe for a mulher esperta que acho que é, já contou ela mesma a mentira inventaram para ele.
Saio do banho, coloco um vestido justo amarelo que comprei para o ensaio de casamento de Belle, saltos nudes, cabelo solto e maquiagem leve.
Encontro Brian sentando ao laptop trabalhando.
Ele me olha com intensidade, vem até mim, me dá um leve beijo e vai se arrumar.
Chegamos na casa da minha mãe e somos recebidos pelos meus sobrinhos que estavam brincando na varanda com meu pai.
- Você é minha tia?
- Sim, eu sou - respondo sorrindo.
Eles são lindos, se parecem muito com minha irmã.
- Sou Dominique e ele é Carter, somos gêmeos. Quem é ele?
- Ele é Brian.
- Você é o marido da tia?
Brian se abaixa na altura do pequeno Carter e responde sorrindo também.
- Em breve serei.
- Dom e Carter entrem para tomar banho.
- Ah vovô, quero ficar com a tia e tio.
- Eu também.
- Sua tia vai jantar conosco e ela não quer sentir mal cheiro de dois porquinhos na mesa.
Ele faz cosquinha nos meninos enquanto os empurra para dentro em direção à minha irmã que me olha com raiva.
- Vem, meninos. Hoje temos visita para a janta.
- Harper, já conversamos.
- Não esqueci papai.
Meu pai se vira pra mim e me puxa em direção à entrada lateral,
- Brian entre, por favor, preciso falar com minha filha a sós.
Ele me olha para confirmar se é o que desejo, quando aceno ele entra.
- Espero por você ali dentro.
- Vá, mamãe deve estar ansiosa com os detalhes do casamento e como não sei de nada, você poderá responder suas dúvidas.
Ele beija a minha testa e entra.
- Gostei do seu noivo, você soube escolher bem dessa vez.
- Papai.
- Calma meu amor, te peço que me escute.
Papai respira fundo e senta em um balanço. Sempre me trouxe aqui cada vez que percebia que estava com problemas, ficamos muitas horas sentados tendo conversas de pai e filha, achando resolução para diversos problemas.
- Quero me desculpar com você pelas minhas atitudes de três anos atrás. Sua mãe sempre me acusou de preferir você em detrimento da sua irmã. Quando tudo aconteceu, me convenceu que quem precisava do nosso apoio era Harper, que você se reergueria, porque além de vítima sempre foi mais forte.
- Entendo.
- Não, você não entende. Tem uma natureza doce e como seu noivo bem disse mais cedo caráter e senso de justiça inegociável. Não faria com ninguém o que fizeram com você.
- Papai é passado. Também sou culpada pela distância que nos impus.
- Você não tem culpa de nada. Nada.
- Não sabia do seu infarto.
- Sua mãe me contou da mentira inventaram. Estou me separando da sua mãe e já falei para sua irmã que se ela te destratar debaixo do meu teto novamente, pode sair daqui com toda a família.
- Separar? Por minha causa?
- Não. Porque a sua mãe não é mais a mulher doce com quem casei. Ela é uma mulher amarga que se deixa influenciar por uma filha mimada. Dessa vez quase estragaram o nosso relacionamento por ciúme doentio e descabido.
- Quero você no meu casamento papai, mas para ser sincera não quero nem mamãe e muito menos Harper lá.
- Eu entendo e respeito. Aprovo o seu noivado. Seu noivo é um homem íntegro e gostei como ele se levantou em sua defesa hoje.
Nos abraçamos e minha mãe aparece nos chamando para dentro.
- Seu noivo não quer dar os detalhes do casamento. Sou a sua mãe, quero participar da sua vida.
- Não quero você e sua amargura na minha vida. Ou reconhece os erros que cometeu comigo ou pode continuar como está. O que a senhora e a Harper fizeram não tem perdão.
Minha mãe me olha com lágrimas nos olhos.
- Seu pai quer se separar de mim por isso.
- Ele me contou, não concordo com a separação, acho que vocês podem resolver tudo. Mas é a vida de vocês, não vou tomar nenhum partido, mas apoiarei os dois.
- Eu sei que erramos Gio. Na época eu estava anestesiada, assustada e quando Harper tomou as decisões fui no embalo e não a desmenti. Seu pai melhorou, sua saúde ficou frágil, tivemos que fazer diversas adaptações. Em vários momentos peguei o telefone para te contar, mas sempre me convencia que era melhor assim, não tinha motivo para tirar você da sua rotina, seu pai estava bem.
- Isso seria verdade mamãe se no passado não tivesse se feito de vítima para mim no telefone, tentando me fazer culpada por não estar aqui quando tudo aconteceu.
- Você sempre foi a filha preferida do seu pai, não podia abandonar Harper que só tinha a mim.
- Mas podia me deixar sem apoio algum. Me desculpe se isso lhe magoa, mas não quero você perto do meu casamento, se foi incapaz de estar ao meu lado no pior momento da minha vida, não merece estar lá no melhor.
- Eu sinto muito, espero que me perdoe e volte atrás na sua decisão. Você é minha filha e te amo, me desculpe se não soube demonstrar.
Sinto sinceridade na minha mãe, acho que na verdade o vitimismo de Harper a influencia.
- Temos um longo caminho a seguir. Meu casamento será uma surpresa pra mim, uma cerimônia íntima. Mas quem sabe depois não realizo outro aqui na cidade e você me ajuda a organizar?
Minha mãe me agradece e ajudo com o término do jantar. Passamos o passado a limpo. Não há ainda uma reaproximação, mas pela primeira vez, sinto que estou deixando o passado para trás.
Brian entra na cozinha, me abraça e me pergunta se estou bem.
Acho que estou começando a me apaixonar por esse homem mandão. O único momento que não senti seus olhos sobre mim, foi quando conversava só com meu pai.
Desde que entrei e toda a família desceu, sinto que sou observada pelo meu noivo.
- Estou bem, já vamos servir o jantar.
Nos sentamos na mesa e os meninos não param de fazer perguntas para mim e para Brian. Não sabia da enorme paciência dele com crianças. Meus sobrinhos são uns amores me conquistaram no primeiro tia que soltaram.
Brian pede atenção, me pega pela mão, me levanta e diz olhando nos meus olhos.
- Gostaria da sua permissão senhor Scott para me casar com a sua filha linda, inteligente, carismática, sincera e honesta. Essa mulher me conquistou no primeiro esbarrão em meu escritório. Quero colocar o mundo aos seus pés Gio e nem ele será suficiente diante de tudo que merece. Podemos começar com meu nome e o seu juntos e crescer a partir daí.
Meu pai se levanta, me abraça, ao meu noivo e com os braços ao nosso redor ele dá sua permissão.
Minha mãe nos parabeniza e pede perdão ao Brian pela confusão mais cedo.
Informamos aos meus pais que iremos embora pela manhã,
- Brian tem uma reunião de negócios em Los Angeles que ele precisa se preparar para conduzir.
- Nossa irmãzinha, se deu bem hein. Um homem rico para te sustentar - minha irmã tenta me envenenar.
- Acho que devo lhe agradecer Harper, se você não tivesse me livrado do Simon essa seria minha vida. Empacada e sustentando um homem que não tem nenhuma ambição.
Me despeço dos meus pais e vamos para o hotel.
- Quão cansada você está?
- Muito. Foi um dia que me exauriu emocionalmente.
- Hoje vou deixar que descanse.
Chegamos ao hotel, me troco e deito esperando por Brian. Adormeço antes que venha para cama.
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Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)
Romance🔞 Para maiores de 18 anos🔞 Brian Uma piada de mal gosto do destino. Só isso explica as decisões que precisam ser tomadas em um curto espaço de tempo, para garantir que o trabalho de uma vida, não tenha sido em vão. Quando a copeira o pega distraí...