Definindo um acordo

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Gio

Vejo a porta aberta do escritório ainda sem reação.
O que diabos acabou de acontecer aqui?
Toco em meus lábios ainda dormentes do beijo e arrumo minha aparência, antes que aquele advogado retorne.
Quando Brian me arrancou da cadeira não imaginava o que viria, foi tudo tão rápido que nem percebi que sua boca descia em direção à minha.
No momento em que nossos lábios se encontraram meu corpo correspondeu naturalmente à possessividade que vêm desse homem, passei a mão em seus cabelos nos aproximando ainda mais. Arfei em surpresa e ele se aproveitou para invadir com sua língua minha boca. 
Começou um duelo de boca, línguas e mãos eu querendo sentir o corpo que admirei mais cedo, a eletricidade que correu na minha pele por onde as mãos dele passou me deixou arrepiada.
Ele colou nossos corpos e senti sua excitação que me deixou molhada, pronta e querendo mais.
Desci minha mão para o seu peito precisando sentir seu corpo. Senti seu coração acelerado e a urgência da sua vontade quando gemeu em minha boca e passou a mordiscar minha orelha e pescoço.
Voltei à consciência ao perceber suas mãos em minha pele nua.
Ele agiu como se não tivesse movido a terra abaixo dos meus pés e saiu em busca do advogado.
Fiquei no escritório, desnorteada, com minhas emoções tumultuadas, roupas fora de lugar, lábios inchados e sozinha para entender o que acabou de acontecer.
Meu corpo insatisfeito grita para ele voltar e terminar o que começou. Minha cabeça está calada, acho que ao me beijar ele roubou minha capacidade de pensar.
Os dois retornam ao escritório e eu ainda estou em pé ao lado da cadeira, com meu corpo todo arrepiado e tentando entender o furacão que me atingiu quando ele me tocou.
- Podemos retomar nossa reunião, Gio? - Brian me pergunta.
- Sim, podemos. Só quero deixar bem claro que tenho condições para assinar esse contrato, mas vamos nos sentar para voltar a discutí-las. Do jeito que está eu me recuso a assinar.
Volto a me sentar e olho para o advogado que me encara como se esperasse exigências absurdas da minha parte no contrato.
- Tudo bem, Gio, vamos lhe ouvir. Sente-se Brian para escutarmos as mudanças que sua noiva quer.
- Não quero ser interrompida enquanto falo e vou deixar bem claro para ambos que ou é do jeito que quero, ou podem ir em busca de outra noiva para meu chefe.
- Ora, ora. Veja quem está colocando as garrinhas de fora, Brian. Fale moça o que você deseja.
- Primeiro. Cole meu nome é Gio. Segundo me ouça. Terceiro me recuso a receber essa pensão de 500 mil dólares.
- Gio.... - Brian começa e o interrompo.
- Não, Brian. Ou fazemos do meu jeito ou dê adeus a esse noivado. Como disse não quero ser interrompida enquanto falo. Está anotando Cole?
- Sim, sem pensão de 500 mil dólares e quanto deverá ser então? Um milhão talvez?
- Não. Eu preciso de 20 mil dólares por seis meses para ajustar minha vida financeira, mas após os seis meses não quero receber nenhum centavo de pensão. As roupas que deverei usar para acompanhar Brian deverão sair do bolso dele e após o divórcio ele fará o que quiser com elas, as usarei como um empréstimo. Bem como o anel de noivado e jóias que me emprestar, serão devolvidas todas à ele. Quero que conste no contrato também que eu voltarei a cursar medicina, porque dessa forma não violarei nenhuma cláusula ao ter uma atividade diferente de ser exclusivamente a esposa de um bilionário. Não quero nenhum apartamento tampouco.
Quando termino percebo que Cole me olha com a boca aberta enquanto que meu noivo está com os dedos brancos de tanto apertá-los.
- Não será assim, Gio. Eu já concordei com esse contrato.
- Pois até onde eu sei Brian, você não é o único a assiná-lo. Afinal você não pode se casar consigo mesmo. Você precisa da minha colaboração para o casamento e ela só irá acontecer se forem nos meus termos. Ou Cole modifica o contrato, ou pode agora mesmo ir em busca de outra noiva.
- E para onde você iria se eu saísse por aquela porta em busca de outra noiva, sem casa, emprego, família?
- Não seria a primeira vez que me veria sem casa, emprego e família Sr O Dinheiro Compra Tudo. Me viraria, como sempre me virei sem você.
- Bom acho que tenho outra solução se você se recusar a assinar o contrato.
- E qual seria amor?
- Me casar com você sem um contrato.
- Meninos calma, estou aqui para gerir os conflitos e resguardar os interesses de ambos. Brian, sou seu advogado há anos, me escute, vá lá fora se acalme e volte. Enquanto isso eu discuto com Gio as alterações que ela deseja.
Meu noivo sai contrariado do escritório, enquanto Cole toma seu lugar atrás da mesa em que estou sentada.
- Você me surpreendeu garota, positivamente no entanto. Nunca vi meu amigo esboçar nenhuma reação em uma reunião de negócios. Ele estava a ponto de torcer seu pescoço - Cole me diz rindo.
- E isso deveria ser engraçado por quê?
- Calma, se desarme menina. Realmente quero o melhor de ambos aqui. Não lhe conheço mas sou seu advogado no que se refere a esse casamento.
- Tudo bem, me desculpe. Seu amigo me tira do sério com esses valores absurdos nesse contrato. Quem em sã consciência aceitaria esse desatino?
- Muitas mulheres dariam tudo que têm para assinar esse desatino, você quer abrir mão de seis milhões de dólares por ano. Você terminaria esse casamento uma pessoa muito milionária.
- Não desejo nem começar esse casamento para início de conversa, mas já que aceitei não será nesses termos irreais. Quero apenas ser uma garota com alguma independência financeira quando tudo isso terminar para exercer a medicina que será minha fonte de renda principal, não um casamento vantajoso!
- Certo, vamos olhar o contrato então e chegar em um acordo razoável.
Cole acaba me convencendo a aceitar algumas modificações. Um meio termo para agradar tanto a mim quanto a Brian.
Agora é aguardar que o noivo do ano se junte a nós para escutar minha contra-e-definitiva-proposta.

Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora