Achando um meio termo

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Brian

Gio caminhou com toda a segurança pela minha sala esta manhã enquanto conversava com Judy. Nem reparamos em sua presença até que ela se manifestou dizendo que estava aqui.
Não consegui tirar os olhos dela enquanto andava lentamente em direção à minha mesa. Minha futura esposa está mais serena, mas sua atitude me lembra uma tigresa à espreita de sua presa durante a caçada, sendo eu a caça.
- Bom dia querida, você está linda hoje.
A fito enquanto ela se senta em frente à minha mesa, respiro profundamente e me sento também, no fundo, me preparando para nosso embate quanto à sua nova função na empresa.
- Você veio pedir demissão?
- Vim conversar com você, entender os motivos de querer essa promoção e só então me posicionar a favor ou contra.
Fico aliviado com o fato de ela ter se acalmado. Esse é um lado novo nessa mulher. Tudo nela me surpreende, me encanta e me excita.
- O que deseja saber?
- Você tem vergonha de ser noivo de uma copeira? Essa é a razão por trás da minha súbita promoção?
- Não me envergonho de você, definitivamente vergonha não é a causa pela qual a quero como assistente de Judy.
- Ok, então qual é o motivo?
Fico apreensivo, não posso falar que sei que ela administrava o comércio dos seus pais com ideias inovadoras para uma pequena cidade. Conceitos criativos e inteligentes que mantiveram o progresso da renda familiar, sem sua visão de negócios sua família entrará em sérios problemas financeiros em um curto espaço de tempo.
- Eu vi seu currículo e você me impressiona cada vez mais. Você é astuta, inteligente não teve sua intuição corrompida por cinismo. Tirando meus amigos, você e Judy são as únicas pessoas que me desafiam que eu respeito.
- Entendo, mas ainda assim, lhe dizer que você não pode ter tudo o que quer não deveria ser o principal motivo para promover alguém.
- E não é... Indiquei sua promoção pela sua inteligência aguçada, pela sua capacidade de me dizer o que pensa e me fazer respeitá-la por isso e por confiar em seu julgamento, são qualidades que eu preciso ter ao meu redor quando precisar de uma visão genérica imparcial das decisões que preciso tomar.
- Para isso você tem um Conselho Administrativo.
- Que me bajula muito mais do que me contraria. Se eu entrasse em uma reunião do Conselho hoje dizendo que quero queimar dinheiro eles dariam um jeito de concordar.
Gio abre um sorriso lindo que ilumina a minha sala. Minha noiva é linda, mas ao sorrir ela me tira o fôlego.
Levanto e vou até ela. Ergo-a da cadeira e aliso seu rosto.
- A condição de você ser minha noiva, ou de não conseguir manter minhas mãos longes do seu corpo, ou minha boca querer a sua, não teve peso na minha decisão de promovê-la a assistente. Minha resolução foi totalmente baseada na sua capacidade de me colocar no meu lugar, na sua inteligência cada vez que você abre a boca e no seu julgamento de valores.
Eu vejo dúvida em seu olhar. Ela é transparente em suas emoções.
Minha Gio não se acha essa mulher incrível que sei que é. Essas incertezas em seus olhos me matam por dentro.
- Desde que entrou nessa sala não consegui tirar os olhos de você, preciso fazer o que estou com vontade desde o momento em que a vi.
Passo a mão por sua bochecha secando uma lágrima furtiva que desceu enquanto ela me pergunta com voz rouca.
- O que?
- Isso.

Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora