Gio
Com o grito de dor eu acordei e coloquei em prática meu conhecimento teórico sobre queimaduras.
- Há alguma caixa de primeiros socorros aqui?
- Não sei, veja no armário do banheiro - ele respondeu com os lábios trincados por dor e raiva.
- Banheiro?
- Essa porta atrás de você.
Olhei para trás e só vi a parede. Mas experimentei empurrar levemente e um espaço luxuoso se abriu.
Acho que esse homem passa muito tempo nesse escritório!
Passei primeiro por um closet bem arrumado com diversos ternos e camisas que pareciam muito com o que eu acabei de arruinar, depois, uma porta de vidro me levou ao banheiro.
Decorado em tons de branco esse banheiro seria o sonho de consumo de qualquer pessoa no mundo. Fui para os armários e procurei por uma caixa de primeiros socorros sem encontrar. Bom.... não tem tudo tudo o que uma pessoa procura - pensei, mas a banheira deve servir por enquanto. Coloquei para encher com água fria e voltei à sala.
- Sr Brian consegue andar?
- Consigo, por quê?
- Me siga, por favor.
Ele me seguiu desconfiado. Claro, eu também estaria desconfiada, se tivesse sido queimada por uma desconhecida e a mesma me pedisse para seguí-la. Contudo, não quero que ele me acompanhe até o outro lado do mundo e sim ao banheiro que deve conhecer muito bem.
Chegamos ao banheiro, encontro a banheira com a água já pela metade, desligo e o encaro.
- Preciso que o senhor tire sua calça e mergulhe na água?
- Como assim tirar a minha roupa e entrar na banheira? Você é louca?
- Não, senhor Brian. Precisamos resfriar o quanto antes o local queimado é preciso olhar os danos. O senhor corre o risco da calça grudar na sua pele e ter que ser removida por cirurgia se a queimadura for séria, mas preciso avaliar o quão sério é.
- Claro, uma vez que além de copeira você é médica.
- Estudante de medicina, mas tive que trancar meu curso antes de ir para a residência. O senhor precisa me ouvir, já perdemos um tempo e quanto mais demorar para esfriar o local, pior ficará.
Não sei se a confiança na minha voz ou a ideia de uma cicatriz horrível o faz se mexer.
Tira primeiro o terno e a gravata, a calça e permanece de cueca box. Pela primeira vez eu o olho com atenção e um suspiro de choque sai dos meus lábios.
Que homem lindo!
Ele tem as pernas bem torneadas, apenas o suficiente para garantir que ele cuida do seu corpo, está usando cueca preta e, quando ele abre a camisa e a tira, aparece um abdômen com oito gominhos e nenhuma gordura, subo meu olhos e encontro um sorriso de canto de boca e olhar divertido.
- Achei que vocês estudantes de medicina estão acostumados a ver um homem seminu. Gosta do que vê? Mas será que podemos voltar ao meu tratamento, está doendo e ficando mais e mais vermelho.
Sinto meu rosto queimar de vergonha quando ele chama minha atenção ao fato de que deveria estar tratando-o no lugar de admirando.
- Entre na banheira, até que toda a área queimada esteja submersa. Conforme a água for mudando a temperatura, vamos despejar fora um pouco e abrir a torneira para adicionar mais dela fria.
- Água fria é o tratamento?
- É o tratamento inicial. A área está vermelha porque a pele está irritada, mas não é uma queimadura que necessite ir ao pronto socorro de imediato. Podemos acalmar a região o suficiente para que o senhor se encaminhe a um hospital sem maiores desconfortos. Sugiro apenas que utilize uma roupa mais folgada, para não gerar atrito desnecessário com a área.
Mais uma vez ele faz o que eu peço olhando pra mim com desconfiança. Enquanto ele fica na banheira com a água fria, vou em busca de água gelada no frigobar do seu escritório.
Pego algumas toalhas e coloco a água do lado, quando a queimadura estiver resfriada o suficiente ele vai precisar delas para chegar ao hospital.
- Então, como uma estudante de medicina acabou virando minha copeira?
Me assusto com a sua pergunta, não percebo que ele prestava atenção ao que fazia. Não há motivos para falar de todas as minhas dificuldades financeiras, mas acho que merece algumas respostas. Afinal, uma louca o queima e depois lhe diz que é médica, isso acontece todos os dias com as pessoas.
- Não estou em um momento muito estável com as finanças, pretendo voltar um dia para concluir meu curso. Até lá, ser sua copeira, vai me dar a chance de começar a planejar o futuro.
Ele estreita os olhos em desconfiança e volto a me sentir desconfortável. Sei que não dei uma resposta completa, mas não tem como eu falar para o CEO da empresa que me contratou, ou trabalho de copeira, ou vou virar mais uma moradora de rua de Seattle.
- Vou limpar a bagunça na sua sala. Me avise quando a água mudar de temperatura.
Fujo de qualquer outra pergunta para o seu escritório, sem lhe dar a oportunidade de resposta. Chamo a equipe de limpeza para dar um jeito no carpete e começo a recolher a bagunça no chão atrás da sua mesa.
Parabéns Gio, nas primeiras horas de trabalho você já contabiliza um carrinho inteiro de itens quebrados. Com o susto do acidente tudo acabou virando no carpete caro.
Na minha conta de motivos para ser demitida também está queimadura de segundo grau no homem mais importante do escritório, destruição de um carpete caro e bagunça em um terno exclusivo.
Será que serei despedida? Apesar da conversa amistosa, seu olhar permanece irritado e acho que sou o motivo por tudo que fiz.
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Um CEO em minha vida (CONCLUÍDO)
Romance🔞 Para maiores de 18 anos🔞 Brian Uma piada de mal gosto do destino. Só isso explica as decisões que precisam ser tomadas em um curto espaço de tempo, para garantir que o trabalho de uma vida, não tenha sido em vão. Quando a copeira o pega distraí...